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domingo, 18 de fevereiro de 2018

O Tripleto de Leão, do Águas Claras

Tripleto do Leão - Registrado com refrator de 102mm e Câmera QHY163m.
Mesmo sob a enorme poluição luminosa de Brasília, eu sigo me aventurando fora das fronteiras da Via Láctea. O alvo agora foi o Conjunto de Galáxias Tripleto do Leão, registrado na madrugada de sexta para sábado, da varanda do meu apartamento, em Águas Claras.

O Tripleto do Leão é formado pelas galáxias M65 (abaixo, à esquerda), M66 (acima, à esquerda) e NGC 3628 (à direita). Estas três grandes galáxias estão a cerca de 35 milhões de anos-luz da Terra. As galáxias estão na direção da constelação que dá nome ao grupo, aparecendo no céu pouco depois do início da noite.

Não gostei tanto do fundo, com algumas manchas de sujeira impactando a imagem, mas os detalhes e as cores dos objetos ficaram muito bons. Eu acho esse conjunto belíssimo e existe enorme possibilidade que eu volte a ele quando estiver num céu escuro, se tiver a oportunidade, é claro.

Para esta fotografia, usei os filtros LRGB da Optolong e também um filtro CLS à frente da roda de filtros. Como é um filtro de 1,25 polegadas, acabei tendo muitos problemas com vinhetagem. Para continuar usando um filtro CLS, vou ter que trocar ele por um modelo de 2 polegadas ou passar a usar a ATIK314L, com um sensor menor. Ainda assim, sinto que posso evoluir muito com este tipo de fotografia da Varanda do Apartamento.

Foram 142 frames de um minuto, sendo 97 de Luminância e 15 para cada cor.
Telecópio: Refrator ED 102mm F7
Câmera: QHY163m
Montagem: Skywatche HEQ5.

Abaixo, vemos cada galáxia em detalhes:

Galáxia Espiral M65

Galáxia Espiral M66

NGC 3628 é conhecida como Galáxia do Hambúrguer

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Fotografando Galáxias da Varanda do Apartamento

Galáxias M96 e M95, capturadas com a câmera QHY163m, Telescópio Refrator 102mm e filtros LRGB Optolong



Fotografar galáxias da varanda do meu apartamento nunca foi algo que considerei como uma boa investida. Afinal, diferente de nebulosas de emissão, não há filtros que isolem bem a luz destes objetos da poluição luminosa de Brasília.

Mas nesta época do ano praticamente não há nebulosas de emissão visíveis da varanda do meu apartamento, apontada para o Leste e Norte. Sendo que neste momento as Nebulosas de emissão do início da noite estão todas a Oeste e as do meio da noite estão a Sul.

Mas sedento para sentar na varanda e viajar pelo céu, mesmo sabendo dos problemas com a poluição luminosa, resolvi arriscar, nem que fosse para brincar e registrar somente o borrão de algumas galáxias da varanda do meu apartamento. As escolhidas foram as galáxias M95 e M96, que caberiam juntas num único registro. Estas duas galáxias fazem parte do chamado Grupo M96 ou Grupo de Galáxias Leão I, que é um dos grupos do Super aglomerado de Virgem, do qual faz parte o Grupo Local, da Via Láctea.

A Galáxia principal do grupo M96 obviamente é aquela que dá nome ao Grupo. M96 aparece à esquerda na imagem. Ela é uma galáxia espiral a 38 milhões de anos-luz da Terra e tem magnitude aparente de 9,3. A vizinha, M95, está numa distância praticamente igual, mostrando como está ligada gravitacionalmente a M96, mas é um pouco mais pálida, com magnitude aparente 9,7.

A primeira limitação que enfrento ao registrar com filtros RGB da varanda do apartamento é no tempo de exposição por frame. Se eu tentar frames muito longos, o céu de fundo logo irá estourar a imagem. Os light frames da captura acima tem apenas um minuto de duração. Para tentar compensar frames mais curtos a solução é fazer muitos frames. A captação teve 141 frames somente de luminância, 15 frames com filtro vermelho, 20 frames com filtro verde e 14 com filtros azul.

O resultado final, embora humilde comparado com o que seria possível de uma área com céu escuro, até que me surpreendeu positivamente e me animou a seguir fazendo este tipo de registro e aperfeiçoar a técnica de captura.

sábado, 16 de setembro de 2017

A Árvore e a Galáxia

A Árvore é a Galáxia.
Frame único de 80 segundos em ISO 3200.
Câmera Canon T2i
Lente EF-S 10-22mm f/3.5-4.5 USM
 .


Eu não faço muito astrofotografia de frame único, de composições da Via Láctea com paisagens. Geralmente isso ocorre por falta de tempo (estou com a câmera numa montagem, preferindo Wide Field com muitos frames) ou por que acho que câmeras com sensor cropado, como a minha Canon T2i (550D) não são as mais adequadas para o serviço, sendo preferível, câmeras com sensor Full Frame, como a Canon 6D, um de meus sonhos de consumo.

Mas a imagem que você veem acima me deixou  mais animado quanto a capacidade de astrofotografia com paisagens de minha Canon T2i, ainda mais neste momento que não tenho uma montagem portátil para levar para eventos e viagens e fazer Wide Field, depois que vendi o Ioptron Skytracker. O desempenho, principalmente num ISO tão levado (3200), me surpreendeu para esta câmera num único frame.

A imagem na verdade foi feita para a composição de um star trail, mas eu cometi um erro, o intervalo entre os frames ficou mais alto do que deveria. Isso aconteceu por que a lente usada, com 10mm de distância focal, tem um campo muito grande e se as estrelas próximas ao Polo Sul andam muito pouco, as da linha do equador andam muito mais rápido. O resultado foi que as estrelas da parte de cima da imagem ficaram picotadas, ficando a imagem de frame único melhor do que o Star Trail.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Grande Nuvem de Magalhães - Aprimorando a Técnica de Fotografia em Tripé Fixo

A Grande Nuvem de Magalhães - 90 frames de 8 segundos em ISO 6400. Lente de 50mm - Canon T2i modificada e tripé fixo.

A fotografia em Tripé fixo é uma das técnicas mais interessantes para quem está começando na Astrofotografia. É de longe a forma mais simples, barata e portátil de se fotografar o céu. Para praticá-la basta uma câmera DSLR e um tripé de maquina fotográfica comum. É uma solução para quem tem pouco dinheiro em caixa e sabe que se tentar comprar câmera, telescópio e montagem neste momento, vai ficar endividado ou terá que sacrificar a qualidade dos equipamentos, optando por modelos mais baratos. E isso é Algo que quase sempre acaba em arrependimento.

Com cerca de mil e quinhentos reais numa câmera, quinhentos numa lente de 50mm F1.8 e mais uns quinhentos num tripé fotográfico de qualidade e um céu com pouco poluição luminosa você já está apto a produzir imagens como a que vemos acima, da Grande Nuvem de Magalhães, satélite da Via Láctea, a nossa galáxia.

A imagem acima foi produzida ano passado, numa rápida viagem a uma chácara, em Uberlândia. Com o uso de tripé fixo, temos enormes limitações de tempo de exposição por frame, antes que as estrelas produzam rastros, por isso os lightframes usados para a imagem acima tinham apenas 8 segundos de exposição cada. A Grande Nuvem de Magalhães ainda nos ajuda por estar mais próximo do polo. caso estivesse próximo do Zoodiaco, não teríamos mais do que cinco segundos de exposição por frame sem que as estrelas produzissem rastros.

Para compensar o baixo tempo de exposição por frame, temos que apelar para outros recursos: O principal é aumentar o ISO. Os frames desta imagem foram produzidos com ISO 6400, bastante elevado, admito. Para compensar o ruído que um ISO tão elevado produz, temos que fazer muitos e muitos frames. Quanto mais light frames você integrar, melhor o resultado final de sua imagem. Mas vale a pena. Uma frame de 8 segundos em ISO 6400 tem a claridade de uma frame de um minuto em ISO 800.

Outra opção foi abrir mais o diafragma da lente, o problema é que a degradação e as aberrações causadas por uma lente muito aberta não podem ser resolvidas com a aquisição de mais frames. A lente de 50mm, é extremamente ruim para astrofotografia em sua abertura máxima (F1.8), enquanto que em F4.0 a imagem fica quase perfeita. Quando eu tenho a disposição um bom acompanhamento, que me permita frames de até 4 minutos, eu fotografo com o diafragma em F4.0, mas sem acompanhamento eu abro a lente até o limite de uma imagem aceitável. Geralmente deixo a lente de 50mm aberta entre F3.2 e F2.8. Nessa configuração, durante o processamento é necessário um filtro de correção de distorção de lente, diminuindo o coma da imagem. Este processo gera uma pequena perda de campo, mas vale a pena. Uma lente em F2.8 é cerca de duas vezes mais rápida do que uma lente em F4.0.

O resultado é que um frame de 8 segundos em ISO 6400 com a lente em F2.8 equivale a frames de 2 minutos em ISO 800 e com a lente em F4. Sim, com muito mais ruído é claro, mas se nesses dois minutos você faz 16 frames em ISO 6400 e os integra, o resultado é uma imagem com quase, ou até mesmo menos ruído do que um frame único em ISO 800.



Detalhe da imagem do início do post.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Imagens com Tripé Fixo - Cometa C/2014 Q2 Lovejoy e Grande Nuvem de Magalhães

A técnica de astrofotografia de céu profundo em tripé fixo é uma das que acho mais interessantes em Astrofotografia, embora não pratique com tanta frequência. É de longe a forma mais barata e portátil de se fotografar o céu profundo. Para isto basta uma câmera DSLR, um tripé razoável que pode até ser dispensado com criatividade (eu às vezes simplesmente uso livros ou tijolos para posicionar a câmera) e, isso é muito importante, um céu bem escuro, longe da poluição luminosa e sem sinal da Lua em fases brilhantes.

Nas festas de ano novo eu visitei a chácara de meus pais. Sem espaço no carro, levei apenas a câmera, algumas lentes e o tripé fotográfico que me acompanha faz alguns anos, comprado por cerca de 300 reais na feira dos importados, em Brasília. Com alguns dias apresentando céu limpo, matei a vontade de astrofotografar com essa técnica.

A maior limitação quando se fotografa em tripé fixo é o tempo de exposição. Como não há acompanhamento, suas fotos não podem passar de poucos segundos, caso contrário, as estrelas começarão a apresentar rastros. É chato ter essa limitação de tempo, mas ela não impossibilita a fotografia. O milagre acontece através do empilhamento dos frames, no Deep Sky Stacker, ou outro programa de empilhamento. Com muitos frames, o ruído causado por ISOs elevados praticamente desaparece, por isso, para tripé fixo não é necessário ter vergonha de colocar o ISO na casa dos 6400, afinal, em astrofotografia eu aprendi que informação ruim é melhor do que informação nenhuma. Eu aconselho algo em torno de 50 frames para uma imagem com bem pouco ruído.

Ter uma lente rápida também ajuda na captação em tripé fixo. Como uma lente de abertura F2 é quatro vezes mais rápida do que uma F4, fotografar com lentes de boa abertura lhe permite grande vantagem em relação às lentes mais lentas. Boas lentes para tripé fixo, são, por exemplo, a 50mm F1.8, a 135mm F2.0 e a 200mm F2.8, entre outras. De todas elas, a 50mm F1.8 se destaca pelo excelente custo benefício, podendo ser encontrada por valores entre 400 e 500 reais no mercado livre ou feiras do Paraguai.

A 50mm F1.8 foi justamente a lente usada nas imagens abaixo, ainda mais por que vendi a minha 135mm F2.0 faz algum tempo e não estou com dinheiro para comprar a sonhada 200mm F2.8. Com um grande campo devido ao pouco aumento da lente, eu procurei alvos grandes para registrar. A Grande Nuvem de Magalhães, bastante alta no céu nesta época do ano era um objeto adequado, já o cometa C/2014 Q2 Lovejoy, centro das atenções dos astrônomos amadores neste começo de ano, embora pequeno para a lente, era um alvo inevitável.

A imagem da GNM foi feita com 100 frames de 8 segundos, enquanto o Lovejoy foi captado com 50 frames de 5 segundos. Os frames da GNM são maiores, porque o objeto está mais próximo do Pólo Celeste e ali as estrelas correm mais devagar, já o cometa estava bem perto do equador celeste e ali as estrelas correm rápido. Se eu tentasse frames mais longos as estrelas apresentariam rastros.

Abaixo, as duas imagens:

Cometa C/2014 Q2 Lovejoy - fotografado com lente de 50mm em tripé fixo. 50 frames de 5 segundos em ISO 6400, com a lente aberta no máximo (F1.8)

Grande Nuvem de Magalhães, com 100 frames de 8 segundos, com a lente de 50mm em F2.8

domingo, 10 de agosto de 2014

Sétimo EBA - Andrômeda com a Lente de 200mm FD

A Galáxia de Andrômeda, registrada com 40 frames de 2 minutos.


A Galáxia de Andrômeda, ou M31 é a rainha das galáxias no céu. Nenhuma outra galáxia aparece de forma tão espetacular como ela. Possui um comprimento aparente duas vezes maior do que o diâmetro aparente da Lua, é visível a olho nu da periferia de uma uma cidade média e é uma bela visão até para telescópios pequenos ou mesmo binóculos.

Com tanto brilho e tamanho, conseguir uma boa imagem de andrômeda era para ser algo fácil, mas quem já tentou obter uma grande imagem de M31 sabe que não é bem assim. Num céu com poluição luminosa um bom registro é quase impossível e mesmo num céu escuro, a imagem que aparece depois do empilhamento nada lembra algumas imagens espetaculares que vemos principalmente de alguns astrofotógrafos do norte. Sim, por que além de tudo, aqui no Sul ainda temos o problema de M31 estar baixa no horizonte, aumentando ainda mais o desafio.

A quarta noite do Sétimo encontro de Astronomia foi marcada pela chuva que a antecedeu, durante a tarde, e por um início com o céu totalmente nublado e até ameaçando algo pior. E como a noite anterior tinha sido de produtividade zero pra mim, por causa das nuvens, o resultado disso foi que, às onze horas da noite, eu estava dormindo. Felizmente um colega, que precisava de um acessório emprestado, bateu na porta do meu quarto avisando que o céu havia limpado completamente (e é claro, perguntando pelo acessório).

Uma hora depois, com o setup totalmente montado, era hora de testar pela primeira vez a lente de 200mm FD F2.8 da Canon com a DSLR. Esta lente eu comprei ano passado, no mercado livre. Lentes antigas do tipo FD, fabricadas pela Canon, normalmente não se adaptam às DLSRs modernas, pois o sensor das câmeras digitais da Canon está um pouco mais afastado da lente do que os filmes nas câmeras analógicas. Isso faz com que o foco no infinito esteja mais para dentro do que a lente pode alcançar. Assim o único jeito de se conseguir usar lentes FD para astrofotografia numa câmera digital da Canon é usando um adaptador óptico ou cortando a lente para diminuir seu comprimento.

A Nebulosa da Califórnia recebeu 30 frames de 2 minutos


Um adaptador óptico é um adaptador que permite conectar a lente tipo FD numa câmera com baioneta EF, das lentes modernas, mas que incluí uma lente para puxar o foco um pouco para fora. Existem basicamente dois tipos destes adaptadores. Genéricos, que podem ser encontrados no mercado livre por pouco mais de uma centenas de reais e os da própria Canon, que dizem ser caríssimos. Só os segundos prestam e dizem que são tão caros que só vale a pena se você era dono de uma Teleobjetiva de milhares de dólares para valer a pena o uso. Os adaptadores ópticos genéricos não são recomendados por ninguém, embora eu nunca tenha usado um. afinal, se ninguém recomenda, eu não quis gastar dinheiro com isso.

Mas a lente FD de 200mm F2.8 que encontrei no mercado livre era especial. Além da troca no encaixe de FD para EF, ela teve o tamanho de seu tubo encurtado para que a lente atingisse o foco no infinito numa DSLR, por isso a imagem chega ao sensor sem nenhuma distorção provocada por outra lente.

É claro que, mesmo com a adaptação, de forma alguma significava que essa lente FD seria tão boa quanto a atual Canon EF 200mm f/2.8L II USM que é hoje um dos sonhos de consumo para quase todo astrofotógrafo. A FD tem 7 elementos, contra 9 da EF. além disso as lentes são separadas por décadas de evolução tecnológica. a escolha pela FD foi pela custo (1200 reais contra 2800 da EF) e pelo diafragma ainda ser manual, o que facilitaria demais o uso deste lente com a CCD Atik 314L, já que o adaptador óptico que uso com a Atik não controla o diafragma das lentes atuais da Canon, sendo necessário para fechar o diafragma de uma lente EF, colocar ela na DSLR e retirar a lente com a máquina disparando uma imagem em longa exposição. Algo que a câmera pode não aceitar muito bem.

Canon FD de 200mm. Muito leve e com diafragma manual é perfeita para astrofotografia com CCD em banda estreita, mas para DSLR é necessário fechar um pouco mais o diafragma, exigindo mais tempo de exposição.


Com a Atik 314L e filtros de banda estreita esta lente FD de 200mm sempre se mostrou uma escolha perfeita, não deixando nada a desejar na fotografia em banda estreita. Mas vale lembrar que, para fotografia em banda estreita, não é exigido muito da óptica de uma lente. Já que o filtro deixa passar só uma pequena faixa do espectro. Por isso, mesmo que a lente apresente aberrações cromáticas, causada pela dispersão da luz, ela não vai afetar o resultado final. Já o coma e a aberração esférica podem ser um problema grave, obrigando o astrofotógrafo a fechar o diafragma até que eles desapareçam. Na CCD a lente de 200mm FD fotografa bem com o diafragma fechado em F4, muito bem em F5 e maravilhosamente em F6. Com a DSLR, percebi que é necessário somar 1 para cada um dos valores anteriores.
As imagens que fiz com a FD na DSLR tiveram uma grande complicação durante o EBA. Como este setup foi colocado numa montagem sem autoguiagem, eu não consegui tempos de exposição acima de dois minutos, o que me obrigou a abrir o diafragma mais do que seria o ideal (F4), e mesmo assim não acredito que captei o tempo de exposição necessário para algumas imagens.

O maior problema foram as estrelas, que ficaram com halos violetas em torno delas. Se eu pudesse ter fechado mais o diafragma, eles desapareceriam, mas daí muito pouco dos objetos apareceria.
Os resultados com a lente de 200mm FD ficaram aquém do esperado, tando que após esta noite eu não voltei a utilizá-la com a DSLR, mas acredito que numa montagem com a autoguiagem funcionando, com tempo de exposição de cinco minutos e o diafragma mais fechado, esta lente pode produzir imagens muito interessantes. Por isso não pretendo me desfazer dela até o próximo EBA, ainda mais com os excelentes resultados que ela produziu com a CCD em banda estreita, a melhor imagem que fiz no EBA, que ainda não foi publicada, foi com esse setup.

No oitavo EBA eu devo colocar a 200mm FD na DSLR, mas dessa vez com autoguiagem ao lado, para imagens realmente boas.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Três fotos tiradas sob as nuvens do último dia de Quinto EBA

  Nebulosa do Haltere - M27
Alto Paraíso - Goiás - 21 de Julho de 2012
Exposição 16x120 segundos ISO 3200
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Não
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+16 darks)
Pós-Processamento - Photo Shop CS4

O último dia do Quinto EBA se dividiu em dois momentos. Até a meia noite foi marcado por muitas nuvens, o que dasanimou muita gente. Vários astrofotógrafos, que iriam viajar cedo no dia seguinte começaram a desmontar seus equipamentos logo depois da janta. O céu estava repleto de nuvens, mas não totalmente fechado. Só que essas nuvens andavam muito rápido e estavam por todo lado, impedindo, principalmente, o uso da autoguiagem.


Neste período de céu nublado, somente eu e mais um amigo ficamos fotografando. A maioria do pessoal estava desmontando seus telescópio e uns quatro ficaram esperando o tempo melhorar, mas sem fotografar.

Como eu disse não seria possível usar autoguiagem com nuvens correndo o tempo todo e toda hora bloqueando a estrela de guiagem. Então, se eu queria fotografar com aquele tempo, o único jeito seria contar com o alinhamento do telescópio. Felizmente, como era o último dia de EBA, eu fui melhorando cada vez mais o alinhamento da CG-5 nos dias anteriores, a ponto de conseguir 2 minutos de exposição, sem estrelas corridas, mesmo sem o uso da autoguiagem.

  Galáxia do Redemoinho - M51
Alto Paraíso - Goiás - 21 para 22 de Julho de 2012
Exposição 24x120 segundos ISO 3200
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Não
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+16 darks)
Pós-Processamento - Photo Shop CS4

Eu fui tirando várias fotos. É claro que muitas se perdiam por nuvens que passavam na frente. Em média perdi metados dos frames captados, mas no final fui recompensando com três fotos interessantes. 

Em M27, a primeira imagem deste post, apesar de eu já ter feito uma foto muito boa ano passado, essa nova chapa mostra a vantagem de se usar uma câmera modificada, com a parte vermelha da nebulosa aparecendo de forma bem mais clara. 

Já a Galáxia do Redemoinho, ou M51, já apareceu aqui no Blog só para constar como fail. Este é um dos objetos mais bonitos do céu, pois trata-se na verdade de duas Galáxias que estão se fundindo. A foto acima ficou legal, mas sei que com o meu setup dá pra tirar ainda mais.

A última foto é da Galáxia NGC 55, que faz parte do grupo de Escultor, do qual são membros NGC 253 e NGC 300. Trata-se de uma galáxia irregular, muito parecida com a Grande Núvem de Magalhães, com a diferença de que é vista de perfil, enquando a GNM é vista de frente (fonte: eternosaprendizes.com)

  Galáxia NGC 55
Alto Paraíso - Goiás - 22 de Julho de 2012
Exposição 18x120 segundos ISO 3200
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Não
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+16 darks)
Pós-Processamento - Photo Shop CS4

Coloquei as três imagens no mesmo post por que elas foram tiradas da mesma forma, sob as mesmas circustâncias e achei que falar das três em posts diferentes ia ficar muito repetitivo. Falta somente uma foto para em encerrar o Quinto EBA, e é uma foto muito especial.

As fotos foram um pouco prejudicadas pela granda variação de temperatura que ocorreu no último dia do EBA. Só pra vocês terem idéia, lá pelas dez da noite eu estava com três blusas, mas à meia noite eu estava só de camiseta e as duas da manhã estava com três blusas novamente. Parecia que um bolsão de ar quente estava passando por Alto Paraíso. Essa diferença de temperatura com certeza prejudicou os dark frames, já que eles tem que ser feitos com a mesma temperatura dos lightframes.

domingo, 12 de agosto de 2012

QUINTO EBA - Terceiro Dia - Galáxia NGC 300

 Galáxia NGC 300
Alto Paraíso - Goiás - 21 de Julho de 2012
Exposição 9x180 segundos ISO 1600
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Travelscope 70mm - DBK41AU02.AS
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+8 darks)
Pós-Processamento - Photo Shop CS4

Depois de uma pequena pausa nas fotos do Quinto EBA, deixo aqui a única imagem feita com a Canon T2i modificada na terceira noite do evento. Depois de ver que eu não estava me entendendo com a DBK41 naquela noite, resolvi mudar para a Canon. Mas é complicado mudar de setup no meio da madrugada. Além disso, como disse nos posts anteriores, eu havia dormido muito pouco e estava muito cansado naquele momento.

Mandei o Go-TO do telescópio seguir para NGC 300, uma enorme galáxia da Constalação do escultor, muito parecida com M33. Eu tirei apenas 9 frames da Galáxia antes que o céu ficasse bastante nublado, quase às três da manhã. Tirei alguns darks frames e como o céu permaneceu nublado, achei que era um bom momento para ir dormir. E foi o que fiz. Acreditei que com a minha sorte assim que desmontasse o telescópio o céu ia abrir e ficar maravilhosamente estrelado, mas quem ficou acordado me contou no dia seguinte que as coisas não melhoram. Então ainda bem que fui dormir.

A foto não ficou boa como outras feitas neste EBA, com apenas nove frames, alinhamento deficiente e ISO 1600 o ruído foi bastante elevado. Esse é decididamente um objeto ao qual quero voltar, com mais calma e menos sono.

sábado, 28 de julho de 2012

Quinto EBA - Segundo dia, segunda imagem: - NGC 5128 - Galáxia Centaurus A


Galáxia Centaurus A - NGC 5128
Alto Paraíso - Goiás - 20 de Julho de 2012
Exposição 10x180 segundos ISO 800 + 10x180 segundos ISO 1600
Canon T2i modificada - ED 102mm F7 - CG-5GT
Guiagem - Travelscope 70mm - DBK41AU02.AS
Empilhamento Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 45 (+6 darks e 10 offsets em ISO 800 e +10 darks e 10 offsets ISO 1600)
Pós-Processamento - Photo Sho 4.0


O próximo objeto que fotografei no EBA é um dos meus preferidos. Foi um dos primeiros objetos que tentei fotografar quando comecei na astrofotografia e é um dos que acho mais interessantes no céu: A Galáxia Centaurus A, catalogada como NGC 5128.


Galáxias afastadas e nebulosas planetárias não são os melhores objetos para serem fotografados pelo meu telescópio. Devido a pequena distância focal e a pouca abertura, o ED de 102mm é mais adequado para grandes nebulosas ou galáxias próximas como Triângulo ou Andrômeda. Um telescópio de maior abertura faria um trabalho muito melhor em Centaurus A, mostrando muito mais resolução.

Notem que esta foto foi feita com frames de mesmo tempo de exposição, mas ISO diferentes. Isso aconteceu por que ano passado, eu havia tentado uma foto de NGC 5128 com uma barlow 2x, para conseguir mais resolução e acabei deixando os frames muito escuros, na esperança de que o empilhamento deixasse a imagem mais brilhante. Mas isso não aconteceu, e a imagem ficou tão escura que não consegui aproveitar ela nem para publicar no post de Fails. Sim, o uso de uma barlow 2x consegue melhorar a resolução de uma pequena galáxia no meu telescópio, mas também exige de quatro vezes mais tempo de exposição para que a imagem fique com o mesmo brilho que teria sem a barlow.

Então, com medo de ter uma NGC 5128 muito escura novamente, resolvi aumentar o ISO no meio da captação para conseguir mais brilho.

Abaixo deixo um close na galáxia para vermos mais de perto. Você também pode ver a imagem acima maior, clicando nela.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Trapalhadas na Sexta acabam com uma possível boa foto de M51 - Mas eu voltarei!

M51, com apenas 24 minutos de exposição, se eu não tivesse feito tantas trapalhadas, essa foto teria ficado boa

 Eu comecei o final de semana bastante empolgado. Apesar da lua ainda estar aparecendo próximo a meia noite, o céu estava limpíssimo, e noites na varanda do apartamento fotografando o céu era tudo o que eu precisava para relaxar depois de uma semana estressante.

Na sexta-feira, montei o telescópio no canto direito da varanda, fora da piscina, de onde poderia fotografar objetos ao norte (à direita, dentro da piscina, eu tenho uma perfeita vista da área do zoodíaco e um pouco do Sul - dá até pra pegar Ômega centauro). O Alvo principal da noite era M51, ou a Galáxia do Redemoinho. Este fantástico objeto é composto por duas Galáxias, em que a maior aparenta estar engolindo a menor (ou talvez seja o contrário). Infelizmente o meu céu ao norte sofre com muita poluição luminosa e eu não sabia como a foto ficaria. 

Como semana que vem eu provavelmente vou no ENOC, encontro do Casb numa fazenda próxima a Brasília, com céus escuros, também achei que deveria usar auto-guiagem para praticar. Mas ao colocar o Travelscope de 70mm sobre o ED de 102mm notei que o peso da DMK sobre o travelscope estava fazendo o telescópio girar, pois ele é preso somente com um parafuso e por mais que eu o apertasse, o peso da DMK21, mais elevado que o da antiga Neximage, fazia a parte de trás do Travelscope descer. A solução gambiarrística foi firmar o telescópio com o dovetail fazendo duas cintas com fita isolante para firmá-lo. Posso dizer que funcionou maravilhosamente e a autoguiagem tem funcionado sem dores de cabeça desde então. Talvez meus problemas e com autoguiagem no passado sejam por que o telescópio guia não estivesse devidamente firme. 

Meu sistema de guiagem, devidamente preso com fita isolante.


É claro que fixar o telescópio totalmente me faz perder a vantagem de procurar uma estrela mais brilhante virando o telescópio para os lados, como eu fazia antes, mas agora estou com uma DMK, capaz do tempo de exposição que eu quiser e não mais a Neximage, que não passava de dois décimos de segundo, por isso sou capaz de capturar muito mais estrelas. Além disso, tenho um redutor focal que, em caso de necessidade, pode aumentar o campo de visão da câmera. E a estabilidade que consegui não tem preço

Com tudo pronto fui para M51, que estava numa boa altura no céu, apesar da já mencionada poluição luminosa. Ajusto a câmera, preparo a auto-guiagem, que funciona perfeitamente e tiro os primeiros frames, mas depois de umas quatro imagens, percebo que o foco não estava muito bom. Mas tudo bem, M51 ainda vai ficar muito tempo à vista. Ajusto o foco, que dessa vez fica perfeito e depois de alguns frames vou para a sala ver o que anda passando na TV, volto mais um vez e depois quando estava no décimo frame, vou tomar café. Mas quando volto, a primeria tragédia da noite, eu não tinha colocado o cabo de energia no netbook, que havia desligado pois ficou sem bateria e só tinha tirado dois frames enquanto eu tomava café, algo que levou mais de 20 minutos. Paciencia, ligo tudo de novo, coloco M51 no lugar e vamos para mais frames.

Mas tragédia das tragédias, quando terminam 20 frames, que com os doze já gravados daria mais de uma hora de exposição, descubro que eu não tinha colocado as fotos em RAW. Como arquivos em RAW gastam muito espaço no cartão, quando estou tirando fotos para ajustar alinhamento, foco ou enquadramento, costumo tirar elas erm JPG no menor tamanho possível, mas acabei esquecendo de voltar a configuração para RAW antes de recomeçar com os frames e simplesmente havia perdido 40 minutos de esposição.

Por isso a foto de M51 que deixo acima foi considerada um fail, com apenas 24 minutos de exposição sendo que precisaria de pelo menos uma hora para ficar bom, pois depois que descobri a cagada que tinha feito acabei desanimando com esse objeto e fui para outro.

Bem, deixo esse post aqui para mostrar que nem todas as minhas noites são maravilhosas (mas com certeza ela foi melhor do que a da barata que matei quando passava debaixo da meia cadeira!), em certos dias muita coisa dá errado. Afinal, é tanta coisa para pensar na hora de se fotografar: foco, guiagem, enquadramento, alinhamento, alimentação, dark frames, configuração da imagem, entre outras coisas. Em certas noites, por mais que você esteja descançado e tranquilo, algumas coisas acabam passando. Mas valeu pelos ajustes que fiz na guiagem, que agora está muito mais precisa.

Mas eu não desisto e tenho certeza que em breve todos verão uma boa imagem de M51 nesse blog, falta só essas nuvens que tomaram o céu desde sábado sumirem. Eu tenho outras coisas para falar do fim de semana, mas esse post já está muito longo, eu continuo depois.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Reprocessamento da Galáxia do Triângulo do 17.Enoc


Faz quinze dias que o novo telescópio solar ficou pronto. Nesses quinze dias eu não tive uma única tarde com mais de cinco minutos de Sol sem ser interrompido por nuvens.Pior, foram apenas 3 dias que consegui fotografar algo, nos outros o céu ficou completamente coberto por nuvens.

Com um tempo desses, a única coisa que me resta é reprocessar imagens antigas. Ontem peguei uma que tirei no 17.Enoc, no distante final de junho de 2011. Para isso usei o Deep Sky Stacker 3.3.3 Beta 37, a última versão que se acha deste programa e a minha preferida até agora. 

Isso é algo que faço muito, principalmente com programas de empilhamento e autoguiagem: sempre procurar a versão mais atualizada. Esses programas estão sendo constantemente melhorados e estão cada vez mais mais fáceis de usar. Lembro muito bem que no Enoc eu tive várias fotos que não ficaram bem alinhadas, com rastros aparecendo nas estrelas. Algumas semanas depois, poucos dias antes do EBA, eu fiz questão de pegar uma versão mais atualizada do programa PHD Autoguiding, o mesmo que havia utilizado no Enoc, e fiquei surpreso em como, durante o EBA, o programa sempre conseguia manter a estrela centralizada. A versão que usei no EBA perdia a estrela por qualquer besteira. O resultado foi que, mesmo usando uma Neximage não modificada, com muita pouca sensibilidade, eu consegui que todas as estrelas ficassem bem alinhadas.

Quanto ao Deep Sky Stacker Beta 37, uma enorme vantagem que vejo em relações a versões anteriores deste programa, é que a imagem está saindo boa com o tratamento do próprio DSS. Por isso, a imagem acima pode não parecer tão melhor do que a M33 que eu processei pouco depois do Enoc, mas a diferença e que eu não tive que passar por inúmeros programas para chegar a esse resultado. No M33 anterior eu tive que passar um Gaussian Filter no Iris para diminuir o ruído. Por isso aquela imagem parece meio fora de foco.


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Imagens em tripé fixo: A câmera como primeiro instrumento astrofotográfico

E um pouco comum colegas com cerca 1500 reais para gastar me pedirem um indicação de qual o melhor equipamento astrofotográfico que eles podem comprar com essa grana. Eles normalmente querem adquirir uma câmera, um telescópio e uma boa montagem com esse dinhero. Bem, nessas horas eu sempre começo uma pequena discussão ao dizer: "Compre uma câmera com esse dinheiro, e só!". Mas como a maioria das pessoas associa astrofotografia a telescópios, sem compreender que o telescópio é só mais um equipamento em astrofotografia e não o principal, eu sempre sofro muito para mostrar meu ponto de vista.

Por isso, na última semana, ajudado também pelo fato de estar sem carro, decidi que levaria para a chácara de meus pais, onde passaria o Natal, apenas a Canon T2i e um pequeno tripé fotográfico, para mostrar como está câmera, ou outras de mesmo nível, pode ser, por si só, um maravilhoso instrumento astrofotográfico, sem a necessidade de um telescópio ou mesmo uma montagem com acompanhamento.

Coloquei a câmera sobre o pequeno tripé que acompanha o meu travelscope, liguei ela ao netbook e comecei a tirar algumas fotos do céu, simplesmente fotografando em tempos de esposição que não permitissem rastros.

Também fiz uma coisa que para muitos astrofotógrafos seria uma maluquisse, botei o ISO em 6400, o que seria considerado um erro por muita gente, por que gera muito ruído, mas com 40 frames em média de cada imagem, calibrados com mais 30 dark frames, empilhados e tratados no Deep Sky Stacker, acho que consegui tirar muito bem o ruído que o alto ISO gerou. A captação foi toda feita com arquivos em RAW.

Mais próxima do Sul, consegui tirar fotos da Grande Nuvem de Magalhães com frames de 20 segundos.

Mais perto do zoodiaco, os frames da constelação de Orion foram mais curtos, mas deu até pra ver a Nebulosa de Flame

Acredito que ao se adquirir uma boa câmera fotográfica você conseguirá resultados muito superiores do que se tentar comprar um telescópio, uma montagem e uma câmera simples com esse mesmo dinheiro. Poderá ir tirando inúmeros boas fotos em WideField, como as duas acima e também de composições (paisagem+céu), de conjunções, meteoros, cometas, startrails, entre outros, com muito mais qualidade do que as fotos que conseguiria se tentasse comprar também um telescópio com esse mesma grana. Com 1500 reais você teria um telescópio, uma monaegem e uma câmera de baixa qualidades nas mãos, mas usando esse dinheiro para comprar só a câmera, você estará adquirindo um excelente equipamento. Com pouco mais de1500 reais é possível adquirir uma Canon T3 ou até uma T1i.

O conselho que daria seria continuar a juntar dinheiro e quando tivesse condições, comprasse uma boa montagem, que lhe daria condições de tirar fotos com tempo de exposição maior, podendo aumentar o zoom da câmera e tirar fotos incrívels. Deixe o telescópio por último!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Excelente reprocessamento da foto da Galáxia de Andrômeda


Quase quatro meses depois do Encontro Brasileiro de Astrofotografia, o que eu faço  para matar o tempo em dias de chuva? Reprocesso as imagens que consegui naqueles saudosos dias na Chápada dos Veadeiros, quando, num frio de cinco graus, a noite passava rápido enquanto eu tomava chocolate quente e lutava contra a umidade que se acumulava nas lentes do meu equipamento, principalmente da luneta de auto-guiagem.

A foto acima e um reprocessamento de uma das primeiras imagens que captei na chápada, enquanto eu lutava também contra as nuvens que se acumulavam sobre o sítio de observação. Ou melhor, torcia contra elas, já que não se pode fazer nada contra nuvens.

Eu já tinha feito alguns processamentos dessa foto, mas não tinha gostado deles. Tudo bem, teria sido bem mais fácil se eu tivesse captado uns vinte frames e não apenas os cinco que captei, mas as frames não ficaram ruins e eu sabia que conseguiria uma imagem melhor se me esforçasse.

A maior batalha é manter as cores das estrelas enquanto se tira o ruído da imagem. As estrelas tendem a ficarem brancas quando se usa o Noise Ninja e isso estraga um pouco a graça da foto. Essa foi a primeira foto que separei as estrelas da nebulosa numa outra camada para proteger as estrelas enquanto tirava o ruído na nebulosa. Eu confesso que não consegui entender muito bem as explicações que via em fóruns e fiz inúmeros testes até conseguir um resultado satisfatório.

ainda não está perfeito, mas estou muito feliz com essa imagem. Eu estou devendo algumas explicações sobre processamentos de imagens, mas a grande verdade é que ainda trabalho por tentativa e erro, rsss!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Uma boa foto da Via Láctea, reprocessada

Imagem captada com 7 frames de 3 minutos em RAW

Nessa época de volta das nvens e, por consequência, de pouca captação. eu me volto um pouco para fotos tiradas anteriormente. A foto acima é um caso bem interessante. Tirei ela colocando a Canon T2i sobre a CG5, que havia sido mantida no lugar de um dia para o outro, para preservar o alinhamento. Isso foi no mês de maio, quando eu ainda dava os primeiros passos em astrofotografia. Apesar disso, posso dizer que a captação ficou bastante interessante.

A foto foi tirada com a lente 18x55mm em zoom mínimo e com três minutos de exposição. Também foi a minha primeira captação em RAW, mas na época eu estava tão cru que não fui capaz de processar nessa extensão. Só descobri semanas depois que não estava processando em RAW simplesmente por que a minha versão do Deep Sky Stacker não consegui processar este tipo de arquivo (ela até queria, mas não conseguia). Somente depois de fazer o download da versão 3.3.3 do DSS que consegui meus primeiros empilhamentos em RAW.

Outra coisa que fiz na época, foi fazer o tratamento pós-empilhamento no DSS, algo que hoje eu evito, preferindo sempre mandar a imagem para o IRIS após o empilhamento. Olhando a foto antiga, é possível ver as diferenças. Ela parece ter as cores mais vivas, só que o DSS inventou cores, criando uma via Láctea falsamente colorida. Está foto atual é muito mais natural.

Essa é uma foto realmente muito boa, mesmo o crop num pedaço na imagem, mostrado abaixo, mostra que o telescópio estava bem alinhado. É claro que é mais fácil alinhar em 18mm, mas ver como as estrelas estão redondinhas com um alinhamento feito por tentativa e erro, sem autoguiagem e com 3 minutos de exposição, é uma grande felicidade.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

4º EBA - Terceiro Dia - Segunda Foto - NGC 4945 e NGC4976

Clique na Imagem para ver em tamanho grande
O esquema do EBA é o seguinte. O pessoal começa a chegar no campo de observação lá pelas cinco da tarde, para preparar os equipamentos antes que escureça. Alguns tiram flat frames, aproveitando a luz crepuscular, outros testam seu equipamento com as primeiras estrelas que aparecem. Entre seis e oito horas, ouve-se muita conversa e alguns astrônomos xingando seus telescópios ou outros equipamentos que se recusam a funcionar direito. 

Eu no terceiro dia de EBA, já havia perdido minha única lanterna, que parou de funcionar após cair de cima da mesa, e a peça que conectava minha luneta ao telescópio, colada com superbonder, havia soltado. Felizmente alguém me arranjou uma lanterna nova e a Luneta de guiagem, funcionou até melhor sem a tal peça.

Lá pelas oito horas, a maioria dos astrônomos já conseguiu botar seu equipamento para funcionar. Foco, alinhamento, guiagem, tudo está ok! Mas é hora de parar para jantar. É meio frustrante quando finalmente está tudo pronto, ter que parar para comer. 

Mas nem tudo está perdido. Se tudo estiver em conformidade, você pode deixar o telescópio ligado e a câmera tirando fotos enquanto você está jantando. É um intervalo que vai durar cerca de uma hora ou mais. Por isso, se tudo funcionar como esperado, quando você voltar da refeição, além de alimentado, terá a alegria de ver inúmeros frames prontinhos em seu computador, sem aquela espera angustiante que antecede cada nova imagem.

E foi o que aconteceu no terceiro dia do EBA. Após tirar alguns frames de Eta Carinae, que já estava muito baixa, resolvi mudar meu telescópio para a Galáxia NGC 4945. Um mostro não parecer não ser muito fotografado, mas que é com certeza um dos objetos mais bonitos do firmamento.

Como a Galáxia estava bem ao sul, eu sabia que com o alinhamento polar que tinha, podia fotografá-la sem autoguiagem. Então deixei a câmera programada para tirar fotos de 2 minutos com ISO 1600 e tranquilamente fui jantar. Quando voltei, haviam sido disparados 33 frames da galáxia. Um número excelente. Eu consegui aproveitar 25 deles, conseguindo 50 minutos de exposição total. Um de minhas melhores marcas.

Após empilhar os frames no DSS e processar no IRIS, Photo Shop, Windows live Galery e Bibble 5, cheguei à foto vista acima, que talvez seja a minha melhor foto do EBA. No mínimo coloco ela no top 3, junto com outras duas que ainda serão publicadas neste blog. Para minha surpresa, uma outra galáxia, que descobri se tratar de NGC 4976, resolveu "fazer pose para a câmera" também.

Detalhe mostrando apenas NGC4945

Lembrando que a foto foi tirada com a Canon T2i não-modificada acoplada ao telescópio refrator Orion Premium Ed 102mm sobre a montagem Celestron CG-5GT.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

4º EBA - Segundo dia - Quarta Foto - NGC 253 - Galáxia de Escultor


Depois de ter fotografado a nebulosa planetária NGC 246, na preguiça daquela segunda noite de EBA, resolvi fotografar um vizinho conhecido.

A foto, de 90 segundos de exposição, foi tirada sem autoguiagem, apenas com o alinhamento polar feito com a falsa estrela polar. Essa foto mostra como esse alinhamento foi eficiente, pois as estrelas ficaram redondinhas. Eu quis tirar essa foto sem autoguiagem justamente para descansar um pouco e não me preocupar tanto com a luneta de autoguiagem, que devido ao parasol muito pequeno, embaçava o tempo todo.

O resultado final, mesmo com ISO 3200, foi uma foto elegante, ajudada, é claro, pelos 23 frames aproveitáveis, que totalizaram mais de meia hora de exposição.

domingo, 7 de agosto de 2011

4º EBA - Segundo dia - Segunda foto - A Pequena Nuvens de Magalhães


Durante o segundo dia do EBA, eu prestei atenção numa coisa muito legal que os astrônomos mais experientes fazem no começo da noite. Eles identificam a posição do polo com um binóculo, para ver as estrelas pouco brilhantes que estão no local e apontam o laser para lá, com um tripé. sinalizando para todos a posição do polo sul celestial.

Depois disso, basta apontarmos o telescópio polar de nossas montagem para onde o laser aponta e termos um alinhamento fantástico em segundos, ao invés de passar meia hora tirando fotos, como eu costumo fazer. Eu não tinha um telescópio polar para minha montagem, mas felizmente havia um amigo que também  possuía uma CG-5 e que tinha esse telescópio, que é móvel e pode ser retirado da montagem. Assim eu consegui um alinhamento polar como nunca havia conseguido antes. Em média eu conseguia um minuto e meio de exposição sem que as estrelas corressem, isso para objetos no Zodíaco. Para aqueles próximos ao polo sul celestial, cheguei a conseguir até três minutos de exposição sem que as estrelas ficassem ovais, mesmo com a alto guiagem desligada. É o que você pode ver na foto que está neste post.

O alvo foi a Pequena Nuvem de Magalhães, uma das galáxias satélites da Via Láctea. Eu não conhecia muito bem esse objeto e como ele é muito grande para o campo de visão do meu telescópio, escolhi um pedaço que me pareceu mais interessante, com algumas nebulosas evidentes. Deixei o telescópio apontado para lá e consegui nove frames bons de 3 minutos que compõem a foto acima. Abaixo coloquei a mesma foto, mas, com a ajuda do Google Earth, apontei os objetos mais evidentes da foto.


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

4º EBA - Primeiro Dia - Última foto - M31 - Galáxia de Andrômeda



Já era bem tarde e estava muito frio quando, no primeira dia de EBA, eu resolvi partir para a terceira e última foto da noite. TrÊs fotos é um número que, devido as condições enfrentadas naquela noite nublada, era até bem razoável.

Decidi ir para Andrômeda, galáxia que havia me rendido uma boa foto no 17º Enoc, um mês atrás, mas onde eu havia falhado no enquadramento da imagem, deixando um pedaço de fora.
O resultado vocês podem ver acima. Sinceramente, a sensação que dá é que a única coisa que consegui melhor visivelmente na foto foi mesmo o enquadramento. Eu tinha tirado um tanto bom de frames, mas para variar, a maioria ficou ruim. Ontem vi alguns astrônomos mais experientes comentarem que o seeing na chápada não estava bom e isto pode ter sido o culpado de eu perder tantos frames.

Só consegui aproveitar 5 frames de uns quinze que havia tirado (um a menos do que na foto anterior). Muitos estavam corridos, outros estavam tremidos. O tempo de exposição foi o mesmo de antes, três minutos em ISO 1600. Depois de alguns frames o programa de autoguiagem começou a perder a estrela e eu estava cansado demais para perceber que era a luneta de guiagem que estava embaçando. Faziam cerca de 22 horas que eu estava acordado e decidi que era hora de dormir. Foi triste perceber que, às quatro da manhã, o céu estava maravilhoso depois de ter passado a noite toda ruim, mas eu estava cansado demais e haviam ainda mais três dias pela frente. Era hora de descansar.

terça-feira, 12 de julho de 2011

M104 - Minha primeira foto da Galáxia de Sombreiro

A Galáxia de Sombreiro é um dos objetos celestes que conheço a mais tempo. O principal motivo é que sempre considerei está galáxia o objeto celeste mais bonito de todos. Por isso, desde que comecei pra valer na Astrofotografia, este, junto com a Nebulosa de Águia, era um dos objetos que mais sonhava em tirar uma bela foto.

Mas a verdade é que M104 não é um objeto fácil. Pra começar é difícil de achar, mesmo no céu escuro da chácara onde meus país moram era impossível conseguir visualizar esse objeto na minha buscadora de 50mm, me obrigando a tirar a câmera do telescópio para encontrá-lo depois de várias subidas e descidas. E quando eu conseguia finalmente colocar o Sombreiro no campo de visão, o telescópio teimava misteriosamente em desalinhar.

Mas no 17. Enoc o céu da Chapada dos Veadeiros ajudou muito. M104 apareceu facilmente na buscadora e eu estava começando meus primeiros passos na autoguiagem o que me possibilitou pela primeira vez tirar uma foto digna de publicação.


Foram apenas seis frames de 60 segundos. Eu poderia ter sido mais ambicioso na exposição e na quantidade de frames, mas para uma primeira foto, até que ficou razoável. Este é um objeto que pede o uso de uma boa barlow e na próxima oportunidade, eu irei usá-la.

sábado, 9 de julho de 2011

M33 - Uma galáxia difícil de deixar bonita

Clique na imagem para ver maior!

Mais uma foto interessante que tirei no 17. Enoc: M33, ou galáxia de Triângulo. Estou publicando esta foto por que não conseguia mais olhar para está galáxia, tentando deixar ela da forma como eu esperava. É realmente um objeto muito difícil de tratar.

Acho que o principal problema que vi, foi o fato de minha Canon T2i não ser modificada (mas talvez mais frames teriam feito a diferença). Eu vi muitas fotos de M33 que mostram suas nebulosas vermelhas pontilhando a Galáxia. É realmente muito bonito, mas com um "maldito" filtro para luz infravermelha na minha câmera, as nebulosas somem. Isso também acontece com minha foto de Andrômeda, apesar dela ter ficado excelente.

Acho que é um preço que pagamos quando vamos adquirindo maior conhecimento, vamos percebendo as falhas em nosso equipamento, por exemplo, tenho notado um coma razoável no campo de visão do meu telescópio.

Mas nem tudo são reclamações, essa foi uma das poucas fotos que tirei onde a autoguiagem funcionou realmente 100%, por isso foram sete frames de 4 minutos. Eu poderia até ter baixado o ISO e tentado exposições maiores.