sábado, 18 de agosto de 2018

Galáxia do Superman - NGC 7479




É um pássaro? é um avião? não! É a galáxia do SuperMan (NGC 7479). Local perfeito para um roteirista de Hollywood apontar como a galáxia que abriga o planeta Krypton.

A imagem acima está invertida horizontalmente de propósito, para mostrar a semelhança com o símbolo do Superman. Mas é interessante pensar que a maioria dos telescópios mostra a imagem invertida devido à forma como a luz é desviada por espelhos e lentes, logo será assim que você verá a galáxia em muitos equipamentos. Além disso, se você estivesse na direção oposta da Terra, a galáxia seria vista com essa forma.

É uma imagem simples, feita com o telescópio refrator de 102mm, que não é o mais indicado, e muito pouco tempo de exposição. Publiquei mais por ser um objeto ser interessante. Trata-se de uma galáxia barrada, localizada no céu na Constelação de Pégasus, a mais de cem milhões de anos-luz. Acho que é o objeto mais distante que registrei. Um registro futuro, com o refletor de 200mm, é praticamente obrigatório.

No último dia do EBA deste ano, decidi trocar o Refletor de 200mm pelo Refrator de 102mm devido às dores de cabeça que o refletor estava me dando. O grandão toda hora ficava descolimando. Eu tinha que, no meio da escuridão, tirar a câmera e a roda de filtros do porta ocular para realizar a colimação com a ocular cheshire. E mesmo travando todos os parafusos, o telescópio mudava a colimação durante a noite.

Mas apesar da captura com o refrator ser mil vezes mais pacífica do que com o refletor, inclusive me deixando mais tranquilo com a ventania que estava na última noite, na hora de ver o resultado, bate um arrependimento de não ter usado o Refletor. Para captura de galáxias, ainda mais uma tão distante, o uso de um refletor de pelo menos oito polegadas de abertura é obrigatório.

Telescópio: Refrator de 102mm F7
Câmera: Atik 314L+
Montagem: Sky-watcher HEQ5
Filtros: Optolong 1,25 LRGB
Luminância: 8x5min
RGB: 3x5min segundos cada cor

sábado, 11 de agosto de 2018

Fotografando com o Ioptron Skyguider e a QHY163m sem guiagem

Região de Sadr e Nebulosa Crescente (NGC 6888)
  H-alpha 73x1min
OIII 39x1min
SII 27x1min


Um dos dois setups que usei no Décimo Primeiro Encontro Brasileiro de Astrofotografia foi o Ioptron Skyguider Pro carregando a câmera monocromática QHY163m com a lente de 200mm F2.8. Este é o que eu chamo de um setup portátil, que dá pra carregar com um braço, um levar numa viagem de avião. Eu já usei esse setup antes, em dois encontros astronômicos, mas desta vez, não pude usar a já comprovada eficiente guiagem do Skyguider Pro. Como também estava com o Telescópio Refletor de 200mm sobra a HEQ5, fotografando galáxias, o setup de maior aumento e menos campo não podia ficar sem a ajuda da guiagem.

Nebulosas Running Chicken (IC2944) e Estátua da Liberdade (NGC 3572)
  H-alpha 66x1min
OIII 8x1min
SII 8x1min


Foi então uma boa oportunidade para ver como o Skyguider Pro se comportaria com a lente de 200mm sem o apoio da guiagem. Para quem não leu os posts anteriores, com guiagem eu consegui frames de três minutos com o Skyguider Pro. Sem guiagem eu sabia que não ia conseguir mais do que um minuto por frame e foi exatamente com frames de um minuto que fotografei.

Sem guiagem e perfeitamente alinhado com o polo celeste, o Skyguider consegue tranquilamento frames de um minuto de exposição, mas a diferença é que agora muitos dos frames saem apresentando rastro, com estrelas pra lá de ovaladas. Posso dizer que, para cada frame bom, um fica ruim, enquanto com guiagem todos os frames ficam perfeitos.

Nebulosas do Véu registradas em HalphaRGB
  H-alpha 96x1min (bin 2x2)
RGB - 15x1min cada cor. (bin 1x1)


Uma coisa boa do uso do Skyguider com a lente de 200mm sem guiagem é que, apesar do grande número de frames problemáticos, após cerca de duas foras de captura, é possível continuar fotografando sem precisar ajustar o enquadramento. A perda de área é quase insignificante. Mas deve-se ficar esperto. O deslocamento dos frames somente para uma direção, numa câmera com sensor CMOS, tente a gerar linhas nas áreas mais escuras na imagem.

Apesar das limitações, fiquei muito feliz com o resultado final das imagens. O mérito vem principalmente da câmera QHY163m e sua versatilidade incrível. Primeiro, elevei o ganho da câmera, o que, apesar de aumentar o ruído, aumenta muito a sensibilidade. E o ruído pode ser bastante reduzido quando se captura muitos frames. Também utilizei binning 2x2 nas capturas. O binning 2x2 soma o brilho de cada 4 frames para gerar uma imagem mais brilhante, embora com quatro vezes menos resolução. No fim ainda temos uma resolução ainda muito boa de 4 megapixels e o uso de Drizzle 2x na integração, que aumenta os single frames duas vezes antes de integrá-los, compensa a perda de resolução do binning 2x2.

Nebulosas América do Norte (NGC 7000) e Pelicano
  H-alpha 86x1min
OIII 18x1min
SII 18x1min

Eu acabei usando todos os frames capturados nos registros, embora o aconselhável seja selecionar os melhores. Fiz isso por que acredito que ajuda a reduzir o ruído. Eu talvez refaça algumas das fotos apresentadas aqui em oportunidades futuras de captura, com frames de 3 minutos e talvez sem o uso do binning. Talvez consiga resultados ainda mais interessantes.

O Skyguider Pro com a QHY163m e lente de 200mm F2.8 Canon EF USM II