terça-feira, 19 de junho de 2012

As primeiras imagens com a Imaging Source DBK41AU02.AS

Como eu disse no post imediatamente anterior. Após oito meses de espera pela câmera monocromática DMK41, a Bright Star me mandou por engano a colorida DBK41. Devido ao trabalho enorme que seria para devolver essa câmera a Portugal, incluindo aí o risco de extravio pelos correios e o imposto que eu teria que pagar, decidi ficar com a DBK41 e brincar com ela até me cansar.

Admito que estou curioso para ver do que a pequena câmera colorida é capaz. Acho que ela deve realmente ser mais fraca para fotografia solar em relação a sua irmã preto e branco, mas tenho esperança de que seja uma câmera bem razoável para planetas, e boa para fotografias lunares e de céu profundo.



Primeiro vou começar com a primeira imagem solar, que vocês veem acima. É uma foto até bem legal, que me surprendeu. O céu estava muito nublado e, apesar de ter deixado o telescópio cerca de duas horas na varanda, tive pouco mais de dez minutos de Sol. Essa foto foi do único filme que fiz com a Barlow 2x Shorty da Orion, que, como sempre, trouxe bons resultados. Eu também tentei algo com um redutor focal da GSO, que mostraria o disco solar inteiro, mas o foco está um pouco para dentro e vou ter que fazer uma nova peça se quiser usar esse redutor.

Como a DBK41 é colorida, procurei deixar as cores bem próximas do que a câmera captou. Lembrando que em câmeras monocromáticas as cores são sempre conseguidas artificialmente, com o PhotoShop. É claro que eu dei um realce nas cores das manchas usando a ferramenta Cores Seletivas, mas considerei o resultado excelente.

De noite foi hora de tentar algumas imagens de céu profundo. Infelizmente o céu daqui de Brasília continua muito instável, com núvens aparecendo o tempo todo e viajando em grande velocidade. Além disso, quando finalmente o céu estava abrindo, a constelação de Sagitário, que possui as melhores nebulosas para serem fotografadas de locais com alta poluição luminosa, já estava sumindo atrás do meu prédio.

Comecei então tentando exposições curtas do aglomerado M22, que foi facilmente encontrado, como sempre. Fiz umas quarenta imagens com exposições de cerca de 20 segundos cada. Empilhei tudo no DSS e confesso que não gostei muito do resultado. Depois resolvi verificar os frames e vi que muitos estavam com erros de acompanhamento. É um erro muito sutil, mas tirar esses frames do empilhamento sempre ajuda a melhorar o resultado final, que vocês podem ver abaixo, conseguido a partir das melhores 24 imagens captadas, totalizando 8 minutos de exposição:


 Depois de M22 resolvi ir para M11, ou aglomerado de Pato Selvagem, que estava um pouco mais baixo no céu. Dessa vez eu tentei usar a autoguiagem, e fui bem ambicioso, com frames de 3 minutos. Mas estava difícil. Haviam nuvens muito rápidas para todo lado. Eu não consegui um único frame sem que uma nuvem entrasse na frente do telescópio e fizesse a DMK21 (minha outra câmera da Imaging Source, no telescópio guia) perder a estrela de guiagem. Depois de várias tentarivas frustradas resolvi baixar o tempo de exposiçào para um minuto. Com 12 frames de 60 segundos, mais 12 de 20, totalizado 14 minutos e 40 segundos de exposição, posso dizer que o resultado final me agradou muito pelas condições enfrentadas. Estou ansioso para ver a DBK41 no EBA.

Um comentário:

Eu tenho me esforçado para responder todos os comentários, mas posso demorar um pouco, ou mesmo esquecer algum. Por isso, peço paciência e não fiquem constrangidos de me darem um toque, caso eu esteja demorando demais.