segunda-feira, 30 de junho de 2014

Nebulosa da Águia - M16 - Um Hubble Palette que deu certo!



Foram 58 frames de 5 minutos. 30 de H-alpha, 14 de Oxigênio e também de Enxofre. A guiagem permitiu tempos de exposição de 5 minutos, mesmo da varanda do meu apartamento, no décimo terceiro andar.






A Nebulosa da Águia, também conhecida por M16, é uma Nebulosa de emissão das mais famosas, principalmente depois de uma celebrada imagem do Telescópio Espacial Hubble mostrando os chamados Pilares da Criação, formação bem ao Centro da Nebulosa que lembra três grandes pilares. Esta nebulosa, desde muito tempo tem sido a minha preferida entre todas. Por isso eu estava guardando um momento para poder fazer uma captação com qualidade de M16, além de parar de ficar pegando cores de imagens antigas e produzir um Hubble Palette novo com o telescópio.

Um fim de semana de céu limpos e com feriado na quinta e na segunda seguinte, graças a copa do mundo, foi o ideal para a captação de 58 frames de 5 minutos, totalizando quase cinco horas de exposição de captação. Cinco minutos não é muito para captação em banda estreita num telescópio F7, mas felizmente a Nebulosa da Águia é muito brilhante, não exigindo muito tempo para a captação de bons detalhes. Além disso, um número maior de frames melhora a definição da imagem. Uma coisa legal que faço é que, apesar da câmera Atik 314L+ ter um sensor com apenas 1,3 megapixels de resolução, eu consigo publicar fotos de tamanho muito maior. isso por que uso o recurso de Drizzle no Deep Sky Stacker, que aumenta a resolução das imagens quando se empilha muitos frames, funcionando melhor quanto maior o número de frames empilhados.

Considero esta minha melhor imagem até hoje. Melhor até do que as captações da Nebulosa do Camarão ou da Lagoa, feitas algumas semanas atrás. O resultado da Paleta de Cores, em que eu forcei bastante o OIII e o SII antes de empilhar, foi o que mais me deixou feliz.

O grande dilema que enfrento agora é escolher entre o Refrator ED de 102mm e o Refletor de 200mm para astrofotografia, cada um deles tem suas vantagens. O refletor é muito mais rápido, com uma relação distância focal/abertura de apenas 4,5 vezes, enquanto o ED tem uma distância focal sete vezes maior do que sua abertura, mesmo esta abertura sendo a metade do refletor. Assim, o ED, mesmo descontando a obstrução no secundário do refletor, é duas vezes mais lento que o refletor. Além disso, o ED está com o focalizador ruim, exigindo que eu empurre ou puxe o focalizador com uma mão, enquanto giro o botão do foco.

O problema é que o tirando o exposto acima, o ED é mais leve, forçando menos a montagem, permitindo tempos maiores de exposição por frame, além de poder ficar mais alto, já que permite que eu estenda o tripé ao máximo, me dando mais visão do céu, enquanto com o refletor o tripé deve ficar no mínimo para não vibrar tanto. E mais, o ED tem muito menos coma e mais contraste do que o Refletor e na minha opinião a Óptica do ED tem me deixado mais feliz.

O Resultado disso tudo é que Refletor será o telescópio preferido para Astrofotografia de céu profundo somente se eu conseguir o mesmo tempo de exposição com ele que consigo com o ED. Isso deve acontecer quando eu puder trocar minha HEQ5 por uma EQ6, mas o dinheiro não está sobrando e só devo fazer isso ano que vem.

Para fazer essa imagem, enfatizando o núcleo da Nebulosa, foi captado mais 75 frames de 2 minutos de exposição com o Refletor de 200mm. Honestamente eu esperava mais detalhes. talvez o tempo de exposição menor por frames tenha limitado a capacidade de resolução.




Aqui a imagem feita com o refletor sem Crop.

4 comentários:

  1. Olá Rodrigo! Com relação ao focalizador do refletor, já conseguiu resolver o problema? Estou fazendo um projeto para a construção de um telescópio refletor, e a parte mais difícil que estou encontrando é a construção da aranha de fixação do espelho secundário. Já fiz um protótipo e não achei que ficou bom, hoje comecei a fazer outro, quem sabe desta vez eu acerto. Pelo que li no seu blog e sua montagem ficou pequena para fazer astrofotografia, a tamanho do espelho do primário vai ficar entre 230 a 240 mm. Quero um tubo curto para facilitar no transporte, por isso estava pensando num espelho de distancia focal 4 a 5, sei se ser 4 vou sofrer com o coma. O seu tele o FD é 4,5, percebi que o coma te atrapalhou más foi muito ou pouco? Os espelhos se tudo der certo vou encomendar do Sandro Colleti, pois já fiz um orçamento de um espelho de 200 mm - FD 6,25. Só que achei muito comprido e resolvi aumentar a abertura e diminuir na distância focal. Bom desde já te agradeço pelas respostas.

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  2. Aqui eu vi que vc usou o Drizzle no DSS, pq será que qd tento fazer o empilhamento e aplico esse recurso me da erro de memória?

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  3. Aqui eu vi que vc usou o Drizzle no DSS, pq será que qd tento fazer o empilhamento e aplico esse recurso me da erro de memória?

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    1. Cleber, o DSS não consegue far o Drizzle de imagens inteiras de DSLRs, por que fica muito grande. Mas você pode selecionar uma área específica para fazer Drizzle 2x ou 3x. Obviamente para o Drizzle de 3x a área é ainda menor. Tente selecionar uma área que você vai ver aparecerem 2 quadros dizendo 2x e 3x.
      Uma das coisas que gosto da minha CCD é que, como a resolução é só de 1,3 megapixels, o DSS conseguer fazer o Drizzle do frame inteiro, sem precisar selecionar área.

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Eu tenho me esforçado para responder todos os comentários, mas posso demorar um pouco, ou mesmo esquecer algum. Por isso, peço paciência e não fiquem constrangidos de me darem um toque, caso eu esteja demorando demais.