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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Anote aí: Os planetas vão dar show em 2018


Colagem com duas captações em mesma escala de Marte e Júpiter, mostrando a diferença de tamanho aparente entre os dois na madrugada de 17 de fevereiro de 2018.


O ano de 2018 será um ano especial para a astronomia amadora, principalmente para os astrofotógrafos, como eu. Este ano teremos a maior oposição de Marte desde 2003. Tivemos uma evolução tremenda dos equipamentos de Astrofotografia desde aquela época, principalmente nas câmeras planetárias que hoje estão muito mais rápidas e sensíveis do que modelos de poucos anos atrás. Então, a expectativa e de que teremos imagens incríveis, mesmo de astrofotógrafos com equipamentos menores, como o meu refletor de 200mm.

Se Marte será o maior destaque, os outros planetas também estarão em ótimas condições durante o período de estiagem no Brasil Central. Encontros de Astronomia realizados durante as férias de julho e outros meses de seca serão brindados com os cinco planetas mais brilhantes desfilando no céu logo no início da noite. Por exemplo, no sábado de 21 de julho, assim que anoitecer, teremos Vênus e Mercúrio a oeste, em elevada elongação (distância angular do Sol), Júpiter aparecendo alto bem ao lado da Lua, e a leste teremos Saturno já um pouco alto e Marte surgindo enorme logo após o pôr do Sol. Os mais pacientes ainda poderão ver Netuno após as dez da noite. Já Urano estará visível mais no fim da madrugada, acessível a quem estiver disposto a virar a noite em observações. 

A noite do dia 21 de julho de 2018, um sábado, iniciará com todos os planetas visíveis a olho nu e a Lua marcando presença no céu.


Com tantas atrações no céu, será um dia ótimo para eventos de astronomia em praças, como costumeiramente o realizado pelo CASB, e fazermos nascerem muitos futuros astrônomos amadores ou mesmo futuros cientistas (embora muitos clubes talvez prefiram fazer o evento no dia da oposição, pelo destaque que a chamada atrai). Para os astrofotógrafos, teremos a excelente oportunidade de registrarmos todos os planetas numa única noite. Olha que legal! 

A seguir, somente por uma questão de tempo para elaborar o post, destaco os três planetas mais fotografáveis.

 Júpiter
Atualmente, Júpiter tem sido o primeiro planeta brilhante a aparecer no céus a leste. É melhor visto durante o fim da madrugada, quando fica bem alto, já garantindo aos mais notívagos excelentes observações e registros. A oposição de Júpiter ocorrerá em 9 de maio, no início do período de estiagem em grande parte do Brasil.

Como é um planeta muito grande e sua distância do Sol é muito maior do que a Terra, a verdade é que o tamanho aparente de Júpiter não varia muito durante o ano, o que muda mais é a conveniência de sua observação. Além disso, quando o planeta aparece por mais tempo no céu, temos muito mais chances de acompanhar os frequentes e interessantíssimos eventos que ocorrem em seu sistema, como o surgimento de novas tempestades, variações na Grande Mancha Vermelha, eclipses e trânsitos de suas Luas. Durante a oposição, Júpiter ficará doze horas visível no céu, o que permite um acompanhamento muito melhor do planeta. Nesta época talvez eu até arrisque uns vídeos de Júpiter. Estou me planejando para isso.



Saturno, registrado no dia 13 de fevereiro, no fim da madrugada, ainda muito baixo no céu.

Saturno
Saturno entrara em oposição em 27 de junho, um mês antes de Marte. Mas neste momento o planeta está aparecendo no céu um pouco mais tarde que o planeta vermelho. Numa lenta corrida entre as estrelas, Saturno está se aproximando de Marte e no dia 2 de abril os dois planetas estarão a pouco mais de um grau de distância, com a Lua passando bem próximo aos dois numa conjunção e alinhamento espetacular que ocorrera no dia 07 de abril. Veja as imagens abaixo, retiradas do software Stellarium.

Na madrugada de 2 de abril de 2018, Saturno e Marte caberão no campo de visão de uma câmera DSLR acoplada a um refrator de 710mm de distância focal, como o meu.

 
Na madrugada de 7 de abril de 2018, Lua, Marte e Saturno caberão no campo de visão de uma DSLR equipada com lente de 200mm.

Marte
Marte ainda está pequeno no céu, com pouco mais de 6 segundos de arco de diâmetro (ou ângulo) aparente. Na imagem do alto do post vemos uma montagem com dois registros que realizei no último fim de semana. As capturas estão na mesma escala. Foram feitas com refletor de 200mm com distância focal de 900mm acrescentado de Extender 5x, o que aumenta a distância focal para quatro metros e meio. A montagem mostra como Marte ainda está pequeno quando comparado com Júpiter.

Marte ainda está a mais de 200 milhões de quilômetros de distância da Terra e surge no céu no fim da madrugada. Neste momento só astrônomos e astrofotógrafos amadores muuuuito dedicados vão se aventurar a registrar ou observar o planeta num tamanho aparente tão pequeno, mas na oposição do dia 27 de julho de 2018 o planeta vermelho estará a cerca de 57 milhões de quilômetros de distância e apresentará um tamanho aparente de mais de 24,2 segundos de arco, surgindo já do início da noite. 

Para efeito de comparação, na oposição de 2016 o diâmetro aparente máximo de Marte foi de 18.4 segundos de arco. Teremos uma oposição comparável com a de 2018 somente em 2035. Se você tem 20 anos de idade, terá 37 na próxima oposição comparável (Eu terei 57!). Um evento como esse, em época de seca e férias, não é algo a se perder.

Para aqueles mais dedicados algo muito interessante sobre Marte é a forma como o planeta caminha entre as estrelas. O planeta segue rumo a oeste até o meio de junho, aparecendo cada vez mais cedo, quando começa a frear e passa a se dirigir para leste até o fim de agosto, quando termina o seu loopping entre as estrelas e volta a caminhar para o oeste. Registrar este movimento pode ser uma atividade interessantíssima para aqueles que possuem equipamentos mais simples.

É isso aí pessoal, preparem seus telescópios. 2018 será um ano incrível para astrônomos e astrofotógrafos amadores apaixonados pelos planetas do Sistema Solar.


quinta-feira, 11 de maio de 2017

Júpiter, Saturno e a surpresa com a Barlow 2,25x

Júpiter, com a grande Mancha Vermelha em destaque, primeiro registro feito com a Baader 2,25 no lugar do Extender 5x da Explore Scientific

Nos últimos dois meses eu tenho me dedicado  astrofotografia planetária. O registro dos planetas, embora eles sejam tão poucos, pode rapidamente ficar tão viciante quando à astrofotografia de céu profundo. Isso acontece por que, apesar de serem num número reduzido, os planetas apresentam um comportamento muito dinâmico, mudando muito de um dia para o outro, em alguns casos até mesmo poucos minutos podem fazer uma grande diferença. Isso faz com que você fique com vontade de registrá-los todos os dias.

O telescópio que utilizo é o Orion UK VX8. Um refletor de 8 polegadas de abertura. Isto é provavelmente o mínimo que eu recomendaria para se fazer Astrofotografia planetária de forma mais séria. Se eu tivesse condições, adoraria ter um telescópio de pelo menos 12 polegadas (300mm).
Meu refletor tem 900mm de distância focal, o que lhe dá uma razão focal de 4,5. É basicamente um telescópio curto e como a Astrofotografia planetária é geralmente feita com razões focais acima de F20, eu logo adquiri um Extender de 5x da Explore Scientific para usar com este refletor.

A combinação Orion UK VX8 mais Extender 5x sempre se mostrou uma combinação interessante, com alguns problemas. O principal é que eu quase nunca consigo capturar com o filtro de luminância com este Extender. Sempre que tento capturar a luminância o resultado é uma imagem sem detalhes. Geralmente tenho que usar o vermelho como luminância, o que tem o inconveniente de fazer a Grande Mancha Vermelha desaparecer.

O Extender (Extensor) 5x da Explore Scientific e a Barlow 2,25x da Baader.


Meio desapontado com o Extender, no dia oito de abril, resolvi trocar por uma Barlow de 2,25 que comprei para usar no refletor não com planetas, mas com capturas de céu profundo, algo que ainda estou devendo. Coloquei a Barlow e de cara me impressionei com o contraste que a imagem de Júpiter mostrava com o filtro de luminância, mesmo que o planeta estivesse menor. Resolvi fazer algumas capturas. A primeira coisa que notei foi, devido à menor razão focal, uma maior absorção de luz. Com a Barlow eu podia capturar muito mais frames por segundo do que com o Extender 5x. Uma média de quatro vezes mais, e como o planeta ficava pequeno na tela, isso não consumiu muito espaço em disco e permitia uma taxa de frames veloz através da entrada USB da câmera Expanse. Cheguei a mais de 110 frames por segundo. Na hora de integrar os frames, para compensar o menor tamanho do planeta, usei Drizzle de 3x.

O resultado final com a Barlow 2,25x me surpreendeu, estando melhor do que a grande média de capturas que fiz com o Extender 5x, com a vantagem de que pude sempre usar o filtro de luminância. É interessante, pois estou usando uma razão focal de aproximadamente F10, bem mais baixo do que o recomendado para este tipo de registro. Mas acredito que fotografar com este setup seja muito semelhante a fotografar com mais aumento se a minha câmera tivesse pixels maiores, que fossem mais sensíveis. O uso de Drizzle em câmeras com pixels grandes costuma ser muito eficiente. E com capturas de mais de 20 mil frames, acabo conseguindo resultados surpreendentes com essa Barlow. 

Alguns astrofotógrafos não concordam comigo, mas eu começo a me perguntar seriamente se fotografar em F10 não seria melhor do que registros com a razão focal acima de F20, utilizando menores ampliações para se conseguir mais sensibilidade, com mais frames por segundos e compensando o menor aumento com o recurso de Drizzle.

Registro feito mais recentemente. Nesta imagem gostei muito dos detalhes das regiões mais próximas aos polos.


Outra vantagem que percebi com o uso da Barlow, foi uma menor diferença entre o brilho dos planetas e de seus satélites naturais. Essa diferença foi tão grande que até mesmo numa captura de Saturno as luas deste planeta apareceram. E olha que geralmente fotos de Saturno e suas Luas só são possíveis com capturas separadas do planeta e das Luas, montadas depois no Photoshop, quando chegam a se usar frames de até um segundo de exposição para capturar as Luas.



Mesmo sem o uso de técnicas de capturas com tempos de exposição elevado para as luas de Saturno, elas apareceram nesta captura com a Barlow 2,25.

Bem, se fotografar em distâncias focais menores e vantajoso a distâncias maiores é algo que ainda não tenho, mas o que posso dizer é que a Barlow que estou usando, a Baader Hyperion Zoom Barlow 2,25x realmente foi uma aquisição surpreendente e que está me impressionando com os resultados e certamente virou o meu instrumento principal de Astrofotografia planetária.

Abraços a todos!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Está aberta a temporada de caça aos planetas!

Quem me acompanha desde o início deste blog sabe que planetas nunca foram lá a minha especialidade. Durante muitos anos, as minhas fotos planetárias foram, digamos, primárias. Mas desde o ano retrasado eu tenho finalmente um refletor de 200mm e uma câmera de vídeo planetária. Logo, talvez estivesse passando da hora de trazer umas boas imagens planetárias para esta página.
Estamos num momento especial para astrofotografia planetária. Neste momento, os três melhores planetas para fotografia estão visíveis no céu, durante grande parte da noite. Entre eles, destaque para Marte, que, próximo do oposição, está ficando visivelmente maior a cada dia.

Todas as imagens abaixo foram capturadas na mesma noite, da varanda de meu apartamento, em Brasília, com um telescópio refletor newtoniano Orion UK VX 8 F4.5, câmera Expanse mono, extensor focal 5x e filtros RGB, sobre uma montagem HEQ5.


Júpiter - sem a Grande Mancha Vermelha ou algum Lua Galileana aparecendo, o planeta perde um pouco de seu charme, ainda assim é uma visão espetacular.

A noite começa com Júpiter, que já está um pouco alto no céu quando acaba de escurecer. Pelo menos do meu apartamento, está geralmente fotografável no momento de melhor seeing. Como meu apartamento é apontado para o leste, depois da meia-noite fica muito difícil fazer um bom registro do gigante gasoso. Então preciso montar o equipamento cedo.



Marte - de longe o meu melhor registro do planeta vermelho. Infelizmente o seeing ruim fez com que o melhor resultado fosse atingido pela integração de somente 10% dos doze mil frames capturados.
 Marte aparece algumas horas depois de Júpiter. Está fotografável perto de uma da manhã. O Planeta Vermelho próximo da brilhante e também vermelha estrela Antares. Atualmente, está com cerca de 13 segundos de arco de diâmetro aparente. Deve aumentar para 18 segundos no fim de maio, seu tamanho máximo nesta oposição. Será bem menos do que os espetaculares 24 segundos da próxima oposição, em 2018, mas já é bem melhor do que os 15 segundos de 2016. Para efeito de comparação, o diâmetro aparente de Júpiter varia de 30 a 50 segundos de arco.

Saturno, fotografado com câmera monocromática. Acho que errei nas cores e, infelizmente, o seeing também estava ruim na hora da captura.
Saturno aparece quase junto com Marte, poucos graus abaixo do planeta vermelho. Essa proximidade faz que, caso exista limitações de sua visão para o céu, como ocorre em meu apartamento, você tenha que dividir o tempo de captura entre os dois planetas.
A fotografia planetária tem sido uma experiência das mais interessantes para mim. Ela tem algumas dificuldades em relação a céu profundo. É muito mais difícil apontar para um objeto quando a distância focal usada é de mais de quatro metros e o sensor da câmera ainda é muito menor. Também acho mais difícil para focalizar. Por outro lado, a montagem não precisa estar perfeitamente alinhada com o polo, não há necessidade de autoguiagem e você está sempre fazendo alguma coisa, nem que apenas corrigindo para o planeta não sair do limitado campo de visão da câmera planetária, que deve ser reduzido ao máximo para garantir mais frames por segundo.
Eu estou louco para novas imagens de céu profundo, mas com esse desfile de planetas no céu, não dá pra ignorar que esta é uma época especial para estes objetos.

domingo, 1 de março de 2015

Yes! Nós temos planetas!


Júpiter, registrado na noite de 25 de fevereiro, por volta das onze horas, da varanda do meu apartamento. Telescópio: Refletor de 200mm, câmera: Expanse 120 mono.


E eu sigo na minha saga para conseguir boas fotos planetária! Enquanto a Via Láctea ainda surge somente no fim da madrugada,eu vou aproveitando para praticar este tipo de fotografia, que tem se mostrado muito diferente da fotografia de céu profundo.

Aos poucos vou melhorando. Voltei à astrofotografia planetária porque ia falar sobre ela no livro de astrofotografia que estou escrevendo e sentia falta de uma boa imagem planetária para ilustrar os capítulos referentes a este tipo de registro. Eu achava que sabia o suficiente sobre astrofotografia planetária para falar sobre o assunto, só não tinha uma imagem boa porque nunca tive um bom setup planetária.

A verdade é que estou descobrindo que realmente sabia muito pouco sobre astrofotografia planetária e minhas divagações sobre o assunto no livro seriam incrivelmente pobres. Estas últimas noites ao lado do refletor e da excelente câmera Expanse, e muitas outras processando imagens, tem se mostrado uma verdadeira escola pra mim. E tenho certeza que vou conseguir passar muito deste aprendizado no livro.

Enquanto vou aprendendo, deixo aqui meu melhor registro até agora, que mostra a grande mancha vermelha com bastante destaque. Trata-se de uma composição RRGB, em que o filtro vermelho tem duas funções, dar a cor vermelha e é responsável por todos os detalhes da imagem. Eu estou tendo algumas dificuldades com o filtro de Luminance, que teoricamente teria esta função. É muito comum até astrofotógrafos bastante avançados usarem o filtro vermelho para compor o Luminance, mas eu sinto que é possível resultados ainda melhores quando eu me entender com o filtro de Luminance. Espero em breve conseguir estes registros.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Voltando à Astrofotografia Planetária - Testando a câmera Expanse e o Refletor de 200mm




Júpiter em RRGB com Telescópio Refletor de 200mm F4.5, Extensor Focal de 5x e Câmera Mono Expanse.


Fotografia planetária nunca foi o meu forte. Eu até ensaiei alguns passos no início deste blog, mas nunca tive o equipamento adequado e sempre enfrentei seeings horríveis dos meus locais de  observação urbanos. E o sucesso na astrofotografia de seu profundo, aliada a minha constante falta de tempo para praticar este hobby, que é o meu preferido, me levaram a concentrar meus esforços em nebulosas, quase que abandonando a astrofotografia planetária.

Mas nos últimos meses eu finalmente dei alguns passos para entrar pra valer no registro de planetas. Primeiro adquiri um refletor de 200mm da Orion UK, que apesar de alguns problemas nos anéis de fixação e no focalizador, claramente tem uma óptica fantástica. Depois adquiri um extensor focal 5x, acessório fundamental para astrofotografia planetária, já que os 900mm de distância focal do refletor não seriam o suficiente para aproximar os planetas. Por fim, adquiri uma câmera monocromática dedicada a astrofotografia planetária, a nova Expanse, vendida pelo Armazém do Telescópio. Como eu já tinha uma roda de filtros e um conjunto de filtros LRGB. Bastava um céu limpo para começar.

E verdade é que eu demorei um pouco para estrear a Expanse, que ficou alguns meses guardada na caixa, mas como a varanda de meu apartamento está voltada para o Leste, estou num momento com poucas nebulosas para registrar, já que o Braço de Orion já está indo embora muito cedo e o de Sagitário ainda aparece muito tarde. Assim eu devo dedicar os meus próximos dois meses ao registro de planetas.

Não foi nada fácil começar na astrofotografia planetária. Todo o processo é muito diferente de se fotografar objetos de céu profundo, principalmente com uma câmera monocromática. A diferença mais sentida pra mim é a distância focal. Estou acostumado a fotografar com lentes de 50mm a 200mm e com telescópios de 600mm a 900mm. Pular para 4500mm, e com um sensor pequeno como o da Expanse, não é coisa simples. A buscadora tem que estar perfeitamente alinhada com o telescópio, caso contrário não tem santo ou Go-to que fará o planeta aparecer no sensor. Felizmente a minha buscadora, uma 9x50mm com diagonal, é firme e com imagem muito boa, fazendo encontrar o objeto a missão mais fácil da noite.

A maior dificuldade na primeira noite foi me entender com todo o processo mesmo. A montagem não estava bem alinhada e o telescópio estava bem descolimado. Eu fiz a colimação, com uma ocular de colimação, mas tentei alinhar a montagem depois, mas a movimentação fez o telescópio descolimar outra vez. Eu também fiquei perdendo tempo com vários ajustes de imagem até perceber que o melhor era zerar o ganho e filmar em 16 bits. Essa última questão foi algo de que gostei muito na Expanse e que certamente ajuda a explicar por que essas novas câmeras são melhores do que as Imaging Source, que trabalhavam em 8 bits.

O resultado da primeira noite não me deixou o cara mas feliz do mundo. Por incrível que pareça, eu só fiz uma captação de Júpiter da forma correta, com o ganho no mínimo e 16 bits, mas captei muito poucos frames. Foram 500 para o Luminance e cerca de 200 para cada cor. Depois, conversando com amigos, entendi que podia, e devia, ter captado muito mais. Da próxima vez devo inclusive eliminar a captação com o filtro L e somente captar com os filtros coloridos, por que, diga-se de passagem, achei o resultado da imagem com filtro vermelho muito superior em nível de detalhes a imagem captada com o filtro de Luminance.

O primeiro resultado não me empolga muito, mas eu vejo claramente que há muitas coisas para se melhorar. Com mais captações corretas e mais frames, espero resultados bem superiores no futuro.

O Setup Planetário, pronto para uso!


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

"Ocultação" de Júpiter pela Lua



Não é comum eu poder estar com o telescópio a postos quando tem algo interessante no céu. Ainda mais nesta época do ano, mais ainda no meio de semana. Mas hoje decidi acompanhar a suposta ocultação de Júpiter pela Lua. Bem, acho que aqui em Brasília a Lua não chegou a ocultar totalmente o planeta. A gif animada abaixo, feita a partir do Stellarium, mostra como Júpiter passou pela Lua no dia de hoje para quem estava em Brasília. O planeta chegou a ficar bem perto, mas não foi ocultado. Já quem mora no estado de São Paulo, viu Júpiter ser totalmente encoberto.

A imagem acima foi feita com uma câmera Imaging Source DMK21AU04.AS, emprestada de um amigo do CASB, colocada no meu ED102mmF7, que por sua vez estava sobre a montagem CG-5GT. Também foi usada a Shorty 2X Barlow. O céu estava bem embaçado pelas nuvens, por isso a foto me surpreendeu. Se olhar com mais atenção na imagem da Júpiter você vai perceber, que a sombra de uma das suas Luas estava cruzando o disco do planeta na hora foto. Trata-se de Ganimedes.


Como a ocultação foi vista a partir de Brasília

domingo, 7 de outubro de 2012

Júpiter com a DMK21AU04.AS - Primeira imagem com filtros RGB


Ontem foi dia de visitar meu amigo Gabriel, que possuí um C11 e estava estreando uma possante montagem Losmandi G11. A gente queria aproveitar também para tentar uma foto de Júpiter com a DMK21AU04.AS. Vale lembrar que não se trata mais da minha câmera, que foi vendida essa semana, mas do Gabriel, que comprou também uma DMK41AU02.AS, que diga-se de passagem, ele me emprestou ao final da noite.

Infelizmente não conseguimos fazer o Go-To da G11 funcionar. O Gabriel deve pedir ajuda para um amigo que possuí uma montagem igual e que provavelmente vai explicar o que não conseguimos entender na montagem. Então colocamos o C11 sobre a boa e velha CG-5 mesmo, mais a roda de filtro L-RGB, os filtros e a DMK21 e tentamos a que seria a minha primeira foto RGB. Haviam outros astrônomos amadores no local, mas a captação foi feita basicamente por mim e pelo Gabriel. O processamento foi feito por mim.

A imagem ficou boa, foi minha mellhor foto planetária. Juntar as imagens monocromáticas para criar a imagem colorida foi muito fácil e as cores ficaram excelentes. Só lamento que o nível de detalhes apresentado pela imagem final tenha sido fraco para o nível do equipamento usado. Muita coisa pode ter atrapalhado. Em cima da CG-5 o C11 balança muito, não foram capturados tantos frames e o C11 pode não estar tão colimado. Apesar de tudo é uma evolução e ver que juntar imagens monocromáticas é algo tão simples, me deixa muito animado. Já na semana passada que acabei decidindo não vender meu conjunto de filtros e vou esperar para ter condições para comprar uma Atik 383 monocromática. E semana que vem devo tentar umas fotos de céu profundo com a DMK41 emprestada pelo Gabriel.

Deixo para vocês um vídeo que mostra como juntei os canais RGB. Talvez tenha ficado meio corrido, mas acho que dá pra entender bem nas partes principais.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Minhas fotos da Conjunção da Lua com Júpiter em 2 de janeiro de 2012

Mais umas fotos para mostrar como apenas uma boa câmera, mesmo sem telescópio ou montagem equatorial, podem render boas fotos astronômicas. No post anterior eu havia dito que uma das coisas legais de se fotografar com câmera fixa eram as conjunções entre os astros do nosso sistema solar. Então ontem, quando vi Júpiter bem próximo da Lua, coloquei a Canon T2i sobre um tripé de máquina fotográfica e arrisquei algumas imagens:

A Lua e Júpiter sobre o horizonte, em frente ao apartamento onde moro
Nuvens passam em frente aos astros, a diminuição do brilho revela detalhes da superfície lunar, mas Júpiter quase some

Com mais tempo de exposição a Lua até parece o Sol, mas surgem estrelas em volta e até as luas de Júpiter tornam-visíveis com a câmera em 50mm.

domingo, 20 de novembro de 2011

Foto de Júpiter e suas Luas montada no PhotoShop

Júpiter e suas Luas, da esquerda para a direita, Ganímedes, Io e Europa.

Madrugada de Sábado com céu limpo aqui no Guará, contrariando a metereologia que apontava para uma noite chuvosa. Então, às duas da manhã, quando Júpiter está finalmente fazendo pose na janela do meu apartamento, eu arrasto o ED de 102mm com a montagem Celestron CG-5GTpara tentar uma boa foto do planeta.

Eu também estava estreando uma Barlow nova, a Ed de 3x da GSO, que comprei no armazém do Telescópio. Bem eu tenho que dizer que esperava mais dessa Barlow, mas pode ser que eu esteja apenas me adaptando ao equipamento novo. 

Eu também queria tirar uma foto de Júpiter com seus filhotes, melhor dizendo, as Luas Galilenianas que estão sempre acompanhando o planeta. Mas não é fácil fotografar o planeta com as Luas. Quando eu aumento a exposição, elas aparecem, mas o planeta vira um disco branco, sem nenhum detalhe. Quando eu diminuo a exposição, detalhes da atmosfera planetária aparecem, mas as Luas somem. Então a solução é tirar duas fotos, uma com o sensor bem lento e outra com ele bem rápido e juntar as duas no Photoshop, trocando o disco branco que aparece junto com as luas, por um com os detalhes da atmosfera. Não sei até que ponto isso é honesto, mas pelo menos funciona.

sábado, 12 de novembro de 2011

Primeira Foto de Júpiter da Janela do Apartamento

Para essa foto foram usados os melhores 250 frames de um video com 2500 em 60FPS>

Finalmente Júpiter está dando as caras na janela do meu apartamento, que é virado para o Oeste, isso se eu tiver forças para ir dormir bem tarde. Ontem, como era sexta-feira, pude arriscar umas imagens do planeta. Para isso usei o Orion 102mm ED sobre a montagem Celestron CG-5GT. Como a distância focal deste telescópio é pequena, empilhei duas Barlows de 2x para aumentar em 4x o aumento natural do meu telescópio com a câmera Celestron Neximage.

O seeing estava péssimo, por isso mandei ver 60 frames por segundo na Neximage. Recentemente descobri que a Neximage não é apenas uma SPC900nc com a embalagem da Celestron. Além da vantagem de já vir pronta para botar no telescópio, enquanrto para a SPC900nc é necessária a aquisição ou a construção de um adaptador, a Neximage também tem agrande vantagem de vir com entrada USB 2.0, enquanto a SPC900nc da Philips tem entrada USB 1.0. Por isso não é possível filmar em 60 frames por segundo com a SPC900nc sem que haja compressão de vídeo. Já com a Neximage não há nenhuma alteração na qualidade da imagem ao se filmar com 60 frames por segundo, o que é muito bom.

Deve ser por isso que as câmeras DMK da Imaging Source só tinham entrada FireWire e só passaram a ter entrada USB quando foi criada a 2.0.

Sempre lembrando que meu equipamento não é o ideal para fotografia de Júpiter, o equipamento ideal para fotografia planetária foi o que mencionei neste post. Mas como vocês podem ver pela foto acima, é possível brincar de fotografar planetas. Pena que a Grande Mancha Vermelha estava do outro lado esta noite, poís eu ainda não consegui fotografá-la.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Minha primeira foto de Júpiter com o Orion Premium ED


Eu ainda não tinha tirado uma foto de Júpiter com o meu setup novo. O grande problema é que o planeta ficou muito tempo atrás do Sol e nós últimos meses tem aparecido muito tarde, sendo que na janela do meu apartamento, virada para o leste, é ainda impossível vê-lo antes do amanhecer (talvez até seja possível, mas eu nunca fiquei acordado até tão tarde, rsss). Além disso, quando eu tive a oportunidade de vê-lo durante o Enoc  e o EBA, estava tão concentrado com objetos de céu profundo que não dei chance para o gigante gasoso.

Mas esse fim de semana, na pousada Citates, perto de Formosa, a Lua apareceu cedo e matou qualquer chance de uma boa foto de alguma nebulosa ou galáxia. Então o negócio foi tentar minha primeira foto de Júpiter com o Orion premium ED de 102mm. Para isso usei a Neximage, acoplada a duas Barlows para aumentar em 4 vezes a distância focal do telescópio.

Infelizmente na horário em que eu fotografava o planeta, ele ainda estava muito baixo no horizonte e por isso a imagem foi prejudicada. Reparem que ela ficou esverdeada embaixo e em cima. O Sandro Rosa, astrofotógrafo mais experiente que estava comigo, disse que se Júpiter estivesse mais próximo do Zenite, isso não aconteceria.

Realmente o seeing não estava bom sendo daqueles momentos em que parece que você estava vendo o planeta debaixo da água, então para as condições enfrentadas, a foto ficou razoável. Imagino que ainda poderei conseguir imagens muito melhores de  Júpiter e isso me deixa feliz!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Novas Fotos da Lua ontem, com um telescópio refrator de 90mm, barlox 2x e ocular de 10mm.

Eu agora estou com meu velho telescópio refrator de 90mm em casa, no meu apartamento em Brasília. A minha mãe ficou muito triste de eu ter tirado ele da chácara. Ela achava que a sala ficava linda com o telescópio no canto e ficava encantada ao ver como sempre que uma criança ia para a chácara, ela ia direto para ele.

Mas eu nunca vou melhorar em astrofotografia se não praticar muito. E vou dizer, os últimos dias tem mostrado como as coisas são duras. Até o momento não consegui nenhum resultado que pudesse dizer que foram melhores do que aqueles que consegui com a antiga máquina polaróid de 1,3 megapixeis que comprei no mercado livre, cinco anos atrás, como mostrei aqui.

Também tem me faltado um dia decente, com céu aberto toda a noite, principalmente no fim de semana.

Esses dias consegui tirar esta foto de Júpiter, que não foi melhor do que aquela que consegui cinco anos atrás.



Ontem decidi tirar umas fotos da Lua. Nuvens passavam o tempo todo em frente ao satélite da Terra, por isso não tive muita tranqüilidade. Mas usando uma ocular plossi de 10mm, uma barlow de 2x e uma câmera Bloggie, que filma em alta resolução, consegui as imagens abaixo.


Essa daqui destaca a cratera de Tycho, bem ao centro. A foto foi processada em preto e branco
Esta outra mostra a cratera Copernicos, a esquerda, e novamente Tycho, a direita. E possível também ver claramente o mar Homorum, no alto a direita. Esta foto foi processada em cores, repare na sutil diferença.

Eu tenho usado um adaptador comprado na astroshop que conecta a câmera ao telescópio, mas ainda não consegui aproveitar todo o potencial dele. Queria ter tido tempo para tirar algumas fotos com uma ocular ortoscópica de 6mm que tenho, mas ontem acabou não dando. Tenho certeza de que daqui algum tempo conseguirei fotos melhores.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

As primeiras fotos que tirei com um telescópio refrator de 90mm - Júpiter, Saturno e Lua

Aproveitando que estou começando a falar de Astronomia aqui no meu blog, resolvi colocar aqui algumas fotos que tirei com meu telescópio. Estas foram as primeiras fotos que consegui tirar com ele.

A técnica foi mais do que simples. Eu aproximava a câmera, uma Polaróide de 1,3 megapixels ,da ocular e tentava fotografar a imagem que aparecia nela. Vejam os resultados:

Júpiter - Duas faixas enormes são visíveis. Essa imagem ficou até próxima daquilo que vejo com meus próprios olhos ao observar pelo Refrafor de 90mm, com a diferença que as quatro maiores luas do planeta seriam visíveis, inclusive suas sombras sobre o planeta.

Os anéis de Saturno ficaram claramente visíveis nessa fotografia, mas nem sinal da divisão de Cassini, que é claramente visível quando se olha pelo telescópio com seus próprios olhos.

A Lua vista por uma ocular de 25mm

Aqui uma vista da região da lua onde no momento da foto a parte iluminada se misturava com a parte sobre as sombras. Normalmente é onde se tem as melhores imagens das crateras lunares.

Aqui um belo detalhe que mostra os Montes Apeninos, com a grande Cratera Copérnico a esquerda..
 
Aqui podemos ver a espetacular cratera de Tycho (a direita). Repare que é possível ver que o impacto do meteoro espalhou material por centenas de quilômetros.
Estas fotos foram tiradas com um telescópio igual ao da foto abaixo, um refrator acromático com 90mm de abertura e 910mm de distância focal, fixado a uma montagem alt-azimuta.

Com um refrator de 90mm é possível tirar fotos melhores do que as que mostrei, para isso eu precisaria de uma montagem diferente (o tripé), uma câmera mais adequada e, é claro, praticar mais. Mas eu fiquei muito feliz com o resultado inicial.

Um grande Abraço