quinta-feira, 27 de junho de 2013

Qual foto da Lua você prefere? Com ou Sem tratamento.

Vou levantar uma questão interessante aqui no Blog. Recentemente eu postei duas fotos da chamada Super Lua de 23 de junho, evento em que a lua está mais próxima da Terra durante a Lua cheia. As duas fotos foram muito bem recebidas pelas pessoas. Juntas totalizaram cerca de 2 mil partilhas no Facebook. Um recorde para este astrofotógrafo.

A diferença entre as duas fotos é que a primeira, foi publicada quase sem processamento, mostrando o disco da Lua quase todo branco. A segunda recebeu um tratamento mais apurado. Foi alinhada, teve as cores ajustadas, mas, acima de tudo, recebeu o complemento de uma outra foto da Lua, tirada alguns minutos depois, com um tempo de exposição muito menor. Neste segundo "frame" o cenário em volta estava todo escurecido e por isso os detalhes do disco apareceram claramente. 

Juntar imagens com tempo de exposição diferentes é uma técnica muito celebrada em fotografia, chamada HDR. ela é usada frequentemente por que os sensores das câmeras parecem ser muito mais sensíveis do que nossos olhos. Por isso, quando fotografamos uma pessoa contra a Luz, corremos o risco da foto mostrar apenas o contorno da pessoa, sem nenhum detalhe. Já em astrofotografia este tipo de artifício pode ser considerado uma alteração na imagem.

Por isso tudo estou publicando abaixo as duas imagens feitas durante a última Super Lua e, na enquete acima, peço para vocês votarem de qual imagem gostaram mais. Também acharia legal se comentarem os motivos no campo de comentários deste post.

Um grande abraço a todos.

                                                  A imagem da Lua SEM tratamento



                                                  A imagem da Lua COM tratamento


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Super Lua de 23 de junho, fotografada com a Lente de 135mm



Neste domingo foi dia de Super Lua. Dia em que a Lua cheia coincide com o momento em que a Lua está mais próxima da Terra. Um belo momento para fotografar nosso satélite natural nascendo no charmoso horizonte de Brasilia.

A foto acima, pra variar, foi feita da varanda do meu apartamento. Nem sequer tripé usei, apenas apoiei a câmera no muro da sacada. Para conseguir mostrar a detalhes da Lua e não apenas um disco branco, devido ao brilho excessivo de nosso satélite, tive que juntar duas fotos, uma mais brilhante, com destaque para a paisagem e outra, com tempo de exposição bem menor, feita para mostrar detalhes da Lua.

É isso aí pessoal, eu tive duas semanas ruins com astrofotografia. A minha CG-5gt deu problema. Não está acompanhando direito os astros, isso a apenas duas semanas do EBA. Mas uma H-EQ5 já está a caminho e o ânimo para o EBA está com forço total. Além disso, semana que vem uma pequena surpresa pode aparecer aqui, se um projeto que tenho para o fim de semana for bem sucedido.

sábado, 8 de junho de 2013

Nebulosa da Lagoa com a Atik 314L - Finalmente o CCD no telescópio!

A primeira da Atik no telescópio. O resultado me deixou muito feliz.

Demorou um tempão, mas finalmente fotografei um objeto de céu profundo com a CCD monocromática Atik 314L usando o ED de 102mm. Na verdade deste o dia 30 de outubro de 2012, sete meses atrás, eu não tirava uma foto utilizando telescópio (Estou desconsiderando as imagens feitas com o Fabrício, onde eu somente ajudei).

Fotografar com telescópio é muito mais difícil do que se fotografar com lentes. Principalmente num CCD com sensor pequeno como o meu. O campo é muito menor, a distância focal maior torna o alinhamento muito mais difícil, sendo praticamente obrigatório o uso de auto-guiagem, até por que em meu ED a captação de luz, em F7, é muito mais lenta do que nos F2.5 que costumeiramente uso na lente. Tudo isso me afastou um pouco da astrofotografia de céu profundo com telescópio nos últimos meses, tanto que no último Enoc eu nem cheguei a levar o ED.

Mas a verdade é que eu nunca desisti da astrofotografia com telescópio, pelo contrário, durante este período estive mesmo é melhorando o Setup, principalmente a auto-guiagem. A guiagem antes era feita atráves de um TravelsCope da Celestron, de 70mm colado aos anéis do ED 102mm com durepox. Agora é feita com um Miniguider de 50mm da Orion, que nada mais é do que uma buscadora de 50mm em que você pode colocar a sua câmera de Guiagem. Eu coloco ela no lugar da buscadora na hora de fotografar e deixo o setup muito mais leve do que antes. O baixo peso da Atik 314L+ e do conjunto para filtros de 1,25 também ajudam a tornar as coisas muito mais leves para a CG-5GT.

O Setup com o telescópio. Em cima, vemos a auto-guiagem com o Miniguider de 50mm e a DBK41.

O primeiro alvo escolhido para fotografar com  a CCD foi a Nebulosa da Lagoa, que se revelou um alvo fácil de achar por seu brilho, mas difícil de enquadrar devido ao grande tamanho para o sensor da Atik 314. Eu até admito que o ideal na foto acima teria sido girar a câmera 90 graus antes de começar a capturar os frames, mas tenho que dizer que estava muito difícil reconhecer o que eu estava vendo com os frames curtos que uso para fazer os ajustes de enquadramento (em média com 10 segundos de exposição).

O ponto mais importante da noite era, sem dúvida, testar a auto-guiagem com o miniguider. Eu sei que com o telescópio só vou conseguir imagens legais com exposições acima de 3 minutos, e em banda estreita (Hubble Palette) o ideal é até que seja mais do que isso. Por isso, se a auto-guiagem não corresse bem, pelo menos aqui da varanda do meu apartamento a astrofotografia com telescópio não teria futuro.

Mas para minha alegria a guiagem com o Miniguider funcionou perfeitamente. Bastou a primeira calibração no software PHD Guiding que a montagem passou a acompanhar perfeitamente a estrela de guiagem. Comecei com frames de quatro minutos, mas logo percebi que poderia aumentar para seis. Só foi uma pena que após três frames de seis minutos o céu começou a nublar, a guiagem se perdeu e achei melhor recolher as coisas, o que foi uma boa ideia, pois o céu não voltou a melhorar.

Apesar das nuvens, consegui três frames de quatro minutos e três de seis minutos, somando meia hora de exposição, o que é um tempo aceitável para um primeiro teste e considerei os resultados muito bons. Fico ansioso para novas fotos, onde a partir de agora, vou ver o universo ainda mais de perto.

Aqui juntei a imagem de ontem (Luminance) com outra capturada com a Canon T2i durante o Quinto EBA (RGB).