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sábado, 16 de setembro de 2017

A Árvore e a Galáxia

A Árvore é a Galáxia.
Frame único de 80 segundos em ISO 3200.
Câmera Canon T2i
Lente EF-S 10-22mm f/3.5-4.5 USM
 .


Eu não faço muito astrofotografia de frame único, de composições da Via Láctea com paisagens. Geralmente isso ocorre por falta de tempo (estou com a câmera numa montagem, preferindo Wide Field com muitos frames) ou por que acho que câmeras com sensor cropado, como a minha Canon T2i (550D) não são as mais adequadas para o serviço, sendo preferível, câmeras com sensor Full Frame, como a Canon 6D, um de meus sonhos de consumo.

Mas a imagem que você veem acima me deixou  mais animado quanto a capacidade de astrofotografia com paisagens de minha Canon T2i, ainda mais neste momento que não tenho uma montagem portátil para levar para eventos e viagens e fazer Wide Field, depois que vendi o Ioptron Skytracker. O desempenho, principalmente num ISO tão levado (3200), me surpreendeu para esta câmera num único frame.

A imagem na verdade foi feita para a composição de um star trail, mas eu cometi um erro, o intervalo entre os frames ficou mais alto do que deveria. Isso aconteceu por que a lente usada, com 10mm de distância focal, tem um campo muito grande e se as estrelas próximas ao Polo Sul andam muito pouco, as da linha do equador andam muito mais rápido. O resultado foi que as estrelas da parte de cima da imagem ficaram picotadas, ficando a imagem de frame único melhor do que o Star Trail.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

A Super Lua de 14 de Novembro - Nem sempre um evento astronômico é motivo de alegria.

Super Lua de 14 de Novembro. Registrada da varanda de meu apartamento.


Na noite de 14 para 15 de Novembro, tivemos a maior Super Lua dos últimos tempos. Este é um evento que sempre causa grande mobilização na Internet, mas confesso que não acho a Super Lua dos acontecimentos celestes mais interessantes. Trata-se de uma Lua Cheia que ocorre quando nosso satélite está num ponto mais próximo de sua órbita em relação à Terra, que pode ser até dez por cento mais próximo do que quando ela está no ponto mais distante. De fato, acho conjunções planetárias,   eclipses lunares e muitos outros eventos bem mais interessantes. Mas pelo menos é melhor do que a "Lua Azul".

Para um fotógrafo, algo que "tira um pouco o brilho" da Super Lua é o fato de que não é exatamente um evento fotografável. Perceber a diferença entre uma foto da Lua cheia no horizonte durante a Super Lua ou numa Lua Cheia normal não é das tarefas mais fáceis. Na verdade, o barato está mesmo em dizer: fiz a foto durante a Super Lua. Fora isso, configurações de exposição e lentes tiram quaisquer diferença perceptível entre uma Super Lua e uma Lua Cheia normal.

Um tipo de composição interessante é fazer um registro durante uma Lua Cheia normal e depois fazer, com o mesmo equipamento, um registro da Lua cheia durante a Super Lua, colocar as duas imagens lado a lado, com o centro recortado, e apresentar uma comparação entre os eventos.

Aqui em Brasília, a noite da Super Lua foi bem nublada, com um pouco de abertura lá pelas nove da noite. Eu estava gripado, então não pude ficar muito tempo na varanda fazendo registros. O meu preferido é o que você vê acima do post, com a lente de 11-22mm em 18mm. Vemos a já manjada vista de meu apartamento, com a Lua passando atrás das nuvens. 

Algo que me deixa muito triste quando ocorrem eventos como a Super Lua é a quantidade de foto montagens que se espalham pela internet. Há todo tipo de absurdo e recortes tão mal feitos que me deixam constrangido. Mas o pior é ver que estes recortes muitas vezes são mais compartilhados nas redes sociais do que fotos autênticas, feitas por fotógrafos ou astrotógrafos que se deslocam para pontos distantes, com equipamentos caros, até mesmo colocando a própria segurança em risco, para trazer ângulos originais da Super Lua. Vale lembrar que estas fotos autênticas muitas vezes apresentam a Lua não com todos os seus detalhes, mas apenas como uma mancha branca, como ocorre na imagem do alto do post. Isso é devido a imensa diferença de brilho entre a Lua e o resto da paisagem. Enquanto isso, gente que se diz fotógrafo copia e cola uma foto da Lua sobre a sua imagem sem a menor vergonha, para que as pessoas pensem que ele conseguiu captar a Lua em todos os detalhes junto com a paisagem.

É importante dizer que fazer a Lua aparecer em todos os detalhes nas imagens, na maioria das vezes, não se resolve somente com HDR. Quando se aumenta o tempo de exposição para se pegar com mais detalhes a paisagem, a Lua não apenas fica estourada, toda branca, mas também aumenta muito de tamanho, pois o estouro dos pixels tende a se espalhar no sensor da câmera. Na imagem do alto do post, o círculo aparente da Lua era umas quatro vezes menor do que a mancha branca que aparece no registro da câmera.  Para resolver este problema, alguns fotógrafos aumentam o tamanho da Lua na foto, para não ficar uma mancha branca na imagem. A verdade é que isso ocorre na maioria das fotos em que você viu detalhes da Super Lua em composições com paisagens.

Esta comparação mostra dois registros da Lua Cheia com DSLR e lente de 200mm. Com as mesmas configurações, ao se aumentar o tempo de exposição, surgem belas nuvens na imagem, mas aumenta-se também o tamanho aparente da Lua. Não é possível corrigir essa mancha apenas fazendo-se uma composição das imagens. Por isso, Muitos fotógrafos recortam e aumentam o tamanho da primeira imagem da Lua, para tampar completamente a mancha branca do segundo registro.

Resultando quando se aplica o que foi dito na imagem anterior. Acredito que você já deve ter visto coisa parecida na Internet

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Grande Nuvem de Magalhães - Aprimorando a Técnica de Fotografia em Tripé Fixo

A Grande Nuvem de Magalhães - 90 frames de 8 segundos em ISO 6400. Lente de 50mm - Canon T2i modificada e tripé fixo.

A fotografia em Tripé fixo é uma das técnicas mais interessantes para quem está começando na Astrofotografia. É de longe a forma mais simples, barata e portátil de se fotografar o céu. Para praticá-la basta uma câmera DSLR e um tripé de maquina fotográfica comum. É uma solução para quem tem pouco dinheiro em caixa e sabe que se tentar comprar câmera, telescópio e montagem neste momento, vai ficar endividado ou terá que sacrificar a qualidade dos equipamentos, optando por modelos mais baratos. E isso é Algo que quase sempre acaba em arrependimento.

Com cerca de mil e quinhentos reais numa câmera, quinhentos numa lente de 50mm F1.8 e mais uns quinhentos num tripé fotográfico de qualidade e um céu com pouco poluição luminosa você já está apto a produzir imagens como a que vemos acima, da Grande Nuvem de Magalhães, satélite da Via Láctea, a nossa galáxia.

A imagem acima foi produzida ano passado, numa rápida viagem a uma chácara, em Uberlândia. Com o uso de tripé fixo, temos enormes limitações de tempo de exposição por frame, antes que as estrelas produzam rastros, por isso os lightframes usados para a imagem acima tinham apenas 8 segundos de exposição cada. A Grande Nuvem de Magalhães ainda nos ajuda por estar mais próximo do polo. caso estivesse próximo do Zoodiaco, não teríamos mais do que cinco segundos de exposição por frame sem que as estrelas produzissem rastros.

Para compensar o baixo tempo de exposição por frame, temos que apelar para outros recursos: O principal é aumentar o ISO. Os frames desta imagem foram produzidos com ISO 6400, bastante elevado, admito. Para compensar o ruído que um ISO tão elevado produz, temos que fazer muitos e muitos frames. Quanto mais light frames você integrar, melhor o resultado final de sua imagem. Mas vale a pena. Uma frame de 8 segundos em ISO 6400 tem a claridade de uma frame de um minuto em ISO 800.

Outra opção foi abrir mais o diafragma da lente, o problema é que a degradação e as aberrações causadas por uma lente muito aberta não podem ser resolvidas com a aquisição de mais frames. A lente de 50mm, é extremamente ruim para astrofotografia em sua abertura máxima (F1.8), enquanto que em F4.0 a imagem fica quase perfeita. Quando eu tenho a disposição um bom acompanhamento, que me permita frames de até 4 minutos, eu fotografo com o diafragma em F4.0, mas sem acompanhamento eu abro a lente até o limite de uma imagem aceitável. Geralmente deixo a lente de 50mm aberta entre F3.2 e F2.8. Nessa configuração, durante o processamento é necessário um filtro de correção de distorção de lente, diminuindo o coma da imagem. Este processo gera uma pequena perda de campo, mas vale a pena. Uma lente em F2.8 é cerca de duas vezes mais rápida do que uma lente em F4.0.

O resultado é que um frame de 8 segundos em ISO 6400 com a lente em F2.8 equivale a frames de 2 minutos em ISO 800 e com a lente em F4. Sim, com muito mais ruído é claro, mas se nesses dois minutos você faz 16 frames em ISO 6400 e os integra, o resultado é uma imagem com quase, ou até mesmo menos ruído do que um frame único em ISO 800.



Detalhe da imagem do início do post.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Imagens com Tripé Fixo - Cometa C/2014 Q2 Lovejoy e Grande Nuvem de Magalhães

A técnica de astrofotografia de céu profundo em tripé fixo é uma das que acho mais interessantes em Astrofotografia, embora não pratique com tanta frequência. É de longe a forma mais barata e portátil de se fotografar o céu profundo. Para isto basta uma câmera DSLR, um tripé razoável que pode até ser dispensado com criatividade (eu às vezes simplesmente uso livros ou tijolos para posicionar a câmera) e, isso é muito importante, um céu bem escuro, longe da poluição luminosa e sem sinal da Lua em fases brilhantes.

Nas festas de ano novo eu visitei a chácara de meus pais. Sem espaço no carro, levei apenas a câmera, algumas lentes e o tripé fotográfico que me acompanha faz alguns anos, comprado por cerca de 300 reais na feira dos importados, em Brasília. Com alguns dias apresentando céu limpo, matei a vontade de astrofotografar com essa técnica.

A maior limitação quando se fotografa em tripé fixo é o tempo de exposição. Como não há acompanhamento, suas fotos não podem passar de poucos segundos, caso contrário, as estrelas começarão a apresentar rastros. É chato ter essa limitação de tempo, mas ela não impossibilita a fotografia. O milagre acontece através do empilhamento dos frames, no Deep Sky Stacker, ou outro programa de empilhamento. Com muitos frames, o ruído causado por ISOs elevados praticamente desaparece, por isso, para tripé fixo não é necessário ter vergonha de colocar o ISO na casa dos 6400, afinal, em astrofotografia eu aprendi que informação ruim é melhor do que informação nenhuma. Eu aconselho algo em torno de 50 frames para uma imagem com bem pouco ruído.

Ter uma lente rápida também ajuda na captação em tripé fixo. Como uma lente de abertura F2 é quatro vezes mais rápida do que uma F4, fotografar com lentes de boa abertura lhe permite grande vantagem em relação às lentes mais lentas. Boas lentes para tripé fixo, são, por exemplo, a 50mm F1.8, a 135mm F2.0 e a 200mm F2.8, entre outras. De todas elas, a 50mm F1.8 se destaca pelo excelente custo benefício, podendo ser encontrada por valores entre 400 e 500 reais no mercado livre ou feiras do Paraguai.

A 50mm F1.8 foi justamente a lente usada nas imagens abaixo, ainda mais por que vendi a minha 135mm F2.0 faz algum tempo e não estou com dinheiro para comprar a sonhada 200mm F2.8. Com um grande campo devido ao pouco aumento da lente, eu procurei alvos grandes para registrar. A Grande Nuvem de Magalhães, bastante alta no céu nesta época do ano era um objeto adequado, já o cometa C/2014 Q2 Lovejoy, centro das atenções dos astrônomos amadores neste começo de ano, embora pequeno para a lente, era um alvo inevitável.

A imagem da GNM foi feita com 100 frames de 8 segundos, enquanto o Lovejoy foi captado com 50 frames de 5 segundos. Os frames da GNM são maiores, porque o objeto está mais próximo do Pólo Celeste e ali as estrelas correm mais devagar, já o cometa estava bem perto do equador celeste e ali as estrelas correm rápido. Se eu tentasse frames mais longos as estrelas apresentariam rastros.

Abaixo, as duas imagens:

Cometa C/2014 Q2 Lovejoy - fotografado com lente de 50mm em tripé fixo. 50 frames de 5 segundos em ISO 6400, com a lente aberta no máximo (F1.8)

Grande Nuvem de Magalhães, com 100 frames de 8 segundos, com a lente de 50mm em F2.8

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Quinto EBA - Terceiro Dia - Star Trail no Pólo Sul


Deixo aqui mais uma foto em tripé fixo feita no Quinto EBA, mas completamente diferente das anteriores. Aqui a intenção não era alinhar as imagens para se conseguir uma imagem nítida da Via Láctea, mas captar o rastro das estrelas para mostrar a rotação do planeta Terra. É o que chamamos de Star Trail.

Para fazer essa imagem foram tiradas várias fotos de 20 segundos em ISO 1600. Os disparos foram feitos com um cabo disparador simples, por isso não houve intervalo entre as fotos. Infelizmente eu fiz a imagem num momento em que havia muita movimentação entre os participantes do EBA (inclusive alguém com uma forte lanterna de luz branca, que atrapalhou um bocado durante as noites). Na imagem também é possível ver a falsa estrela polar, feita pelos colegas do EBA. Ela ajuda a gente a alinhar o telescópio com a buscadora polar.

Como já estou tão habituado ao alinhamento, que acabei não usando essa estrela, mas isso se deve principalmente por que telescópios com Go-To podem ser alinhados sem o uso da buscadora polar, ou de outros métodos. É um truquezinho simples, que me foi ensinado pelo Sandro Rosa, do CASB: Quando você alinha o Go-To ele sempre pede duas ou mais estrelas para calibração. Quando você aponta para a primeira estrela, ela nunca está no centro da ocular (a não ser que você tenha dado muita sorte ou já estava com o telescópio na posição de outros dias). Neste momento o controle do Go-to pede para você posicionar a estrela no centro da ocular usando as setas do controle, mas na verdade você não deve fazer isso. Mova o tubo ótico manualmente, com os ajustes de longitude ou latitude da montagem (ou mesmo empurrando o tripe, para que a estrela fique posicionada no centro da ocular. Vale lembrar, você não deve movimentar o tubo do telescópio em relação a montagem, e sim movimentar a montagem para que o tubo se movimente até a estrela ficar no centro da ocular. Isso vai fazer um ajuste e tanto para o seu alinhamento polar. Mais para frente, quando acabar essa série do EBA, vou ver se faço um vídeo sobre isso, ando precisando dar uma acordada no meu canal do Youtube.

Para fazer a imagem acima usei um programa com um nome bem sugestivo: Startrails, que é muito simples e pode ser baixado no link a seguir. Se você tem uma câmera capaz de fazer exposição de alguns segundos em fotos contínuas e um céu razoavelmente sem poluição luminosa a disposição, já pode começar:

domingo, 5 de agosto de 2012

Quinto EBA - Terceiro Dia - Imagens em Tripé Fixo

 Via Láctea - Wide Field
Alto Paraíso - Goiás - 21 de Julho de 2012
Exposição 57x15 segundos ISO6400
Canon T2i modificada - Tripé Fixo
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+22 darks e 10 offsets)
Pós-Processamento - Photo Sho 4.0/IRIS

Chegamos ao terceiro dia do Quinto Encontro Brasileiro de Astrofotografia. Depois de uma maratona incrível de seis excelentes imagens no segundo dia, o dia seguinte seria totalmente diferente. Eu queria tirar esse dia para fazer fotos com a DBK 41AU02.AS, mas elas não ficaram boas. Por uma bobeira da minha parte eu fiz pouquíssimos dark frames. Me faltou paciencia para, após 60 light frames com um minuto de exposição, gastar mais uma hora com darkframes, o que resultou numa bola fora. As imagens com a DBK ficaram tão ruins que decidi não publicá-las, pois seria uma injustiça com a câmerazinha que já me deu belas imagens. Se eu tivesse dormido mais durante o dia, talvez a noite tivesse sido mais produtiva.


Mas enquanto eu fazia besteira com o telescópio e a DBK, eu não deixei a Canon T2i modificada parada. Coloquei ela num simples tripé fotográfico (que tenho a mais de quinze anos) e tirei duas interessantes fotos em tripé fixo. Vale repetir: tripé fixo é a astrofoto feita sem acompanhamento, com um tripé de câmera fotográfica comum e não uma montagem equatorial motorizada. A imagem acima mostra que é possível conseguir excelentes imagens feitas com essa técnica. E olha que a lente usada foi a 18-55mm que acompanha a minha câmera fotográfica e é considerada uma das lentes mais simples que existem, praticamente uma quebra-galho.

Para se fazer a imagem acima eu tirei 57 fotos com quinze segundos de exposição em ISO 6400, distância focal em 18mm e o diafragma da lente aberto ao máximo (3.5). Para calibração foram usados 22 Darks frames. Devido principalmente a câmera ser modificada, consegui uma imagem até melhor do que a que fiz ano passado, na chácara da minha família, feita com frames de 3 minutos em ISO 1600 e com acompanhamento motorizado com a câmera sobre a CG-5. Para mim o detalhe mais legal da foto acima é que, bem no meio da imagem é possível ver claramente a patinha da Nebulosa Pata do Gato - NGC 6334, algo que com a câmera não modificada seria improvável, ou no mínimo muito mais difícil.

Abaixo deixo outra imagem feita em tripé fixo, que embora não tão boa como a primeira deste post ainda é uma foto de que me orgulho, nela consegui capturar a nebulosa América do Norte, que está bem no meio da foto. Outras Nebulosas da Constelação do Cisne aparencem na imagem. Com frames de 25 segundos, acho que passei um pouco da conta no tempo de exposição e as estrelas ficaram com rastros, visíveis quando se vê a imagem em tamanho maior, mas isso na chega a estragar o resultado.

Região da Contelação de Cisne - Nebulosa América do Norte - Wide Field
Alto Paraíso - Goiás - 21 de Julho de 2012
Exposição 28x25 segundos ISO6400
Canon T2i modificada - Tripé Fixo
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+38 darks e 10 offsets)
Pós-Processamento - Photo Sho 4.0/IRIS

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Imagens em tripé fixo: A câmera como primeiro instrumento astrofotográfico

E um pouco comum colegas com cerca 1500 reais para gastar me pedirem um indicação de qual o melhor equipamento astrofotográfico que eles podem comprar com essa grana. Eles normalmente querem adquirir uma câmera, um telescópio e uma boa montagem com esse dinhero. Bem, nessas horas eu sempre começo uma pequena discussão ao dizer: "Compre uma câmera com esse dinheiro, e só!". Mas como a maioria das pessoas associa astrofotografia a telescópios, sem compreender que o telescópio é só mais um equipamento em astrofotografia e não o principal, eu sempre sofro muito para mostrar meu ponto de vista.

Por isso, na última semana, ajudado também pelo fato de estar sem carro, decidi que levaria para a chácara de meus pais, onde passaria o Natal, apenas a Canon T2i e um pequeno tripé fotográfico, para mostrar como está câmera, ou outras de mesmo nível, pode ser, por si só, um maravilhoso instrumento astrofotográfico, sem a necessidade de um telescópio ou mesmo uma montagem com acompanhamento.

Coloquei a câmera sobre o pequeno tripé que acompanha o meu travelscope, liguei ela ao netbook e comecei a tirar algumas fotos do céu, simplesmente fotografando em tempos de esposição que não permitissem rastros.

Também fiz uma coisa que para muitos astrofotógrafos seria uma maluquisse, botei o ISO em 6400, o que seria considerado um erro por muita gente, por que gera muito ruído, mas com 40 frames em média de cada imagem, calibrados com mais 30 dark frames, empilhados e tratados no Deep Sky Stacker, acho que consegui tirar muito bem o ruído que o alto ISO gerou. A captação foi toda feita com arquivos em RAW.

Mais próxima do Sul, consegui tirar fotos da Grande Nuvem de Magalhães com frames de 20 segundos.

Mais perto do zoodiaco, os frames da constelação de Orion foram mais curtos, mas deu até pra ver a Nebulosa de Flame

Acredito que ao se adquirir uma boa câmera fotográfica você conseguirá resultados muito superiores do que se tentar comprar um telescópio, uma montagem e uma câmera simples com esse mesmo dinheiro. Poderá ir tirando inúmeros boas fotos em WideField, como as duas acima e também de composições (paisagem+céu), de conjunções, meteoros, cometas, startrails, entre outros, com muito mais qualidade do que as fotos que conseguiria se tentasse comprar também um telescópio com esse mesma grana. Com 1500 reais você teria um telescópio, uma monaegem e uma câmera de baixa qualidades nas mãos, mas usando esse dinheiro para comprar só a câmera, você estará adquirindo um excelente equipamento. Com pouco mais de1500 reais é possível adquirir uma Canon T3 ou até uma T1i.

O conselho que daria seria continuar a juntar dinheiro e quando tivesse condições, comprasse uma boa montagem, que lhe daria condições de tirar fotos com tempo de exposição maior, podendo aumentar o zoom da câmera e tirar fotos incrívels. Deixe o telescópio por último!