terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O primeiro telescópio: Primeiro Passo: Aceitar que qualidade tem um preço!

Depois de ter feito um post chamado "Coisas que você vai aprender quando quiser comprar um bom binóculo", me senti na obrigação de fazer algo semelhante sobre telescópios.

Mas antes de começar, queria dizer que, se você quer começar na astronomia e ainda não tem um instrumento de observação, esqueça este post e vá ver o sobre binóculos. Pois telescópios são instrumentos excelentes, mas para o aprendizado da astronomia binóculos são muito melhores.

A primeira coisa que se aprende sobre telescópios, quando se pesquisa um mínimo sobre o assunto, é que: Em todo shopping há alguma loja de eletrônicos ou de presentes com telescópios em suas vitrines, quase sempre refratores de 50 a 70mm e refletores de 76 ou 114mm e sempre de marcas que são consideradas pelos astrônomos amadores mais experientes como de qualidade duvidosa. Estes telescópios tem sempre uma plaquinha do lado que diz que eles aumentam 300, 400, ou até 675 vezes, e somos levados a pensar que o telescópio que aumenta 675 vezes é o melhor entre todos. Bem olhando um poucos sites sobre Astronomia já descobrimos que isso não existe. Nunca se compra um telescópio pelo aumento anunciado, e por que? Por que o aumento de um telescópio é totalmente definido pelas oculares ou barlows que você coloca nele. Comprando novas oculares e barlows você muda a potência de um telescópio.

O típico telescópio vendido em lojas de departamentos ou shopping

É claro que o telescópio anunciado como capaz de aumentar 675 vezes virá com um ocular e uma barlow que o farão ser capaz de conseguir um aumento de 675. Então estou falando besteira? Não, pois você conseguirá este aumento, mas o que verá na ocular quando olhar para Júpiter, por exemplo, será apenas um borrão que nem redondo direito será. Isso se você conseguir o milagre de manter o planeta no campo de visão com os tripés que acompanham estes telescópios. Em 675x, mesmo quando estiver usando para observações terrestre será impossível distinguir direito o que se está vendo, de tão ruim que a imagem será.

O que faz a diferença pra valer num telescópio chama-se "Abertura". Abertura é o tamanho da lente primária (no caso de um refrator) ou do espelho primário (no caso de um refletor). Pra ser bem claro, trata-se da grossura do telescópio. Quanto mais grosso for um telescópio, maior será a sua abertura. A abertura é importante, por que quanto maiores forem a lente ou o espelho primário, maior será a capacidade de absorção de luz de um telescópio. Abertura é tão importante que ela quase sempre faz parte do nome do telescópio.

Está página explica bem a diferença entre os vários modelos de telescópio:


À direita um telescópio refrator de 60mm de abertura e à esquerda um refrator de 150mm de abertura

Outra característica muito ruim que os telescópios de shopping tem é o fato de seus acessórios não serem padronizados. Oculares de bons telescópios por exemplo (as lentes pequenas onde você coloca o olho), costumam ser padronizadas em 1,25 ou 2 polegadas, pois assim encaixam em praticamente todos os modelos, mas oculares de telescópios vendidos em shoppings costumam ter um tamanho diferente do padrão.

Mas o pior mesmo é a qualidade desses equipamentos, as peças normalmente são feitas de plástico vagabundo. Eu já tive um telescópio de shopping. Sim, tenho que confessar, até para mostrar que realmente vi como eles são. Era um refrator de 50mm da Tasco, marca bastante presente nesses lugares. Eu lembro que quando olhava Júpiter por ele, às vezes era difícil o planeta parar de balançar antes de sair do meu campo de visão. Quando adquiri um refrator de 90mm da Orion, a primeira diferença que notei foi a solidez da montagem. A tremida nas imagens definitivamente deixou de ser um problema para mim.

Mas ainda existe coisa pior do que comprar esses telescópios de 60mm em shoppings, que é comprar um telescópio numa loja de brinquedos. Se você entrar num Hi-Happy da vida e perguntar para um vendedor se eles tem um telescópio, por que seu filho está pedindo um. Pode ficar tranquilo, você vai conseguir fazer ele desistir de Astronomia por um bom tempo. Algúem pode até dizer: - Não! Com um telescópio desses você vai despertar a curiosidade do menino". Mas eu posso dizer por experiência própria, eu ganhei um telescópio desses quando era menino, e a única coisa que dá pra ver com eles é algumas crateras na lua, e acabou! É apontar para a Lua e fim da carreira astronômica do seu filho, pode colocar o brinquedo de volta na caixa. De resto ele só vai ficar zanzando pra lá e pra cá com o "telescópio" vendo alguns pontinhos luminosos que não dizem nada. Um telescópio desses acabou é destruindo a minha curiosidade por muito tempo.

Telescópio astronômico de brinquedo. Tão bom para astronomia quanto um fogão de plástico é para culinária.

Como com binóculos, você tem que aceitar que existe um preço a se pagar por um telescópio no mínimo razoável. Vai ser difícil você achar um aparelho decente por menos de 600 reais. Um bom aparelho, um dobsoniano de 150mm saíra por cerca de 800 reais. Se você está pensando em tirar fotografias de galáxias e nebulosas com seu telescópio, não pense que vai conseguir resultados aceitáveis sem gastar muito, e pode acreditar. Esse muito pode ser bem mais do que você está imaginando.

Estou dizendo para você que se você não quer gastar, então desista? Claro que não. Não é preciso ter dinheiro algum para se praticar astronomia. Há inúmeros livros sobre o assunto que serão mil vezes mais úteis do que um telescópio de brinquedo, ou mesmo um refrator de 60mm feito de plástico. Se o seu filho quer começar astronomia e você não quer gastar 800 reais com um telescópio, ou mesmo 200 com um bom binóculo, que tal dar um bom livro de astronomia pra ele. Há alguns excelentes. Que tal levar ele para uma biblioteca e procurar junto com ele livros sobre o assunto.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O céu colorido de Brasília

tirei essa foto de dentro do carro de um amigo meu ontem, com uma câmera Bloggie da Sony, que é bem modesta em recursos.

Foi uma pena não estar em condições melhores para tirar a foto ( o carro estava em movimento e havia um pouco de sujeira no vidro). A foto ficou muito bonita, mas com um céu desses, poderia ter ficado muito melhor. As tonalidades azul e amarelas do céu estavam espetaculares!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Astrofotografia - A Via Láctea como obra de arte

Hoje resolvi colocar no blog algumas fotos da Via Láctea, tiradas com câmeras de grande exposição e sem o uso de telescópios. Lembrando que a Vialáctea é uma galáxia espiral barrada. Não a vemos dessa forma, mas sim como um caminho passando no meio do céu, pelo simples fato de que estamos dentro dela.

A imagem abaixo foi tirada no Arizona, numa região chamada Kofa Mountais. O nome do fotógrafo é Richard Payne.


Nesta outra, tirada de um canoa inflável, temos a incrível interação entre a nossa galáxia e um lago, chegando a parecer um espelho. O traço de luz que aparece na imagem é o flash de um satélite Irídiun. Os créditos vão para Tony e Daphne Dallas, do site astrophoto.com .


Está daqui, tirada no Texas, faz com que a nossa galáxia pareça uma continuação da estrada. O autor da foto é Larry Landolfi

Quando se está numa área totalmente sem iluminação artificial, e numa noite de lua nova, vemos um céu muito parecido com essas imagens (sem as cores somente). E isso sem qualquer uso de instrumento, apenas com nossos olhos. É um espetáculo único e gratuito, um dos maiores espetáculos que se pode ver nessa vida. Infelizmente, devido ao estilo de vida moderno, urbano e pragmático que vivemos, um número muito grande de pessoas passará a sua vida sem jamais contemplar a nossa galáxia com seus próprios olhos.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Nuvens aterrorizantes aproximando-se do Guará (distrito Federal) ontem a tarde!

Eu não me lembro de ter visto nuvens tão assustadoras quanto as que se aproximaram do Guará hoje à tarde. Parecia o fim do mundo chegando sobre a cidade satélite. Repare que o Sol ainda brilhava forte enquanto as nuvens se aproximavam


Felizmente essas nuvens desviaram e a chuva que acabou caindo não foi muito forte!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Avião passando em frente a Júpiter enquanto filmado por telescópio

Achei muito bacana esse vídeo que encontrei perdido no Orkut. O cara estava filmando o planeta Júpiter com o seu telescópio quando de repente um avião passou na frente.

Notem a turbulência que a aeronave provocou na atmosfera, criando uma imagem espetacular, parece que estamos vendo a imagem refletida na água e alguém jogou uma pedra próximo a ela!


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Coisas que você vai aprender quando quiser comprar um bom Binóculo!


Animado por estar voltando a praticar Astronomia, resolvi compilar abaixo, algumas coisas que descobri sobre binóculos durante este tempo. Algumas vão completamente contra o que eu imaginava quando comecei a praticar Astronomia. Espero que ajude a quem pretende comprar um binóculo.

A primeira coisa que você precisa saber é que existem binóculos vendidos em camelôs por 20 a 40 reais. Eles são puro lixo, feitos com lentes de plástico. Comparar a qualidade destes binóculos com algo decente é uma piada. Em muitos casos você enxerga melhor sem eles do que com eles. Se você quer comprar um bom binóculo aqui no Brasil, aceite que vai ter que pagam uns duzentos reais. Não cometa o crime de dar um binóculo de 30 reais para seu filho, muito mais se ele estiver interessado em Astronomia. A não ser que você queira justamente que ele esqueça desta prática.

A dura realidade é que binóculos possuem preços absurdos do Brasil. Um binóculo encontrado por 300 reais numa loja brasileira, custa cerca de trinta dólares nos Estados Unidos. Um que custe 2000 reais aqui, custa uns 300 dólares por lá. Moral da história: produtos vistos como de alto nível aqui, como alguns binóculos das marcas Orion ou Celestron, são visto como brinquedos nos Estados Unidos, enquanto os produtos vistos por eles como sendo de qualidade, parecem produtos da aristocracia inglesa para nós.

É quando você olha para o céu noturno que você realmente descobre a qualidade ótica de um binóculo. Produtos que parecem perfeitos quando você está olhando uma paisagem durante o dia revelam suas deficiências aos serem apontados para um planeta ou estrela durante a noite: as imagem não se juntam, a aberração cromática se espalha, reflexos poluem a imagem, as estrelas se deformam ao se aproximarem da borda do campo de visão. Mesmo binóculos de 200 ou trezentos reais irão apresentar problemas ao se olhar para o céu noturno e você vai entender por que existem aqueles que custam cerca de 2000 reais.

Algo que vai lhe deixar confuso, é descobrir que aumento tem um significado totalmente diferente do que você imaginava. A primeira coisa que você vai escutar de praticantes experientes quando for comprar um binóculo é: "muito aumento é ruim e pouco aumento é bom!". Você vai demorar para aceitar isso, mas logo vai entender que um binóculo com muito aumento tem imagem escuras e absurdamente tremidas, além de um campo de visão estreito, tornando uma grande dificuldade achar e observar o que você quer. Você vai descobrir que os melhores aumentos estão entre 7 e 11 vezes. Acima disso vai precisar de um binóculo muito grande e pesado além de um robusto e alto tripé.

Também vai descobrir que, para astronomia, zoom é um estorvo que pode prejudicar e muito a qualidade da observação, principalmente por reduzir muito o tamanho do campo de visão da imagem.

No começo você também vai escutar sobre prismas BAK4 e BAK7 e não vai entender qual a diferença, a única coisa que entendera é que todos os mais experientes dizem que BK4 é melhor para quem quer usar o binóculo para Astronomia, às vezes sem explicarem direito o porque. Quando você olhar uma estrela com um binóculo com prisma BK7 e ver como ela se deforma ao se aproximar da borda da imagem, vai entender a diferença.

Um tipo de bobagem muito comum que você vai encontrar em sites como "Mercado Livre" são coisas como "Binóculo com alcance de 1km". Isso não existe e quem descreve seus binóculos assim normalmente não tem o mínimo conhecimento sobre o produto que está vendendo. Binóculo é um produto feito por lentes. O que elas fazem é dar mais potência a seus olhos, sem mudar suas características basícas. Como seus olhos, um binóculo pode  enxergar até o infinito se não houver nada opaco em frente ao objeto. 

Se você está afim de encontrar um bom binóculo na Internet, fique atento aos endereços dos sites mais respeitados do brasil:

www.astroshop.com.br

www.armazemdotelescopio.com.br.

www.tellescopio.com.br


Eu acredito que um bom binóculo para começar em astronomia tenha as seguintes características:

Prismas BK4.
aumento entre 7 e 11 vezes.
abertura entre 50 e 63mm
peso de no máximo um quilo.
Lentes Fully Multi-Coated
Conforto visual acima de 11 mm se você não usa óculos e de cerca de 20mm se você usa.)
Preço entre 200 e 400 reais.


Boa sorte com sua compra

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Campus Party - Palestra De Olho No Sol


São cinco e pouco da tarde e eu sigo no meu primeiro dia aqui na Campus Party. Estamos num momento interessante para Astronomia. Acabei de assistir a uma palestra sobre o Sol, daqui a uns minutos teremos a abertura do curso de Astrofotografia e às sete teremos o pessol da Nasa no palco principal.

A palestra sobre o Sol foi dada por Tereza Satiko, mestre em Astrofísica pelo Impe. Ela mostrou o Sol visto de várias formas, explicou sobre a importância das atividades solares e principalmente, mostrou excelentes sites para se acompanhar as atividades desta estrela e também ver incríveis imagens.

http://solarmonitor.org/

http://sohowww.nascom.nasa.gov/

http://www.spaceweather.com/

http://www.bbso.njit.edu/

http://www.inpe.br/climaespacial/ (site brasileiro)

http://sungazer.net/

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

As primeiras fotos que tirei com um telescópio refrator de 90mm - Júpiter, Saturno e Lua

Aproveitando que estou começando a falar de Astronomia aqui no meu blog, resolvi colocar aqui algumas fotos que tirei com meu telescópio. Estas foram as primeiras fotos que consegui tirar com ele.

A técnica foi mais do que simples. Eu aproximava a câmera, uma Polaróide de 1,3 megapixels ,da ocular e tentava fotografar a imagem que aparecia nela. Vejam os resultados:

Júpiter - Duas faixas enormes são visíveis. Essa imagem ficou até próxima daquilo que vejo com meus próprios olhos ao observar pelo Refrafor de 90mm, com a diferença que as quatro maiores luas do planeta seriam visíveis, inclusive suas sombras sobre o planeta.

Os anéis de Saturno ficaram claramente visíveis nessa fotografia, mas nem sinal da divisão de Cassini, que é claramente visível quando se olha pelo telescópio com seus próprios olhos.

A Lua vista por uma ocular de 25mm

Aqui uma vista da região da lua onde no momento da foto a parte iluminada se misturava com a parte sobre as sombras. Normalmente é onde se tem as melhores imagens das crateras lunares.

Aqui um belo detalhe que mostra os Montes Apeninos, com a grande Cratera Copérnico a esquerda..
 
Aqui podemos ver a espetacular cratera de Tycho (a direita). Repare que é possível ver que o impacto do meteoro espalhou material por centenas de quilômetros.
Estas fotos foram tiradas com um telescópio igual ao da foto abaixo, um refrator acromático com 90mm de abertura e 910mm de distância focal, fixado a uma montagem alt-azimuta.

Com um refrator de 90mm é possível tirar fotos melhores do que as que mostrei, para isso eu precisaria de uma montagem diferente (o tripé), uma câmera mais adequada e, é claro, praticar mais. Mas eu fiquei muito feliz com o resultado inicial.

Um grande Abraço

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

COMO COMECEI NA ASTRONOMIA


Não consigo me lembrar quando comecei a me interessar por astronomia. Lembro que desde muito menino ficava pertubando meus pais para que me comprassem um teléscopio. Quando eu tinha doze anos de idade, meus pais foram dar uma passada na zona franca de Manaus torrar um dinheiro que eles tinham ganho (na época eu morava no Pará) e fui logo pedindo que eles me trouxessem um na bagagem. 

Dias depois,  minha mãe ligava de Manaus, avisando que tinham comprado um violão. Mas viu que eu não tinha aceitado muito bem este presente. Passaram mais dois dias e eles ligaram avisando que tinham comprado uma raquete de tênis e novamente ouviram reclamações. Eles ainda compraram um kit de mergulho antes de finalmente comprarem uma pequena luneta de 40mm. O maior resultado disso foi a revolta de meus irmãos por eles terem comprados tantas coisas pra mim.

Infelizmente, hoje aprendi que não basta dar uma luneta para seu filho se ele quer praticar Astronomia e achar que está tudo resolvido. A luneta de 40mm era um desastre, com uma visão bem fraca da Lua e incapaz de mostrar mesmo as fases de Vénus, que, através dela, continuava apenas como uma estrela muito brilhante. Se juntasse o dinheiro de todos os presentes, certamente teria sido possível um telescópio no mínimo adequado. Mas eu não posso criticá-los. Eram tempos sem internet e de economia fechada e comprar um equipamento de Astronomia adequado não era nada parecido com o que é hoje. Eles provavelmente compraram o melhor equipamento que estava ao alcance mesmo. E no fim, infelizmente acabei usando a luneta somente pare espionar as pessoas que passavam na rua em frente a minha casa, principalmente as do sexo feminino.

Passaram-se muitos anos. Eu cresci. Fui para faculdade. Arranjei um emprego e um belo dia, resolvi entrar num site chamado Viagem ao Sistema Solar (http://www.vssbr.com/). Este site hoje pode parecer totalmente precário, sem nenhuma noção de conceitos básicos de designe e usabilidade na web, mas na época foi o que redespertou meu interesse pela Astronomia quando eu já estava me tornando um filisteu,. O Viagem ao Sistema Solar conseguia mostrar de uma forma encantadora todos os astros importantes que giram em torno de nosso Sol. Passei semanas o debulhando até que resolvi simplesmente imprimir todo o seu conteúdo na impressora do serviço. 

Como era de se esperar, eu não demoraria a voltar a sonhar com um telescópio. E como é típico de mim, tive que começar quebrando a cabeça. Comprei um telescópio da Tasco, com 50 mm, desses que você já deve ter visto embelezando vitrines em shoppings. Hoje percebo o horror que era aquele instrumento. Quando você usa um telescópio de verdade, nunca mais será capaz de usar um produto barato novamente. Ao menos o telescópio do Tasco foi capaz de me mostrar as luas de Júpiter pela primeira vez e  também os anéis de Saturno, embora de uma forma bem precária e sempre após um enorme esforço para alinhar e estabilizar o aparelho.  

É claro que, junto com o telescópio eu procurei conhecer melhor as constelações. Encontrei alguns bons programas que me ensinavam a tentar compreender o céu, mas era muito comum eu ficar totalmente perdido entre tantas astrelas. 

Com o tempo, consegui comprar um telescópio decente: um refrator de 90mm que consegui trazer dos Estados Unidos, através de um site que nem trabalha mais com telescópios (devem ter tido prejuízo com eles). O refrator de 90mm é um equipamento encantador, capaz de dividir os anéis de Saturno, ver as calotas polares de Marte ou mesmo ver a sombra das luas de Júpiter sobre aquele planeta quando passam em frente a ele. Consegui até tirar minhas primeiras fotografias do céu com aquele telescópio, mas continuei sofrendo por falta de conhecimento. Uma coisa que aprendi nesse tempo praticando astronomia foi: conhecimento vale muito mais do que um bom equipamento para se ter uma boa noite de observações.

Esse é um pequeno "resumo resumido" de minha vida de praticante de astronomia, até os dois de hoje. É um hobby que me cativa deste sempre, do qual às vezes, por necessidade, ou motivos práticos eu me afasto, mas sempre foi uma das coisas mais fascinantes que vi para se fazer. Imagino que, se existe um Deus, ele deve ficar muito orgulhoso de ver algumas de suas criações, mesmo as mais humildes, admirando e tentando entender sua obra, se perguntando: como vieram parar ali, se estão sozinhos e para onde irão.


Um grande abraço.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

DE OPERADOR DE COMPUTADOR A ANALISTA DO BANCO CENTRAL - A História de um Concurseiro - CAPÍTULO FINAL


Pessoal, após muitos anos no ar, a série sobre como me tornei analista do Banco Central foi finalmente convertida em livro e está disponível para venda na Agbook. Clique na imagem abaixo para acessar a loja: