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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Astrofotografia com EQ-1 e lente 75-300mm zoom.

  Ewertonn Dourado mostra o que dá pra fazer com esse setup barato e portátil.


A lente usada pelo Ewertonn custa pouco mais de 600 reais em sites como o Mercado Livre.

Antes de começar este post, devo confessar: nunca simpatizei com as lentes zoom econômicas, como os modelos 18-200mm, 18-135mm ou a 75-300mm tema deste post, mas estas lentes atraem muitos fotógrafos pelo fato de que são muito baratas em comparação ao modelos da linha L. Por exemplo, a lente Canon EF 75-300mm F4.0-5.6 III custa menos de 200 dólares no Estados Unidos, enquanto para adquirir uma Canon EF 70-300mm F/4-5.6L IS USM você terá que desembolsar seis vezes essa quantia.

A diferença mais visível da 75-300mm para sua irmã 70-300 da série L é o estabilizador de imagem (IS), mas não é só este recurso, que é inútil em Astrofotografia de céu profundo, que faz o modelo L custar mais de mil e duzentos dólares. 19 elementos ópticos do modelo L contra 13 da 75-300mm certamente garantem uma imagem superior através da lente mais cara.

Pra ser mais honesto, eu também não indicaria sequer esse modelo L para Astrofotografia de céu profundo. Lentes com zoom geralmente perdem muita qualidade para manterem o recurso de aumento e Astrofotografia é provavelmente o tipo de fotografia que mais exige da óptica de seu equipamento. Por isso eu sempre prefiro lentes prime, ou fixas, como a barata 50mm F1.8 ou a cara, mas esmerada 200mm F2.8.

Mas para minha surpresas, encontrei o astrofotógrafo Ewertonn Dourado, que está fazendo um trabalho muito interessante com uma lente Canon EF 75-300mm F4.0-5.6 III, a lente zoom econômica. Mais ainda, com uma montagem EQ1 e uma DSLR de entrada ele está conseguindo fotos muito boas com um setup bastante barato para os padrões de equipamentos astrofotográficos. É um exemplo que nesta época de dólar alto pode ser um grande alívio para aqueles que querem começar nessa atividade e não possuem muita munição no cartão de crédito.

Veja abaixo algumas fotos feitas com a lente 75-300mm, EQ1 Celestron Astromaster motorizada e câmera Canon T3 não modificada feitas pelo Ewertonn. Todas as imagens foram capturadas com a lente em sua distância focal máxima (300mm) e com a máxima abertura possível nesta distância (F5.6).

Galáxia de Andrômeda - M31 - Capturada com 428 frames e tempo total de captura de quase 2 horas.

Nebulosa Barnard 33 - Capturada com 176 frames de 30 segundos em ISO 1600. Exposição total de 1hora e 33minutos
Galáxia do Escultor - Capturada com 131 frames de 15 segundos em ISO 1600 .



Repare que o Ewertonn fez as imagem acima com exposições curtas, mas com enorme quantidade de frames. Assim ele conseguiu superar muito as limitações de seu setup. E a lente de 75-300 mostrou algumas aberrações, mas nada que impeça de se começar em astrofotografia de forma divertida. As imagens possuem um razoável nível de recorte (acredito que cerca de metade da área das imagens originais foi retirada), mas isso é algo que eu também faço muito quando estou fotografando objetos menores do que o campo que o meu setup é capaz de capturar. Contando as bordas da imagem o Ewertonn consegue também tirar muito das aberrações da lente, que geralmente são piores próximo a borda. Fiquei admirado principalmente pelo fato de que em todas as fotos feitas por ele com a lente em 300mm de distância focal, ela ficou totalmente aberta em F5.6.

Esta setup: lente econômica, EQ-1 motorizada e câmera DSLR T3 não modificada é provavelmente o setup mais barato para se praticar astrofotografia de céu profundo com razoável qualidade. Sem contar que também possui excelente portabilidade. A Lente 75-300 é vendida por cerca de 600 a 700 reais no mercado livre, enquanto a Canon T3 nova está na faixa de 1400 reais. A montagem EQ-1 pode ser comprada separadamente, mas é mais fácil encontrá-la junto com telescópios. Todo esse equipamento junto custará algo em torno de três mil reais se comprado novo, enquanto um setup formado por uma EQ5 com guiagem e um bom telescópio apocromático, mais uma DSLR modificada, ficaria hoje próximo dos dez mil reais e seria um conjunto muito mais pesado, embora, apresentasse resultados bastante superiores, é claro. 

O Ewertonn começou há pouco tempo a usar esta lente. Por isso, tenho certeza que em breve ele irá nos mostrar novas imagens, para vermos do que uma lente de 75-300mm é capaz.

Vale lembrar que ele esta usando o motor para EQ-1 com controle remoto e bolsa para 4 pilhas grandes. Esse motor é muito superior àquele menor, em que o conjunto todo fica na mesmo corpo e é necessário ficar regulando a velocidade da montagem, o que dá um certo trabalho. Este motor com controle remoto pode ser encontrada no Armazém do telescópio ou no Astroshop.

O Ewertoon usa uma EQ-1 do tipo Astromaster, da Celestron, que é compatível com os motores para EQ-1 padrão, como as da Skywatcher, Orion, e outras da própria Celestron

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Boa notícia: Novos motores para montagens EQ-1 e EQ-2 estão disponívens no Astroshop e Armazém do Telescópio.

O motor que possui controle de mão e usa pilhas grandes é um conjunto maior, mas muito melhor do que aquele movido a bateria de 9V.


Ontem me surpreendi com a volta dos motores de passo com controle de mão para montagens EQ-1 e EQ-2. Estes motores são muito, mas muito melhores do que aqueles que usam bateria de 9V, com os controles no próprio motor, pois você não precisa ter que ficar regulando a velocidade até achar o ponto certo, o que gera uma grande dor de cabeça durante o uso. Além disso, estes motores com controle de mão não travam o eixo de ascensão reta, permitindo que você use o controle de movimento manual da montagem mesmo com o motor atracado a ela. E por fim, após testar os dois modelos por algum tempo, posso dizer com certeza que este modelo é muito mais preciso e robusto, gerando muito menos frames defeituosos.

Este motor com controle de mão numa montagem EQ-1 ou EQ-2 cria uma setup bastante barato e portátil para astrofotografia com DSLRs e lentes (retirando o telescópio antes, senão fica muito pesado). Com uma EQ-1 motorizada com este motor, eu cheguei a conseguir tempos de exposição de até 1 minuto ao usar uma DSLR com lente de 135mm e o sistema é robusto o suficiente para fotografias até mesmo com lentes de 200mm. Também cheguei a conseguir imagens com um telescópio de 90mm e DSLR. Foram tempos de exposição mais curtos, de 15 segundos, mas que me permitiram fazer a imagem da Nebulosa do Haltere (M27) abaixo.

O motor com controle remoto só tem a desvantagem de ser um conjunto um pouco maior do que o motor movido a bateria de 9v. Afinal, ele é compostos por 3 peças: o motor, o controle de mão e também uma bolsa para as baterias. Mas vale muito a pena carregar este peso a mais. Este motor é o mesmo usado para movimentar montagens EQ3-2, quer dizer, é feito para segurar bastante peso. Acho que se não estiver ventando dá pra conseguir até tempos de exposição bastante razoáveis com telescópios de 114mm ou 90mm, talvez uns 30 segundos ou mais.

Vale lembrar que você deve adquirir o motor compatível com a sua montagem. No site da Astroshop eles informam quais montagens são compatíveis e você deve ficar atento a isso. Caso contrário, pode ter problemas (Eles parecem um pouco confusos em relação a montagem CG3). Existem dois motores disponíveis: para montagens EQ-1 e EQ-2. Infelizmente a nem Astroshop nem o Armazem do Telescópio tem as montagens para venda, mas você pode adquirir telescópios que tenham a montagem no conjunto. E se você já tiver um telescópio com uma montagem compatível, este é o motor certo a se adquirir, não o com bateria de 9V. Também é recomendado a aquisição de 4 pilhas grandes recarregáveis e o devido carregador, facilmente encontrado no Mercado Livre ou semelhantes.

Entenda que estes motores funcionam num único eixo, o de Ascensão Reta. O que de forma alguma prejudica a fotografia ou observação de objetos, já que o eixo de declinação não é movido durante o acompanhamento da movimentação do céu e estas montagens permitem o ajuste deste eixo de forma manual com controles de precisão. O motor também não vai fazer que seu telescópio se transforme num modelo Go-To, que encontra os objetos automaticamente. Ele é voltado principalmente para quem quer iniciar na astrofotografia ou visualizar com mais conforto em telescópios mais simples. Além disso, na montagem EQ-1 a movimentação da estrutura é atrapalhada pelo motor em alguns pontos, por isso eu recomendo, que se possível, tente montar o conjunto para EQ-2, que tem o eixo de ascensão reta mais comprido, diminuindo este problema.

Links para os motores:  




Nebulosas Pata do Gato e da Lagosta (ou Guerra e Paz) registradas com DLSR modificada, lente de 135mm F2.8 e montagem EQ-1 motorizada com o motor com controle remoto movido a pilhas grandes. Clique na imagem para ver maior.


M27, registrada da varanda de meu apartamento com EQ-1 motorizada com o motor de controle remoto, aguentando um telescópio de 90mm e a DSLR.



quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Meu Novo telescópio: Maksutov Cassegrain 90mm com EQ1 motorizada.


O telescópio é instalado rapidamente na varanda. O conjunto todo é bonito e harmônico. Somente o motor parece estar ali de forma forçada.


Semana passada um novo telescópio se juntou ao meu setup astronômico, um Maksutov Cassegrain de 90mm da Skywatcher. Ele vem acompanhado de uma montagem EQ1, cuja compra incluiu também um motor drive. Este telescópio possui um distância focal bastante elevada para sua abertura: 1250mm, sendo considerado um telescópio um pouco escuro para observações de céu profundo e mais adequado para observações planetárias e lunares. Mas nada o impede de colocar a ocular de 20mm ou uma ainda maior para observar os objetos mais brilhantes. Apesar de longo, o tubo é bem curto graças a óptica Cassegrain, que faz a luz passar três vezes dentro do tubo antes de chegar à ocular. Telescópios do tipo Maksutov Cassegrain são celebrados por terem uma excelente ótica e por sua portabilidade, duas coisas que pesaram muito na aquisição.

Com isso eu agora passo a ter três telescópios, este Cassegrain, um refletor de 200mm F4.5 da Orion UK e um Refrator ED de 102mm da Orion US. Estes dois últimos revezam uma montagem HEQ-5. Uma pergunta que você pode estar fazendo é: "mas se você tem um refletor de 200mm, um APO de 102mm e uma montagem HEQ5 com goto e autoguiagem, por que diabos está comprando um pequeno Cassegrain sobre uma montagem EQ1?" A resposta é simples, por que eu não aguentava mais não ter uma opção portátil em casa.

Este pequeno telescópio cumprirá uma série de funções que, devido ao trabalho que é montar e transportar os outros telescópios, eu costumo deixar de lado. Eu agora posso sempre levar um telescópio em encontros do Clube de Astronomia, à casa de amigos quando convidado, a viagens longas, até mesmo de avião. Também posso levar o bichinho para a varanda, mesmo no meio de semana, quando meu tempo é muito escasso, para ver como andam as coisas na Lua, em Júpiter, Saturno, Marte, entre outros objetos do céu. Em resumo, um telescópio portátil é algo que faz muita falta, por isso, fica a dica: se você tem um telescópio pequeno e está pensando em comprar um setup de peso, pense bem antes de se desfazer de seu telescópio menor, você pode sentir muita falta dele.

Este pequeno Cassegrain se destaca quando comparado a um newtoniano ou mesmo refrator de mesma potência e preço. Ele provavelmente é um pouco mais escuro do que um refrator 90mm F10 ou um Refletor de 114mm F8. Mas vale lembrar que um Maksutov Cassegrain apresenta muito menos aberrações que um refrator, mesmo F10, ou do que um newtoniano de 114mm F8 e nem se compara a um newtoniano ou refrator curtos.

Mas a maior vantagem em relação aos similares refletor e refrator para este Cassegrain certamente é mesmo o tamanho. É possível apontar o telescópio para todas as direções com conforto e sem se preocupar com paredes ou pessoas próximas. E a EQ1, que parece frágil com outros telescópios, segura muito bem o pequeno Cassegrain. Esta montagem é muito criticada pela sua fragilidade, mas aqui funciona a mesma lógica de motores para automóveis: um motor 1.0 empurra muito bem um Fiat Uno, mas não espere que ele seja o mesmo tracionando uma Pálio Wekeend.

Mas se  montagem EQ1 e o Cassegrain de 90mm fazem uma dupla quase perfeita. A coisa complica um pouco ao se instalar a motorização. O contra-peso da montagem bate no motor ao movimentar o telescópio de leste para oeste. Virando para oeste, é o controle de precisão do eixo de declinação que bate no motor, fazendo com que seja impossível apontar o telescópio para todas as posições no céu, mostrando claramente que este dispositivo foi uma "gambiarra" e quem projetou a EQ-1 não esperava que houvesse uma caixa de plástico engatada ali.

Mas o que eu não estava gostando mesmo era que, uma vez que o motor estava acoplado a montagem, o controle de precisão da ascensão reta deixou de ser utilizável, pois o motor o deixava travado. Para movimentar a montagem nesse eixo eu tinha que destravar o eixo e movimentar o telescópio manualmente. O que me preocupou foi que, sempre que eu travava o eixo, o telescópio movimentava-se levemente para cima, fazendo o objeto sair de campo. Eu estava usando a ocular de 20mm e comecei a me perguntar se, com esse problema eu conseguiria enquadrar Júpiter na ocular de 10mm.

Eu já tive uma outra EQ1 anteriomente. Ela também era motorizada, mas com um motor diferente, aquele que possuí um controle de mão e é energizado por 4 pilhas grandes que ficam numa bolsa separada do motor, parecendo que a montagem está usando uma bolsa de colostomia. Era um conjunto bem mais pesado e complexo do que o que eu adquiri agora, que é uma peça única, sem controle remoto e energizado por uma bateria de 9 volts instalada dentro da montagem.

Este novo motor tem uma peculiaridade em relação a aquele com bolsa para pilhas. Aqui há um pequeno pino no corpo do motor que tem a função de regular a velocidade. Isto foi algo que me preocupou muito num primeiro momento. O motor anterior tinha uma opção de velocidade padrão que eu sabia ser a certa para acompanhamento de astros. Neste novo, não há esta velocidade padrão, pior, não há indicação alguma do nível certo ou mesmo em que nível se está ajustado, pois o pino não tem qualquer marcação. Eu não sei como isso vai afetar minhas tentativas de fotografar com a EQ1 com uma DSLR, mas o assunto me preocupa.


Primeiras observações

Nas últimas noites, apesar da época de chuvas, o céu abriu em alguns momentos e eu pude, da varanda do meu apartamento usar o pequeno telescópio pela primeira vez. Como a varanda é virada para o leste, eu inverti a posição original do motor, colocando ele do lado direito da montagem. Assim quando eu subisse o telescópio, o contra-peso ia se movimentar para a esquerda, sem bater no motor. também inverti o eixo de declinação, para que o controle de precisão não batesse no motor. Essa configuatação causou uma certa estranheza em quem ve o telescópio pela primeira vez, mas em campo provou ser de longe a melhor alternativa.

Atualização: Alguns colegas que leram esse post e possuem EQ1, disseram que uma boa saída para ganhar mais mobilidade na montagem com o motor é tirar a capa plástica do motor, assim você diminui o seu volume e o contra-peso ganha mais espaço para se movimentar. Achei válida a sugestão, por isso estou colocando aqui.

Com o telescópio posicionado, eu tinha que conseguir enquadrar Júpiter mesmo sem o controle de precisão para ascensão reta. O Cassegrain acompanha uma buscadora RedDot. Eu nunca tinha usado pra valer uma buscadora assim. Ela funciona com uma pequena luz vermelha aparecendo no centro do campo de visão de uma mira sem aumento. A força da luz pode ser regulada de muito forte a quase desligada, o que lhe ajuda para enquadrar objetos escuros. Vale lembrar que essa buscadora usa uma bateria de relógio e é muito fácil guardar o telescópio e esquecer o dispositivo ligado, algo que fiz mais de uma vez. Felizmente é uma luz tão pálida que deve durar semanas, talvez meses funcionando antes de acabar com a bateria.


O motor foi invertido da esquerda para a direita da montagem,. Repare que devido a isso eu devo posicionar a botão Norte/Sul para "Norte".


Eu estava preocupado se teria dificuldades para enquadrar Júpiter, mas na verdade foi muito fácil. Movimentando o telescópio manualmente, sem o controle de precisão da ascensão reta, que estava travado no motor, eu rapidamente coloquei o planeta bem próximo da luz vermelha da buscadora. Com o controle de precisão da declinação ajustei o planeta que ficou um pouco acima do ponto vermelho. Foi aí que percebi que a regulagem do motor também serve como controle de movimento com precisão. Bastou aumentar um pouco a velocidade e Júpiter rapidamente ficou sobre o ponto vermelho. Se o planeta estivesse abaixo do RedDot, bastava diminuir a velocidade, ou mesmo desligar o motor por alguns segundos que o planeta entrava na posição certa. Felizmente foi bem mais fácil e até divertido do que eu esperava. Ajustei a velocidade até o planeta ficar bem no centro do campo de visão da ocular de 20mm e troquei pela de 10mm. No dia seguinte eu percebi que era fácil enquadrar o planeta mesmo com a ocular de 10mm. Lembre-se que eu tenho muita experiência manuseando este tipo de equipamento e isto pode não ser tão fácil assim para outras pessoas.

Para mim a qualidade óptica do pequeno Cassegrain se mostrou deslumbrante ao mostrar Júpiter com a ocular de 10mm. O planeta apresentou uma coloração levemente (bem levemente mesmo) avermelhada, com as duas faixas principais claramente definidas, mais duas faixas finas levemente visiveis e uma mancha escura entre as faixas, claramente visível. Eu também acompanhei o trânsito de Europa, a menor das Luas Galileanas. Sua sombra apareceu de forma muito pálida no disco do planeta, mas estava lá, visível. Também era possível ver claramente a diferença de tamanho entre as luas. Eu tive a impressão de uma imagem muito mais interessante do que a que via com meu antigo refrator de 90mm F10. Mas estou esperando a visita de uma amigo que possui este refrator para uma comparação mais exata.

Com o tempo o motor me estressou um pouco, pois parecia difícil achar uma velocidade em que o planeta ficasse realmente parado no campo de visão. Ele sempre acabava subindo lentamente, ou, se eu aumentasse a velocidade, descendo lentamente. Mas era possível observar por longos tempos até ter que fazer alguns ajustes. Com o tempo fui chegando numa velocidade ideal e percebi que o próprio som do motor, que faz uma espécie de tik tak mais suave, me ajudava entender a velocidade do acompanhamento e funcionava como uma marcação precária.

A buscadora RedDot é muito prática, mas ótima para se esquecer ligada.

O resultado disso tudo é que, apesar dos problemas do motor, até o momento estou muito feliz com o telescópio. Ele certamente será um companheiro para noites de meio de semana e viagens. Se recomendo a compra? Com certeza um Cassegrain de 90mm é uma opção fantástica de portabilidade com qualidade. A montagem EQ-1 não é um "must", mas cumpre a sua função com perfeição neste telescópio. Somente se o desejo é ter uma montagem motorizada que eu faria ressalvas. O motor é simples e divertido, mas o fato dele simplesmente impedir que o telescópio alcance certas áreas do céu não é algo que devemos desconsiderar. De qualquer forma, contemplar o objeto parado na ocular por longos períodos é um conforto que vale o investimento.

Como já é esperado, eu devo mais  para frente fazer alguns testes fotográticos com o conjunto. Até agora eu apenas fiz um registro com a DSLR acoplada ao telescópio em foco primário. Focar com a Canon T2i foi muito simples. Não foi necessário qualquer extensor ou barlow para se atingir o foco ideal, bastou o obrigatório adaptador para encaixar a câmera como ocular e o anel T2. A imagem que apareceu foi bem interessante, sem aberrações. O único defeito bastante visível foi uma forte vinhetagem nas bordas. Flats frames serão obrigatórios.



Imagem sem qualquer tratamento feita com DSLR num dia chuvoso mostrou boa qualidade óptica, sem aberrações, mas a vinhetagem nas bordas é alta.
Além da buscadora red-dot e da montagem EQ1, o Cassegrain acompanha também duas oculares de 10mm e 20mm e uma diagonal de 90 graus, que permite observações confortáveis. O conjunto foi adquirido por cerca de 800 reais no Armazém do Telescópio, com o frete já incluso. O motor é adquirido separadamente por cerca de 160 reais, mas infelizmente eu adquiri o último para EQ1 no Armazém e agora está em falta. Pagando à vista se tem 10 por cento de desconto sobre ambos os produtos, que levaram cerca de uma semana para chegar.

É isso aí pessoal. Espero que tenham achado o texto útil. Depois eu devo voltar a falar da EQ-1, agora com a DSLR sobre ela e alguns testes fotográficos.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A ocultação de Júpiter pelo Travelscope 70mm


Hoje ocorreu a fantástica ocultação de Júpiter pela Lua, um de meus eventos astronómicos preferidos. Eu havia dito que ia tentar fotografar, mas aconteceu que a CG-5GT não estava comigo. Não por que ela foi vendida, já que eu cheguei a anunciar em algumas redes sociais que a montagem estava a venda, mas por que ela já foi enviada para o local onde tentarei fazer algumas fotos de DSOs em janeiro.

Sem a CG-5GT seria impossível eu usar o ED de 102mm para fotografar a ocultação de Júpiter, pois a única montagem que ficou disponível foi a EQ1, que não aguenta o peso do ED (ele é bem mais pesado do que parece). A solução então foi colocar o telescópio guia do ED sobre a EQ-1, um Celestron Travescope de 70mm de abertura e apenas 400mm de distância focal. Não é o telescópio ideal, mas era o que eu tinha em mãos.

É uma foto sem grandes atrativos, mas que mostra que dá para fazer coisas legais mesmo com um equipamento mais simples. eu usei a câmera DBK41AU02.AS para fotografar, mas também poderia ter usado a Canon T2i com o EOS Movie Recorder que provavelmente me dariam resultados semelhantes.Optei pela Imaging Source por ser muito mais leve. Infelizmente as nuvens (e a janta) não me deixaram registrar o evento inteiro.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Testando a lente Takumar de 135mm e Férias!


Mais uma noite que vou para fora brigar com as nuvens. Fiz 42 frames da Espada e do Cinturão de Orion (muitos com nuvens), mas a maior perda foi não ter conseguido fazer os flat frames como eu gostaria, pois o céu fechou pra valer depois. Também não pude fazer imagens com exposição menor, para não estourar o núcleo da nebulosa de Orion. Mas o objetivo mesmo era testar uma lente antiga comprada no mercado livre. 

Como vocês sabem, eu devolvi a lente 135mm da Nikkor ao Sandro Rosa. Eu gostei muito da experiência de fotografar o céu com uma lente assim usando a Canon T2i sobre a EQ1. Esse é um setup leve e portátil, excelente para viagem, ou dias de preguiça (principalmente quando o céu não está muito confiável).

Adquirir uma lente antiga é uma boa opção para astrofotografia. Elas custam de cinco a dez vezes menos do que uma lente nova. É claro que elas não tem foco automático e nem estabilizador de imagens, mas isso são duas coisas que você definitivamente não vai usar em astrofotografia e que consegue viver sem se ainda quiser usar a lente para fotos normais.

Uma qualidade que me agradou muito na Takumar foi que, mesmo com o diafragma aberto no máximo (F2.5), as estrelas das bordas ficaram redondinhas. Eu senti uma leve aberração cromática na imagem. mas apesar disso, acho que vou brincar muito com esta lente.

A imagem acima foi feita no Águas Claras, não vou nem reclamar da poluição luminosa, o que tem atrapalhado mesmo são as nuvens. Muitos dos frames utilizados nesta imagem continham pedaços de nuvens, mas o pior mesmo foi eu não poder fazer os flat frames do jeito que queria (tirando completamente o foco da lente a apontando para uma área próxima sem estrelas brilhantes, o que é muito eficiente) por isso a vinhetagem na imagem foi enorme. Repare que no meio a imagem acima está um pouco avermelhado, pois eu não consegui tirar toda a vinhetagem sem agredir a nebulosa, algo que não queria de forma alguma.


Eu também estava doido para usar a Atik 314L+ e até me arrependendo de não ter feito o teste da Takumar 135mm direto com ela, pois quando quis ligar a câmera o céu estava completamente tomado por nuvens. Mesmo assim, resolvi ligar a Atik, sobre um tripé de máquina fotográfica e fiz uma imagem da Torre de TV Digital de Brasília, que é bem visível do meu apartamento, embora distante.

A ideia era somente verificar se a câmera estava funcionando bem, afinal ela veio na mala de um amigo dos EUA. Felizmente pude comprovar que está tudo em perfeito estado e fiz a primeira imagem da Atik 314L+, que não foi do céu, mas da Torre de TV digital de Brasília.

A primeira imagem feita com a Atik 314L+

A Atik sobre um tripé de câmera fotográfica com a lente Takumar 135mm F2.5
Eu tenho grande expectativas com o uso da Atik 314L+ mais essa lente de 135mm. Vale lembrar que uma lente F2.5 absorve luz 8 vezes mais rápido do que o meu telescópio F7.1 ((7.1*7.1=50.41)/(2.5*2.5=6.25)=8.06). É claro que com menos aumento, mas maior campo. Como eu consigo sem tanto esforço 1 minuto de exposição com a lente 135mm sobre a EQ1, isso ia significar a mesma coisa que 8 minutos de exposição com o telescópio F7.1, o que tornaria possível fotos muito interessantes com esta CCD sobre a EQ-1.

É isso aí pessoa, considero o Blog agora como em Férias. Pretendo voltar destas férias a partir do meio de janeiro, se tudo der certo com algumas imagens bem interessantes. Torçam para que as nuvens de janeiro me dêem uma chance (PS: Se eu fotografar a ocultação de Júpiter em 25/12, haverá um post extra).

Um grande abraço a todos e boas festas!

sábado, 17 de novembro de 2012

Plêiades com a lente de 50mm, da varanda do apartamento

 M45 - Aglomerado Aberto Plêiades
Águas Claras- DF - 15 de novembro de 2012
Exposição 36x30 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - Lente 50mm F1.8 (em F3.5) - EQ-1 motorizada
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 +20 darks,
Pós-Processamento - Photo Shop CS4


Finalmente o céu abriu um pouco aqui no Águas Claras, depois de quase três semanas de nuvens (a última foto que tirei foi dia 27 de outubro). Foi uma pena que era uma noite em que eu tinha que acordar às seis e meia da manhã no dia seguinte, e não pude aproveitar muito. além disso, as nuvens não deram uma trégua completa, aparecendo de tempos em tempos para dificultar as coisas para mim.

E como eu sabia que não teria muito tempo, não arrisquei levar a CG-5 com o ED de 102mm para a varanda. Nessas horas a leveza e praticidade de EQ-1 acabam falando mais alto, ainda mais com o risco de uma chuva inesperada a qualquer momento. Como a lente de 135mm já foi devolvida ao dono e eu não tinha estreado a lente de 50mm F1.8 para astrofotografia ainda, achei que estava na hora de testá-la. Pluguei a lente na Canon T2i, coloquei o conjunto na EQ-1 e fui para a varanda.

O Alvo da noite foram as Plêiades, um dos aglomerados abertos mais próximos do Sistema Solar (as Híades são o aglomerado mais próximo). É um objeto de tamanho aparente pequeno para uma lente com apenas 50mm de distância focal. Eu até poderia ter colocado as Híades na foto, mas se fizesse isso, tanto as Plêiades como as Híades ficariam no canto da imagem.
Por falar em canto da imagem, é incrivél como as estrelas ficaram distorcidas nos cantos das fotos quando a lente estava com o diafragma aberto em F1.8. A imagem só ficou completamente uniforme com o diafragma em F4.5. apesar disso optei por uma abertura intermediária, F3.5, pois queria captar mais luz e sabia que acabaria cropando a imagem final.

O Resultado final foi bom, mas foi prejudicado pela ausência de Flat Frames. Eu até estava querendo fazer alguns, mas o céu ficou muito nublado e não havia uma área uniforme para a captação somente da vinhetagem. Lembrando sempre que não dá para comparar as imagens feitas da varanda do apartamento com aquelas feitas na chápada ou na chácara, longe da poluição luminosa de Brasília.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Coroa Austral, com a lente de 135mm

Wide Field Coroa Austral
Uberlãndia - MG - 10 de Setembro de 2012
Exposição 30x60 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - Lente 135mm F2.5 - EQ-1 Motorizada
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+10 darks)
Pós-Processamento - Photo Shop CS4

O Tempo aqui em Brasília nas últimas semanas não tem dado chance para a prática da astrofotografia. no último feriado, dia 12, eu estava cheio de vontade de brincar com uma DMK41AU02.AS que um amigo me emprestou, mas as chuvas não deram chance.

Então, eu andava meio que sem nada para publicar no blog, mas eis que descubro que deixei passar completamente uma interessante imagem que fiz na chácara durante o feriado de 7 de sembro. Da região conhecida como Coroa Austral, que se destaca pelas nebulosas escuras presentes. eu já tinha feito duas imagens dessa região.

Ainda tenho o que melhorar, mas essa é a minha melhor imagem dessa região, cuja área ocupada é totalmente adequada a lente de 135mm. Nebulosas escuras, principalmente quando não estão a frente de uma área massiva de estrelas, são melhor fotografas com CCDs monocromáticas, mas com um bom céu dá pra fazer alguma coisa com uma DSLR.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Rho Ophiuchi, Pata do Gato e Lagosta em fotos com a lente de 135mm

Wide Field Rho Ophiuchi
Uberlãndia - MG - 10 de Setembro de 2012
Exposição 30x60 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - Lente 135mm F2.5 - EQ-1 Motorizada
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+10 darks)
Pós-Processamento - Photo Shop CS4

Deixo hoje mais duas fotos muito interessantes feitas na chácara durante o feriado de sete de setembro.

A primeira é da nebulosa Rho Ophiuchi. Essa não é uma boa foto para mim. O maior problema foi a poluição luminosa no momento da captação. Rho Ophiuchi só se encontra numa boa altura no céu até lá pelas dez na noite e no horário em que a captação foi feita, as luzes da varanda da chácara estavam todas acesas. Meus pais deixam as luzes da varanda ligadas por que se eles apagarem a varanda, os insetos vão querer entrar dentro da casa, atraídos pelas luzes dos cómodos internos. Com a varanda acesa os insetos ficam por lá. As luzes da varanda só são apagadas depois que todos vão dormir e apagam as luzes de dentro da casa. Normalmente esse é o melhor horário para astrofotografar.

Mas eu estava doido para fotografar Rho Ophiuchi, pois estava com uma lente de 135mm emprestada pelo Sandro Rosa, presidente do CASB. Essa lente é ideal para fotografar esta nebulosa. Então fiz a imagem com as luzes da chácara acesas mesmo.

Apesar da foto não ter ficado tão boa, recebi muitos comentários e elogios por ela. Mas esse é o caso em que é o modelo que é muito bonito. Rho Ophiuchi é certamente o objeto mais bonito para se fotografar com uma lente de 135mm. Vale lembrar que fotografar esse objeto com um telescópio não é recomendável. Na verdade existem inúmeros objetos que ficam muito melhor em lentes entre 100 e 200mm do que em telescópios, como as nebulosas America do Norte, Califórnia, Pelicano, Saco de Carvão, Cachimbo, as Núvens de Magalhães, entre outros.

Eu gostei demais da lente de 135mm do Sandro Rosa, mas acho que vou optar para comprar uma de 200mm para mim, que é praticamente um pequeno telescópio. Daí vou ficar com três distâncias focais para minhas fotos de céu profundo. 710mmF7 do telescópio. 200mmF2.8 e 50mmF1.8 das lentes. Repare como a relação abertura/distância focal das lentes é menor do que a do telescópio. Isso quer dizer que as lentes exigem um tempo de exposição muito menor.

Sobre a Eq-1, devo dizer que como setup de viagem, fiquei extremamente satisfeito com ela. Tenho muita vontade de viajar para o Chile apenas para fazer astrofotos e acho fantástico saber que agora tenho um setup excelente que posso levar no avião sem fazer malabarismos. Mas devo dizer que não se compara com a CG-5, que é muito mais estável e precisa. O que mais me incomodou na EQ-1 e que ela é muito curta, por isso, quando você coloca o motor, o contra-peso e o motor se batem quando você desce a câmera. Hoje, eu recomendaria a Eq-2, que é mais comprida e ligeiramente mais robusta.

Também fotografei as Nebulosas Pata do Gato e Lagosta. É legal ver as duas nebulosas na mesma fot, que mostra como estão próximas no céu. Mas repare que as duas também caberiam muito bem numa lente de 200mm, tal como Trífida e lagoa.


Wide Field Pata do Gato e Lagosta
Uberlãndia - MG - 10 de Setembro de 2012

Exposição 30x45 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - Lente 135mm F2.5 - EQ-1 Motorizada
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+10 darks)
Pós-Processamento - Photo Shop CS4



quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Falso Cometa em Escorpião, a minha foto favorita do feriado

Clique na imagem para ver maior
Wide Field Via Láctea - Falso Cometa em Escorpião
Uberlãndia - MG - 10 de Setembro de 2012
Exposição 30x45 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - Lente 135mm F2.5 - EQ-1 Motorizada
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+10 darks)
Pós-Processamento - Photo Shop CS4

Na maioria das vezes eu reclamo das fotos que publico neste Blog. Quase sempre digo que ainda consigo uma foto muito melhor deste ou daquele objeto. Mas hoje deixo uma foto que me deixou muito feliz, feita da chácara durante o feriado de Sete de Setembro.

A imagem mostra a região do Falso Cometa, em Escorpião e a região em volta da nebulosa. É possível ver muito bem a nebulosidade vermelha em volta da Nebulosa do Camarão. E foi isso que me deixou mais feliz.

Já a imagem abaixo tem bem menos qualidade. Ela foi tirada com um celular, pela minha mãe, logo no começo dos trabalhos na noite em que a foto acima foi feita. Apesar de ser uma foto sem qualidade (culpa do celular e não da minhã mãe, que fique claro, rsss) achei que vocês gostariam de me ver com o chamado "setup portátil". Reparem como trata-se de um equipamento bem mais simples do que levar o ED de 102mm sobre a CG-5 com autoguiagem. A mesa eu peguei emprestado da varanda da minha mãe. Diga-se de passagem, esqueci de colocar de volta no lugar antes de ir embora. espero que ela não tenha ficado brava. Um grande abraço a todos.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Lagoa, Trífida, Cisne e Águia em Wide Field da Chácara


Wide Field Via Láctea - M16 e M17
Uberlãndia - MG - 07 de Setembro de 2012
Exposição 25x25 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - Lente 135mm F2.5 - EQ-1 Motorizada
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+10 darks)
Pós-Processamento - Photo Shop CS4

Finalmente deixo aqui duas imagens que fiz na última ida a chácara. Essas duas imagens foram feitas no primeiro dia, quando eu estava cansado devido a seis horas dirigindo, mas estava doido para ver o que dava para fazer no céu da chácara. Na primeira podemos ver as nebulosas de Lagoa e Trífida e abaixo, vemos as nebulosas do Cisne e Águia. São duas fotos legais, que mostram bem o campo e a qualidade ótica da antiga lente de 135mm que o Sandro Rosa me emprestou.

Comprar lentes antigas, por sinal, parece ser um negócio interessante, pois se a ótica estiver boa, elas podem te dar o mesmo retorno por um quinto do preço. O pessoal do CASB faz muito isso. Normalmente é necessário comprar um adaptador, mas ainda assim vale a pena. Lentes antigas são difíceis de se achar no Brasil por isso o pessoal do CASB costuma comprar de vendedores do E-bay. Eles optam por lentes mais baratas, pois nem sempre a lente é o que se espera. É um risco, mas mesmo com um prejuízo ou outro ainda sai muito bas barato que comprar um nova. Um detalhe interessante sobre a lente usada nas imagens deste post é que ela é da Nikon e foi acoplada à Canon T2i através de uma adaptador.


Wide Field Via Láctea - M16 e M17
Uberlãndia - MG - 07 de Setembro de 2012
Exposição 25x25 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - Lente 135mm F2.5 - EQ-1 Motorizada
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+10 darks)
Pós-Processamento - Photo Shop CS4

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Nebulosas da Águia (M16) e do Cisne (M17) fotografadas com uma antiga lente de 135mm, do Águas Claras

Wide Field Via Láctea - M16 e M17
Brasília - Distrito Federal - 08 de Agosto de 2012
Exposição 80x45 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - EQ-1 Motorizada
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+20 darks e 20 Flats)
Pós-Processamento - Photo Shop 4.0


Trago a vocês mais uma imagem feita da varanda do apartamento com a Canon T2i modificada e com a EQ-1 recentemente adquirida. Mas com uma novidade, dessa vez foi utilizada uma lente de 135mm da Nikon, emprestada pelo Sandro Rosa, do CASB. Trata-se de uma lente muito antiga, provavelmente com mais de 30 anos, comprada pelo Sandro por cerca de 70 dólares. Uma curiosidade, ela originalmente foi feita para câmeras Nikon, mas hoje só pode ser usada em câmeras da concorrente Canon, através de um adaptador.

Apesar de ser uma lente muito antiga, ela estava em ótimas condições. Parece que muitos astrofotógrafos apreciam adquirir lentes antigas mas em boas condições, afinal, para Astrofotografia você não vai fazer questão de foco automático ou estabilizador de imagens, melhor dizendo, essas coisas não servem pra nada em Astrofotografia.

Essa lente vai ficar comigo até o meio de setembro, quando eu deverei ir para um local sem poluição luminosa e, se as nuvens deixarem, devo tirar algumas fotos legais com ela e minha 18x55mm. Enquanto isso, no próximo final de semana, pretendo fazer umas imagens de céu profundo com a DBK41 e voltar a fotografar o Sol.

Na imagem acima, mais uma vez usei os flats frames feitos tirando-se a lente do foco e fazendo flats com o mesmo tempo de exposição e ISO dos light frames. Mais uma vez funcionou maravilhosamente, eliminando já no empilhamento feito pelo Deep Sky Stacker toda a vinhetagem gerada pela poluição luminosa no Águas Claras.

sábado, 11 de agosto de 2012

Nebulosa do Haltere - M27, fotografada com um Refrator de 90mm sobre uma EQ-1 motorizada

 Nebulosa do Halter - M27
Águas Claras - Distrito Federal - 11 de Agosto de 2012
Exposição 50x15 segundos ISO3200
Canon T2i modificada - Refrator Acromático 90mmF10 - EQ-1 Motorizada
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+30 darks e 20 Flats)
Pós-Processamento - Photo Shop 4.0


Essa é mais uma foto da série setups insanos. Quem conhece esse blog sabe que uma das coisas que mais gosto de fazer e tentar fotografar com setups não tradicionais. Ontem eu e um amigo fomos longe. Pegamos um telescópio refrator acromático de 90mm F10 que já me pertenceu e hoje é deste amigo e coloquei sobre a EQ-1 motorizada que comprei recentemente. Nosso objetivo era tentar tirar uma foto de M27 com a Canon T2i acoplada ao telescópio. E ver o que conseguiríamos.

Eu sabia que seria algo desafiador. Afinal, um telescópio de um metro de comprimento com uma DSLR acoplada é um peso e tanto para uma modesta EQ-1. Além disso, na hora de localizar  o objeto ainda coloquei a minha buscadora de 9x50 com diagonal para ajudar na localização. Eu estava testando os limites da montagem.

E por falar em limites, o limite de exposição que conseguimos foi de 15 segundos. Ventava muito, o telescópio estava numa posição onde não havia proteção contra o vento e a grande maioria dos frames correu para todos os lados possíveis, mas o Deep Sky Stacker é um programa experto e empilhou tudo direitinho. Foram 50 frames de 15 segundos, mais 30 dark frames e 20 flat frames. Os flats foram feitos como na foto anterior, apenas tirando o foco da câmera. Teria funcionado maravilhosamente se uma estrela mais brilhante não tivesse atrapalhado a imagem. Esse defeito não aparece na imagem acima por que foi retirado do processamento.

A foto acima mostra que é possível fotografar com um refrator de 90mm mais uma DSLR sobre uma EQ-1. Mas devo dizer que não é recomendável. Foi tão estressante alinhar o telescópio e achar o objeto que em alguns momentos eu quase desisti. Por trás dessa imagem há um ano e meio de experiência de alguém que tem na Astrofotografia uma dedicação quase que exclusiva em se tratando de hobbies e também uma câmera modificada que custa quatro vezes o telescópio (câmera + modificação). Você também estaria limitado a objetos mais brilhantes e necessitária de ISOs altos para compensar o pouco tempo de exposição. Mas sim, é possível tirar fotos interessantes com um Refrator de 90mm sobre uma EQ-1 mais uma DSLR e se você tem as duas coisas em casa não custa tentar, mas um ED de 76mm com a metade da distância focal sobre uma CG-5 é um setup mil vezes mais fácil e agradável de se trabalhar e certamente trará resultados melhores.

Para a foto acima foi utilizado uma DSLR acoplada a um Astroview 90mm como o da foto acima, com motor em single Axis. Este telescópio custa cerca de 260 dólares no exterior o motor custa mais 80.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

EQ1 motorizada - Meu novo setup astrofotográfico de viagem


Eis uma novidade bem inesperada no meu setup astrofotográfico. Entrei no site da Astroshop e comprei uma EQ-1 (a última do estoque) e um moto driver single axis para ela. Mas por que o dono de uma CG-5 com go-to estaria comprando uma EQ-1? Isso não é andar para trás? O natural não seria adquirir uma EQ-6 com um refrator maior ainda e uma CCD monocromática? Sim, seria se eu tivesse em melhor condição financeira e se o meu carro tivesse espaço para todo esse equipamento e mais as coisas da minha filha recém nascida, já que não pretendo trocar de veículo tão cedo.

Então, pensando em portabilidade e também simplicidade, resolvi adquirir uma montagem que pudesse colocar no meu carro, um Gol, junto com as coisas da minha filhotinha, e que também pudesse ser levada numa viagem de avião ou ônibus sem transtornos. Decidi pela EQ-1 da Astroshop porque estava a disposição e por que eu já tinha sugerido esse setup para tantas pessoas que fiquei com vontade de eu mesmo testá-lo, já que todos aqueles para quem sugeri esse setup continuam batendo cabeça querendo comprar um telescópio, uma câmera e uma montagens boas, com menos de 2 mil reais e esperam tirar fotos iguais as feitas com equipamentos de dez mil reais.
 
A EQ-1, o motor e o frete, ficaram num total de 596 reais, que dividi em 5 vezes, uma Canon Rebel T3 pode ser encontrada por algo em torno de 1000 a 1500 reais no mercado livre. Esse sim é um execelente setup para astrofotografia de céu profundo por menos de 2 mil reais. Com prática seria possível tirar fotos incríveis da Via Láctea, de grandes nebulosas, das nuvens de Magalhãoes, de constelações, que realmente impressionassem e arrancassem elogios mesmo de astrofotógrafos experientes. Como é muito leve, mesmo um jovem sem carro poderia transportá-lo num ônibus ou de carona com amigos ou família, para aquela chácara ou fazenda sem poluição luminosa.

Num primeiro momento de uso, posso dizer que a EQ-1 teve coisas de que gostei e outras nem tanto. Adorei a leveza do setup, o que já era esperado e a simplicidade do funcionamento, mas não gostei da forma como o contra-peso bate nos componentes do tripé, prejudicando o posicionamento da câmera para alguns objetos. Também achei chato a alimentação ser via 4 pilhas tipo D. Como só ligo o acompanhamento quando já estou fotografando, as quatro pilhas Duracell que comprei devem durar muito, mas elas custaram 32 reais. O controle tem uma entrada de 6 volts, por isso vou estudar se não consigo usar uma fonte, desde que tenha certeza de que ela não vai queimar o controle.

Abaixo deixo o primeiro teste feito com o novo setup, que em minha sincera opinião, superou todas as expectativas. Afinal, a imagem não foi feita de uma fazenda em Alto Paraíso, como aquela imagem em câmera fixa que fiz no EBA, mas da varanda do meu apartamento, no Águas Claras, bairro com mais de 500 arranha-céus no meio do Distrito Federal. 

Em se tratando de tirar a poluição luminosa, na imagem abaixo devo dizer que também ajudou muito o uso de Flat frames, que eliminaram completamente a vinhetagem. Vale apontar a forma como os flat frames foram feitos: eu não usei nenhum aparato, simplesmente tirei o foco da câmera completamente e fiz mais 20 imagens com a mesma configuração das imagens anteriores, tanto em tempo de exposição como ISO, como fazemos com Dark Frames. Por isso os Dark frames também foram usados com Dark Flats, só esqueci de fazer os Off-sets.

Sobre a forma que fiz os flats, vale lembrar que uma estrela muito brilhante poderia ter prejudicado os flats, a imagem precisa estar totalmente plana. Eles também devem ser feitos antes de se movimentar o telescópio, para pegar a exata vinhetagem do momento.



Wide Field Via Láctea
Brasília - Distrito Federal - 08 de Agosto de 2012
Exposição 55x45 segundos ISO 800
Canon T2i modificada - EQ-1 Motorizada
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+30 darks e 20 Flats)
Pós-Processamento - Photo Shop 4.0