terça-feira, 28 de novembro de 2017

Blue Head Horse - Reprocessamento de uma captura problemática.



A Cabeça do Cavalo azul é uma nebulosa de reflexão das mais difíceis de se registrar. Bastante pálida e inacessível a filtros de banda estreita. Como acontece com as galáxias mais pálidas, é necessário deslocar-se para regiões escuras, como fazendas isoladas, para um bom registro. A Nebulosa está localizada próxima à cabeça do Escorpião, sendo visível principalmente durante o inverno. Apesar disso, não é um alvo muito comum entre os astrofotógrafos durante os encontros de Astrofotografia, por dois motivos, primeiro, mal aparece nos single frames, como você pode ver na imagem final do post, o que pode desanimar um pouco os astrofotógrafos. Mas acredito que a principal razão é pela nebulosa ter uma tamanho aparente muito grande, sendo um objeto ideal para fotografia com lentes. A imagem do post foi feita com uma lente de 135mm. Como a maioria dos Astrofotógrafos utiliza telescópios nestes encontros, são poucos os que tem equipamento adequado para o registro, como o Carlos Fairbairn, que já fez ótimos registros da nebulosa.

Eu tinha uma boa captura da Cabeça do Cavalo Azul. 36 frames de 3 minutos feitos com a lente de 135mm e Canon T2i no longínquo ano de 2014. Bem, boa captura entre aspas. Apesar do bom tempo de exposição total, com quase duas horas; dos frames estarem numa boa duração, em ISO 800 e das estrelas estarem redondas, os frames apresentaram problemas bastante difíceis de lidar: escurecimento na parte inferior e uma mancha rosada na parte esquerda inferior. Esse problema esteve em praticamente todas as capturas com DSLR daquele EBA, me fazendo pensar que, a minha Canon T2i havia chegado ao fim precocemente. Mas, após aquele evento, analisei que talvez o intervalo entre os frames, de cerca de 15 segundos para lightframes de 3 minutos, talvez tivesse sido muito curto. Logo, desde aquela época, tenho ajustado intervalos bem mais longos entre os frames de captura. Na opinião de alguns colegas astrofotógrafos, talvez até um pouco demais. Hoje, para frames de 3 minutos, numa câmera sem resfriamento, os intervalos que eu daria para o sensor esfriar seriam provavelmente de um minuto.

Não sei se os intervalos que tenho dado em minha captura estão exagerados. Sinceramente, não sei se havia alguma outra coisa afetando a captura naquela época, mas, desde que aumentei o tempo dos intervalos entre os frames, problemas assim nunca mais apareceram.

Abaixo, vemos um single frame da captura que gerou a imagem da Cabeça do Cavalo Azul. Nela percebemos alguns detalhes suaves da Nebulosa, que depois seriam realçados, com o filtro mínimo, para diminuição das estrelas; aumento da saturação; e "Ajuste Automático de Cores", no Adobe Photoshop. O processamento final bem que poderia ser um pouco mais cuidadoso, evitando-se estourar as estrelas da nebulosa vizinha, Rho Ophiuchi. O problema, devo admitir, é a falta de tempo, mas com o fim da produção de meu livro de fotos "O Viajante Espacial", que deve ser publicado mês que vem, eu devo ficar mais tranquilo, até por que o ano de 2018 está cheio de projetos, que eu devo falar no próximo Post.

Frame única da captura do Post, como aparecia na câmera.