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Foram 58 frames de 5 minutos. 30 de H-alpha, 14 de Oxigênio e também de Enxofre. A guiagem permitiu tempos de exposição de 5 minutos, mesmo da varanda do meu apartamento, no décimo terceiro andar. |
A Nebulosa da Águia, também conhecida por M16, é uma Nebulosa de emissão das mais famosas, principalmente depois de uma celebrada imagem do Telescópio Espacial Hubble mostrando os chamados Pilares da Criação, formação bem ao Centro da Nebulosa que lembra três grandes pilares. Esta nebulosa, desde muito tempo tem sido a minha preferida entre todas. Por isso eu estava guardando um momento para poder fazer uma captação com qualidade de M16, além de parar de ficar pegando cores de imagens antigas e produzir um Hubble Palette novo com o telescópio.
Um fim de semana de céu limpos e com feriado na quinta e na segunda seguinte, graças a copa do mundo, foi o ideal para a captação de 58 frames de 5 minutos, totalizando quase cinco horas de exposição de captação. Cinco minutos não é muito para captação em banda estreita num telescópio F7, mas felizmente a Nebulosa da Águia é muito brilhante, não exigindo muito tempo para a captação de bons detalhes. Além disso, um número maior de frames melhora a definição da imagem. Uma coisa legal que faço é que, apesar da câmera Atik 314L+ ter um sensor com apenas 1,3 megapixels de resolução, eu consigo publicar fotos de tamanho muito maior. isso por que uso o recurso de Drizzle no Deep Sky Stacker, que aumenta a resolução das imagens quando se empilha muitos frames, funcionando melhor quanto maior o número de frames empilhados.
Considero esta minha melhor imagem até hoje. Melhor até do que as captações da Nebulosa do Camarão ou da Lagoa, feitas algumas semanas atrás. O resultado da Paleta de Cores, em que eu forcei bastante o OIII e o SII antes de empilhar, foi o que mais me deixou feliz.
O grande dilema que enfrento agora é escolher entre o Refrator ED de 102mm e o Refletor de 200mm para astrofotografia, cada um deles tem suas vantagens. O refletor é muito mais rápido, com uma relação distância focal/abertura de apenas 4,5 vezes, enquanto o ED tem uma distância focal sete vezes maior do que sua abertura, mesmo esta abertura sendo a metade do refletor. Assim, o ED, mesmo descontando a obstrução no secundário do refletor, é duas vezes mais lento que o refletor. Além disso, o ED está com o focalizador ruim, exigindo que eu empurre ou puxe o focalizador com uma mão, enquanto giro o botão do foco.
O problema é que o tirando o exposto acima, o ED é mais leve, forçando menos a montagem, permitindo tempos maiores de exposição por frame, além de poder ficar mais alto, já que permite que eu estenda o tripé ao máximo, me dando mais visão do céu, enquanto com o refletor o tripé deve ficar no mínimo para não vibrar tanto. E mais, o ED tem muito menos coma e mais contraste do que o Refletor e na minha opinião a Óptica do ED tem me deixado mais feliz.
O Resultado disso tudo é que Refletor será o telescópio preferido para Astrofotografia de céu profundo somente se eu conseguir o mesmo tempo de exposição com ele que consigo com o ED. Isso deve acontecer quando eu puder trocar minha HEQ5 por uma EQ6, mas o dinheiro não está sobrando e só devo fazer isso ano que vem.
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Aqui a imagem feita com o refletor sem Crop. |