sábado, 20 de abril de 2013

M17 - Nebulosa do Cisne (ou ômega) - Um Hubble Palette de que gostei




Eis uma imagem de que gostei, ainda mais por que foi feita com um céu totalmente desfavorável. Trata-se da nebulosa M17, na constelação de Sagitário. É com certeza um dos meus melhores Hubble Palettes até agora, mesmo que a nebulosa seja um pouco pequena para o campo de visão do setup. A foto anterior, NGC 6188, tinha ficado legal, mas o tom monocromático em amarelo foi considerado por mim um fracasso em relação ao que se espera quando se quer produzir uma imagem colorida através de filtros de banda estreita, quando a intenção é justamente realçar o contraste de cores. 

Acredito que talvez o fato de em NGC 6188 eu ter usado frames de cinco minutos no filtro H-Alpha e frames de 3 minutos nos outros dois, pode ter sido o responsável pela falta de mais contraste. Isso aconteceu por que na hora de fazer imagens com o outros dois filtros, eu perdi o alinhamento, não conseguindo repetir frames de 5 minutos sem que as estrelas apresentassem arrasto. Essas coisas acontecem quando você captura frames em noites diferentes.

Na imagem de hoje todos os frames foram feitos com bons 200 segundos de exposição e a lente ficou aberta em F2.5. Eu até cheguei a testar ela em F3.5, o que teoricamente deixaria a imagem mais plana e o foco mais fácil. O foco até que ficou mais fácil, mas os sub frames continuaram mostrando estrelas gordas no canto e a imagem muito mais escura não me agradou. Acho que F2.5 daqui para frente será o meu padrão de captura.

O setup tem sido o básico das últimas fotos. A verdade é que a combinação Atik 314L mais lente fotográfica, devido a sua leveza, facilidade de uso e velocidade de captação, tem se tornado um setup viciante. Consegue bons resultados sem autoguiagem, funciona sem nem sequer haver contra-pesos na montagem, já que a colocação do contra peso de 5 quilos da CG-5 se tornou inviável com esse setup, e me permite conseguir imagens razoáveis com tempos de exposição curtos. Vai ser difícil na hora que eu voltar a fotografar com o telescópio.


quarta-feira, 17 de abril de 2013

NGC 6188, Nebulosas da Lagoa e Trífida num bom sábado de astrofotografia

NGC 6188. A imagem ficou bonita, mas não ficou com a riqueza de cores esperada de uma foto em Hubble Palette.

Ultimamente o céu anda super instável aqui em Brasília. a maioria das noites tem sido nubladas, mas a qualquer momento você pode ser surpreendido por uma noite de céu limpo. A noite da sábado, quando eu estou descansado e não tenho que acordar cedo no dia seguinte, é disparada a melhor noite para astrofotografia. Por isso ter céu limpo justamente na noite de sábado, quando em todas as outras o céu esteve fechado, é para mim a maior sorte que pode acontecer. E foi isso que aconteceu no último fim de semana.

Tendo o céu aberto, a principal questão que passa pela minha cabeça é: Qual objeto fotografar. Isto ficou ainda mais importante agora que tenho uma câmera monocromática. A gente fica doido para tentar um objeto novo, de preferência que não tenha fotografado antes, mas também há várias imagens em que foram captados apenas frames em H-Alpha esperando por frames com os outros filtros para ficarem coloridas. Voltar para o mesmo objeto de semanas anteriores é mais chato, mas pode ser recompensador com uma bela imagem no final.

Bem, como o tempo ajudou no sábado, tentei fazer as duas coisas. Capturei os frames com os filtros de enxofre (SII) e Oxigênio (OIII) da Nebulosa NGC 6188 e aproveitei o resto da noite (antes da corrida de Fórmula 1, o único evento televisivo ao qual eu realmente dou importantância) para pegar alguns frames da Nebulosa da Lagoa e Trífida com o setup Atik 314L+Canon135mmF2.0.

Nebulosa da Lagoa e Trífida, mais uma imagem em que eu junto o Luminance capturado com a Atik com o RGB da Canon T2i, ambos capturados com lentes de 135mm.


Os resultados ficaram bons, não perfeitos, mas bons. Ainda tenho problemas com alinhamento dos frames devido ao coma apresentado pela lente quando mais aberta. No próximo fim de semana quero fazer uns testes com a lente em F4.0 para ver se ela realmente fica plana nessa distância focal com a Atik 314L.

Algo que marcou está noite foi saber que enquanto o céu estava totalmente aberto em Águas Glaras, a apenas vinte quilômetros dali, um amigo me informava que em Sobradinho o céu permanecia completamente fechado. Era até difícil acreditar nisso, mas a foto abaixo, tirada não deixa dúvida de que mesmo estando tão perto, o céu não estava nada bom em Sobradinho, mais engraçado ainda foi saber que ficou assim a noite inteira.

Enquanto no Águas Claras tínhamos um céu bastante razoável, do outro lado do Distrito Federal, em Sobradinho, as nuvens não davam chance.


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Três livros indispensáveis para quem está começando na Astronomia

Após várias semanas sem possibilidade de fazer uma imagem de céu profundo, ou ao menos pegar mais frames das últimas imagens que fiz, achei que, ao invés de fazer um post reclamando das nuvens sobre Brasília, seria mais produtivo fazer um post de interesse geral para aqueles que estão começando na Astronomia. Eu raramente falo de Astronomia em si porque não acho que tenho domínio suficiente sobre um assunto tão complexo (embora tão apaixonante) e prefiro ficar onde é mais a minha especialidade, a Astrofotografia. Mas estou sempre lendo sobre o assunto por puro prazer. Por isso, hoje quero falar de três livros que nunca param na estante lá em casa.


Guia Ilustrado Zahar de Astronomia - Ian Ridpath - É provavelmente o livro mais comprado por quem está iniciando em Astronomia. O ponto forte são as ilustrações. O livro é ricamente ilustrado com imagens bonitas, coloridas e em grande resolução. A maioria das explicações são bem resumidas (às vezes até um pouco demais), mas a leitura é agradável e nos instiga a procurar saber mais sobre os assuntos tratados. O ponto forte, e diferencial em relação aos outros livros e a grande seção que mostra todas as constelações e os objetos mais interessantes para se ver em cada uma delas, destacando igualmente constelações do norte e do sul. Esta seção também aumenta muito a longevidade da obra.



O Livro de Ouro do Universo - Ronaldo Rogério de Freitas Mourão -  É mais profundo do que o livro anterior e menos do que o próximo. É com certeza o mais lúdico dos três, dando muito destaque para fatos históricos da astronomia e mesmo folclore e obras artísticas derivadas da Astronomia, sendo o seu diferencial. O ponto fraco são as ilustrações em baixa resolução e monocromáticas. Apesar disso, pelo texto corrido e agradável, que em muitas vezes atiça a imaginação, é no momento o livro de astronomia que mais leio.



Descobrindo o Universo - Neil F. Comins e Willian J. kaufmann III - Disparado o mais denso e de maior conteúdo entre os três e fazendo valer seu preço de mais de 150 reais (pelo menos para os padrões abusivos brasileiros), esse livro é usado em matérias de introdução à Astronomia em Faculdades de Astronomia. Apesar de ser um livro didático, pelo menos noventa por cento dele pode ser lido descontraidamente, pois a linguagem é totalmente acessível a qualquer um que tenha terminado o ensino médio de forma digna. O único capitulo que não consegui absorver foi sobre Spectografia, mas não foi culpa do livro.

Eu diria a um iniciante para que, se possível, lesse os três livros na ondem em que foram apresentados no post, pois eles vão ficando gradativamente cada vez mais complexos. Mas na verdade você sempre vai estar querendo ler os três, dependendo do tempo e ânimo em que esteja. Após cansar destes três livros, acho que já dá pra pensar em obras de temas mais específicos em Astronomia.

Ah, é claro, eu estava me esquecendo de Cosmos, de Carl Sagan. Certamente um dos melhores livros para se começar na Astronomia. Eu não tenho ele. Li faz uns dez anos um exemplar da biblioteca da universidade onde me formei. Foi um livro fantástico e imagino que não tenha ficado desatualizado, até por que a mente da Carl Sagan viajava longe. Se você conseguir encontrar um exemplar desta obra, aconselho a leitura imediata. ao contrário dos outros três, Cosmos é melhor lido como um romance, do começo ao fim.

terça-feira, 2 de abril de 2013

A Lua nascendo atrás dos prédios do Guará


Tirar fotos do nascer da Lua é algo bem legal, principalmente quando acompanhado de um cenário bonito, podendo ser ainda mais legal diante de um cenário bonito e também famoso.

Bem, o paredão de prédios que se formou recentemente no Guará 2, em Brasília, fruto da especulação imobiliária insana que ocorre nesta cidade, não é famoso, mas as linhas retas até que fazem um contraponto legal com a Lua ao fundo. Por isso, quando vi que a Lua estava nascendo atrás destes prédios achei que seria uma boa tentar umas imagens.

Fotografar a lua nascendo não é tão fácil como parece. Envolve algumas variáveis. No geral, as imagens devem ser single frames, já que a Lua está movimentando-se em relação ao cenário. A atmosfera tem que estar muito boa, transparente e sem nuvens, se não vai ser difícil conseguir visualizar detalhes da Lua, pois como ela está no horizonte, há muito mais atmosfera entre nos e a Lua do que quando ela está alta no céu.

Há uma contraposição interessante. Quanto mais baixo a Lua estiver, mas distorcida ela estará, mas também signíficará que ela não estará tão brilhante, o que permitira iluminar melhor o cenário sem estourar a Lua. Caso a Lua esteja mais alta, nosso satélite aparecerá muito bem definido, mas brilhara muito e o ideal será utilizar técnicas de HDR para equilibrar a sua luz com a do cenário.

Outra coisa legal que tentei fazer ontem, foi tentar fotografar um avião passando na frente da Lua. Como em relação a meu apartamento ela estava nasce exatamente atrás do aeroporto, imagino que, com um pouco de paciência, eu não demore a conseguir uma foto assim. Ontem foi quase. Um avião até passou na frente da Lua, mas infelizmente da parte escura.

As fotos deste post foram todas feitas com a Canon T2i e a Lente 135mm F2.0. Nem sequer um tripé foi usado, as imagens foram feitas com a câmera sobre o muro da varanda. Eu tenho muita vontade de tentar fotos assim com o telescópio, mas estava gripado demais para pensar em montar o telescópio. Na verdade eu não devia nem estar na varanda durante a noite.

Foi quase!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Fim de semana em preto-e-branco, mas com qualidade!

NGC 6188, bela nebulosa próximo ao asterismo da constelação de Escorpião. Reparem na supernova na parte inferior esquerda da foto.

É com muita alegria que digo que este último fim de semana não passou em branco em astrofotografia, passou em preto e branco, com boas fotos em H-Alpha. Na noite de Sábado para Domingo algumas nuvens chegaram a querer incomodar, mas deu pra brincar bastante com a Atik 314L+, a Canon 135mm F2.0 e o filtro H-Alpha 7.5nm.

Primeiro, vamos falar dos problemas: a Atik estava esquisita, não estava estabilizando a temperatura, embora raramente passasse de um grau acima da temperatura programada. Eu até coloquei o vidro de vedação de volta, mas não adiantou. Desconfiei da qualidade da alimentação elétrica do meu apartamento e conectei ela no Powertank (uma bateria feita para telescópios), mas não fez diferença. Também quando eu fazia frames curtos notei um ruído estranho, que desaparecia em frames mais longos. Esses problemas não pareceram afetar a imagem final, mas é bom eu ficar de olho.

Em relação a lente, estou alegre de ver que os halos, que tanto me atormentaram nos primeiros dias, praticamente desapareceram, mas noto que mesmo em F/2.5, ela apresenta coma, algo que, no nível em que pretendo fotografar, não é aceitável, por isso acho que terei que fechar ainda mais a lente. Espero que eu não tenha que passar de algo como F/3.0, se não vai ficar complicado, pois a captação vai ficar muito lenta acima disso. Só pra vocês terem ideia F/3.0 é 125% mais lento que F/2.0 e 44% mais lento do que os F/2.5 que usei nas imagens de hoje.

Bem mais brilhante, não foi preciso mais do que dois minutos para tirar muitos detalhes de Eta Carinae
A boa notícia é que estou conseguindo fazer frames de até 5 cinco minutos com o setup sobre a CG-5GT e acho que ainda posso conseguir mais. Algo em torno de 6 a 10 minutos. Com um tempo de exposição assim, fotografar com a lente em F/3.0 seria totalmente aceitável.

Os Alvos da noite foram duas grandes Nebulosas, cujo tamanho aparente se mostrou no limite do campo de  enquadramento da Atik 314L em 135mm, que não é pequeno. A primeira, fotografada entre as oito e nove da noite de sábado, foi a Nebulosa de Carina (que eu costumo chamar de Eta Carinae, o que não é a mesma coisa, rss). Essa Nebulosa é muito brilhante, por isso eu não precisei de mais do que dois minutos de exposição em cada um dos 27 frames.

Fiz questão de enquadrar a nebulosa Gabriela Mistral na imagem. Trata-se da nebulosa que você vê abaixo, na parte superior direita, repare que parece com o perfil desta senhora, agraciada com o Nobel de Literatura de 1945. A dica da nebulosa foi do Astrofotógrafo Gerson Pinto, que publicou uma foto da mesma nebulosa.

Nebulosa Gabriela Mistral, na verdade um pedaço meio desgarrado da Nebulosa de Carina, cuja forma parece o rosto desta escritora visto de perfil

Mas, apesar de não estar perfeita por causa do coma, não há dúvidas de que a grande imagem do fim de semana é a que aparece no topo deste post, da Nebulosa NGC 6188, na constelação de Ara, primeiro por que eu devo ser um dos primeiros a fotografá-la no Brasil e segundo que, com duas horas de exposição, tirar um foto destas de um apartamento no meio de Brasília e uma alegria enorme, mostrando que, com um bom filtro H-alpha, não há limites para o que posso fotografar, em termos de nebulosas, da varanda do meu apartamento. Vale lembrar que, para conseguir a imagem colorida, será necessário mais 4 horas de exposição, totalizando 6 horas. Eu vou ter que ter muita paciência para terminar esta foto e as outras duas últimas da qual captei o H-Alpha (Carina e aquela com a Pata do Gato e Lagosta).

É isso aí pessoal, até os próximos posts!

domingo, 10 de março de 2013

Nebulosas Pata do Gato e Lagosta, finalmente sem os enormes halos

NGCs 6334 e 6357. O filtro H-alpha realmente ignora a poluição luminosa de Brasília.

Após três semanas de muitas chuvas aqui em Brasília, finalmente o tempo resolveu me dar uma colher de chá, embora nem de longe tenha sido o ideal. Na madrugada de sexta para sábado, depois das duas da manhã, o céu abriu um pouco e eu pude tentar mais uma imagem com a Canon 135mm F2.0, com o objetivo principal de fazer desaparecer os halos nas estrelas, tão marcantes nas últimas fotos e que quase me fizeram desistir dessa lente.

Para diminuir os halos, dois procedimentos foram feitos, primeiro e, provavelmente mais importante, eu mudei a posição do filtro H-Alpha usado para fazer a imagem. Antes este filtro estava quase dois centímetros a frente do sensor. Se pensarmos que o diâmetro da objetiva é a metade da distância focal, fica fácil imaginar que se tivéssemos um telescópio com 1350mm de distância focal e 720 de abertura (imaginem como seria grosso o tubo deste telescópio), teríamos um filtro 20 centímetros a frente do sensor da câmera.

Para resolver a situação tive que colocar o filtro não acoplado a frente do adaptador da Geoptiks, como estava antes, mas o mais perto possível do sensor da Atik 314L+. Eu tirei o vidro que fica a frente do sensor da Atik, que serve para vedar o sensor e manter a temperatura, e troquei pelo próprio filtro que, agora, além de fazer a função de filtro, também faz a vedação do sensor. Diga-se de passagem a vedação ficou muito boa e o sensor ficou estabilizado em 2 graus centígrados sem problemas.

Dessa vez também fechei um pouco o diafragma da Canon 135mm F2.0 Fechei apenas dois pontos que mudaram a relação abertura/distância focal para F2.5. Eu não sou fã de fechar o diafragma. Melhora um pouco a imagem final, mas também aumenta o tempo de exposição. No caso a mudança de F2.0 para F2.5 incorre na necessidade de um tempo 56% maior para se conseguir o mesmo resultado. Isso deixou a Canon F2.0 com a mesma velocidade da Takumar F2.5 que vendi recentemente e ainda deu às estrelas mais brilhantes um aspecto de mamona, devido a luz que vaza pelo diafragma. Apesar destes problemas, a maior relação abertura/distância focal também significa maior profundidade de campo, o que resulta num foco razoavelmente mais fácil do que em F2.0.

Eu queria ter aproveitado o sábado para ter capturado frames com os filtros OIII e SII, mas infelizmente o tempo não colaborou. O céu estava mais para nublado do que embaçado e vou ter que esperar a próxima semana para tentar uma imagem colorida.

Abaixo, deixo uma comparação interessante. Ambas as imagem foram feitas por lentes de 135mm e em F2.5. A primeira com a Canon F2.0 e a segunda com uma Nikkor F2.5. A grande diferença é que enquanto a primeira foi feita com uma CCD Monocromática e um Filtro H-Alpha de 7,5nm a segunda foi feita com uma Canon T2i modificada. Nessa imagem podemos ver como o novo setup é eficiente. E a primeira foto foi feita com condições terríveis de poluição luminosa e nebulosidade no ar (mal estava dando para ver a constelação de escorpião).


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Eta Carinae e Orion com um ED 80mm e uma Canon Rebel XS da varanda do apartamento

Eta Carinae foi processada um pouco além da conta, mas o resultado, para o foto urbana, ficou bem interessante.

Esses dias o Fabrício Siqueira, astrofotógrafo brasileiro bastante conhecido no meio, veio aqui em casa com um ED de 80mm da Orion. O Fabrício, que antes tinha um refletor de 150mm da Sky-Watcher sobre uma Eq-3 motorizada está renovando o seu setup e começou pelo telescópio, aproveitando uma boa promoção no Armazém do Telescopio. Ele ainda não tem uma montagem para o aparelho e por isso trouxe o refrator aqui pra casa para testarmos a sua qualidade ótica sobre a minha montagem CG-5GT.

A câmera usada também foi do Fabrício, uma Canon Rebel XS 1000D não modificada. Assim, minha participação esteve em controlar a montagem, principalmente no alinhamento. Achei uma pena que sem auto-guiagem tenhamos conseguido apenas 40 segundos de exposição com o telescópio do Fabrício, sendo que na lente 135mm no dia anterior eu estava conseguindo até três minutos de exposição com a montagem na mesma posição. Talvez isso mostre como o alinhamento é mais fácil com lentes.

Eu disse várias vezes ao Fabrício que, se fosse hoje, teria comprado este refrator de 80mm e não o meu atual de 102mm. Sendo muito mais leve que o meu telescópio atual o ED de 80mm parece estar muito mais de acordo com a capacidade da CG-5GT para fotografia em alta exposição do que o meu refrator de 102mm, que com duas câmeras e um segundo telescópio para autoguiagem parece levar a montagem ao seu limite para um acompanhamento com qualidade. Vale dizer que hoje o Orion Premium ED 102mm não está mais no mercado. Me pergunto se um problema crônico apresentado no focalizador não teria sido um dos responsáveis por isso. Quando eu rodo as engrenagens do focalizador, preciso ajudar um pouco com a outra mão puxando ou empurrando o barril.

Devido a poluição luminosa  sobre o meu apartamento, optamos por alvos mais simples de serem encontrados, e também mais brilhantes: Eta Carinae e M42. A segunda nebulosa estava demasiadamente perto da Lua com metade do disco iluminado, por isso está foto acabou sendo mais prejudicada. Eu também não pude usar dark frames para calibrar as fotos, pois o Fabrício teve que ir embora antes que pudesse fazê-los aqui em casa. Sem acesso a estes darks e como a minha câmera DSLR é diferente da Rebel XS, eu acabei empilhando as imagens sem esses darks mesmo, mas usei alguns flats feitos pelo Fabrício, que ficaram muito bons, diga-se de passagem. Quase não vi vinhetagem nas imagens.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Prawn Nebula - Juntando o H-Alpha da Atik 314L com o RGB da Canon T2i

Clique na imagem para ver em tamanho maior

Depois de mais de mês de céus nublados em Brasília, parece que São Pedro resolveu definitivamente colaborar com os astrônomos e neste final de semana tivemos mais algumas noites de céu limpo. Eu não poderia perder a oportunidade de mais algumas fotos, principalmente por que ainda estou tentando me entender com a lente Canon 135mm F2.0, chegando até mesmo a cogitar a sua venda.

 O grande problema dessa época do ano pra mim é que depois que as últimas nebulosas do chamado braço de Orion somem atrás da parede do meu apartamento, que é apontado para o leste, eu tenho que esperar o surgimento do braço de sagitário, onde estão muitas nebulosas legais para serem fotografadas em Orion. então tive que esperar até às quatro da manhã para tentar uma imagem da Nebulosa IC 4628 (Prawn Nebula) em H-alpha.

algo muito legal é que consegui um alinhamento que me garante 3 minutos de exposição, do meu apartamento. Isso acontece por que conheço muito bem o local e as pastilhas da piscina, onde fica o setup, ajudam a marcar a posição correta.

os halos nas estrelas continuam incomodando, mas já bem menos. Eu ainda quero captar a linha de emissão do enxofre e do oxigênio da nebulosa para produzir uma imagem em Hubble Palette. Enquanto não faço isso, juntei a imagem em H-alpha com uma da mesma nebulosa que fiz em setembro de 2012 com a Canon T2i e outra lente de 135mm. Assim, consegui aproveitar as cores da imagem com a Canon T2i, que fez o papel de RGB, com os detalhes da imagem com a Atik 314L, que fez o papel de Luminance.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Primeiras imagens com a Canon 135mm F2.0

Roseta com a lente de 135mm em cores mapeadas (H-Aplpha, OIII e SII), infelizmente Halos nas estrelas prejudicaram a foto.

Após muitas e muitas semanas de céu nublado e chuvas aqui em Brasília, neste Carnaval o tempo finalmente abriu e pude estrear a Lente Canon 135mm F2.0, pela qual gastei uma fortuna, em astrofotografia. Foi uma estreia complicada. Em muitos aspectos fiquei até com saudades da Takumar de 135mm que já está sendo vendida. A Canon tem o foco muito mais difícil, e como vocês podem ver na imagem acima, se não for feito com exatidão, gerá incômodos halos em volta das estrelas. Apesar dessa dificuldade, devo dizer que fora os halos fiquei muito contente com a qualidade da imagem acima, da Nebulosa da Roseta, que fica próxima a constelação de Orion.

Por falar em Orion, também fiz uma imagem da Nebulosa de Orion (M42), que vocês podem ver abaixo. Repare que os halos aparecem aqui também. Outra falha na imagem é que não consegui não estourar o núcleo na Nebulosa. Eu até fiz frames de cinco segundos (também deveria ter feito de um segundo), mas o Deep Sky Stacker não conseguiu empilhá-los.

De Orion eu só consegui capturar o H-Alpha


Se eu conseguir resolver o problema dos halos, imagino que vou conseguir fotos bem legais no futuro com esta lente, as Nebulosas América do Norte e Pelicano deverão ficar lindas com esta técnica. O maior problema do foco é que o programa que vem com a Atik 314L não mostra uma imagem com muita qualidade e a verdade é que às vezes não sei muito bem o quo está acontecendo. O jeito foi passar a noite de hoje treinando até encontrar o ponto certo e espero que nas próximas fotos, esta falha diminua.

As duas imagens foram feitas com frames de 90 segundos, em dias diferentes. Em relação a nebulosa da Roseta, algo que me deixou triste é que antes de dormir resolvi testar quanto tempo o alinhamento aguentava e descobri que se tivesse feito frames com três minutos de exposição as estrelas ficariam redondas. Foi uma lição aprendida, sempre verifique até onde seu alinhamento está mantendo as estrelas redondas antes de fotografar, não faça como alguns que resolvem fazer isso depois que a noite acabou, rssss.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Apresentação minha e do Fábio Plocos na Campus Party 2013

Finalmente chegou o dia da minha primeira palestra sobre astrofotografia. Aconteceu na Campus Party 2013 em São Paulo e o vídeo já está no canal do evento no Youtube.

Foi uma experiência muito legal. Eu estava muito nervoso, mas no fim acho que consegui não falar muita bobagem e foi uma palestra construtiva. A minha parte começa aos quarenta minutos, mas recomendo muito assistirem o vídeo inteiro, com a parte do Plocos, afinal, a palestra dele na Campus Party 2010, junto com a do Diniz, foram de grande importância para o meu início em astrofotografia.

Abaixo vocês podem curtir a palestra na íntegra.