Apesar de ter sido mandada por engano e de ter causado uma grande decepção num primeiro momento, a DBK41AU02.AS tem dominado completamente o tempo astrofotográfico deste autor. Não é nenhuma surpresa, pois a pequena câmera é de uma versatilidade incrível e tem várias vantagens em relacão a minha DSLR que devem ser consideradas:
- O sensor é muito mais fácil de limpar.
- a câmera é muito mais leve, forçando menos o sistema.
- Alimentação vem do computador. Não tenho que me preocupar se a bateria está acabando e nem de recarregar as mesmas sempre antes de uma sessão de astrofotografia.
- Gera arquivos menores que permitem um processamento muito mais rápido e ocupam menos espaço do disco rígido.
Curiosamente onde estou tendo muitas dificuldades nos últimos dias é na autoguiagem, que é feita com a DMK21, mas acredito que o problema esteja no péssimo seeing dos últimos dias. Da varanda do meu apartamento noto que mesmo as luzes do Guará, o bairro vizinho, estão piscando. Acredito que o fato de luzes tão próximas estarem apresentando oscilação seja devido a grande turbulência atmosférica. Em dias melhores somente as luzes de Sobradinho, 20 quilômetros distante, piscam, indicando um seeing mais propício ao uso da auto-guiagem. Espero que em Alto Paraíso, durante o EBA, as coisas sejam mais tranquilas.
Ontem eu tentei minha primeira nebulosa com a DBK41. Foi a Nebulosa Trífida, ou M20. As coisas não foram fáceis. O céu estava embaçado e a Nebulosa já estava muito próxima à parede do meu prédio quando comecei a fotografar. Eu também perdi muito tempo tentando ajustar a autoguiagem, o que terminou como tempo perdido.
Acabei tirando imagens com frames de apenas 25 segundos. O que eu via na tela não me empolgava muito, mesmo assim eu fui tirando fotos. Fiz umas 50 imagens, mas depois selecionei apenas a metade delas, pois a minha montagem está apresentando um nível meio preocupante de erros.
Mas tenho que dizer que o resultado final me surpreendeu. Para pouco mais de 8 minutos de exposição total, com o céu embaçado, até que foi uma foto bem legal. Com certeza vou tentar fotografar M20 novamente no EBA com essa câmera e ver quais resultados posso conseguir num céu escuro e principalmente, se conseguir fazer a autoguiagem funcionar corretamente. Nos poucos frames com ganho no mínimo que consegui em testes, me surpreendeu o baixo nível de ruído, bem diferente de frames curtos com ganho elevado, como os usados nessa imagem de M20. Vale também lembrar que, como a câmera não possui resfriamento, tal como acontece com as DSLRs, dark frames são fundamentais. Mas se o sensor for limpo com cuidado antes de usar, Flat frames podem ser dispensados.
Abaixo resolvi deixar uma comparação entre duas imagens. Na superior vemos um único frame captado pela DBK41 da Nebulosa Trífida, com exposição de 25 segundos e ganho elevado. A imagem não é nenhum pouco empolgante, com muito ruído e inúmeros hotpixeis. Têm-se a impresão de que muito poucos resultados irão aparecer. Mas o Deep Sky Stacker é um programa fabuloso e após o empilhamento de 25 imagens surgem detalhes inimagináveis a partir de um único frame. Lembrando que o IC capture, o programa de captura da Imaging Source permite salvar em JPG ou BMP. É claro que eu sempre escolho BMP.
Comparação entre frame único captado pela DBK41AU02.AS e resultado final após empilhamento de 25 desses frames e ajustes no PhotoShop. |
I-m-p-r-e-s-s-i-o-n-a-n-t-e!!!
ResponderExcluirQue diferença Rodrigo, não dá pra dizer que ainda conseguiria esse resultado.
ResponderExcluirParabéns.
Rodrigo
ResponderExcluirEstou testando uma DBK21au618 e vi que o IC capture tem uma opção de dark frames podendo ser 2, 4, 8 ...não entendi bem como isso funciona. Você saberia me dizer? Se pudes me responda pelo email do Cosmoforum. Grato!