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Nebulosa da Roseta, registrada na noite de sexta para sábado do último fim de semana, com telescópio refrator de 102mm F7 e Câmera QHY163mono. |
A Nebulosa Roseta é uma nebulosa de emissão que surge nos céus brasileiros durante o verão, aparecendo logo depois da Constelação de Órion, na Constelação do Unicórnio. Esta nebulosa é bastante brilhante em fotografias, mas pouco visível ao telescópio, sendo muito mais fácil visualizar o aglomerado estelar aberto NGC 2244, que energiza a nebulosa a partir de seu centro, visível até mesmo com binóculos.
A grande nuvem de hidrogênio é mais formalmente reconhecida pelo sua catalogação do Caldwell, com o número 49, mas é mais informalmente reconhecida pela sua associação com o aglomerado estelar NGC 2244. Na verdade, vários objetos NGC compõem o que chamamos de Grande Complexo Nebular Roseta, formado pelos objetos NGC 2237, NGC 2238, NGC 2238 e NGC 2246.
A grande nuvem de hidrogênio é mais formalmente reconhecida pelo sua catalogação do Caldwell, com o número 49, mas é mais informalmente reconhecida pela sua associação com o aglomerado estelar NGC 2244. Na verdade, vários objetos NGC compõem o que chamamos de Grande Complexo Nebular Roseta, formado pelos objetos NGC 2237, NGC 2238, NGC 2238 e NGC 2246.
A Nebulosa Roseta está a cerca de cinco mil anos-luz da Terra e possui cerca de 130 anos-luz de diâmetro. Para efeito de comparação, isso é aproximadamente o dobro do comprimento da Nebulosa da Lagoa, que está numa distância parecida, embora em posição oposta. Seu diâmetro aparente (o tamanho que vemos da Terra) é cerca de duas vezes o diâmetro aparente da Lua.
A Nebulosa Roseta esta localizada entre os chamados braço de Orion (onde está a Terra) e de Perseus, da Via Láctea. O Braço de Perseus é considerado o braço principal da Via Láctea. Ele sai do núcleo galáctico do outro lado da Via Láctea e passa atrás da Terra deste lado da Via Láctea. Estudos apontam que o Braço de Orion, onde Nebulosa de Orion e a própria Terra estão localizado, na verdade seria uma ramificação do braço de Perseus, mas isso ainda não está confirmado.
Eu já visitei a Nebulosa da Roseta algumas vezes, nas mais variadas formas, com os mais variados tipos de equipamentos. É um objeto ótimo para se registrar tanto em Hubble Palette como em cores Naturais. A imagem do alto do post foi feita com a câmera QHY163 monocromática que comprei no primeiro semestre de 2017, mas acredito que só agora, em 2018, vou começar a aproveitar a câmera para valer. Para esta imagem, foram registrados 51 frames de 3 minutos com filtro H-alpha e mais 6 frames de três minutos para cada um dos outros dois filtros, Oxigênio III e Enxofre II.
Em todos os frames eu utilizei binning 2x2. Binning é quando você agrupa pixels da câmera para simular pixels maiores e assim conseguir mais sensibilidade. Isso incorre na diminuição da resolução. Mas para mim é a maior vantagem de se ter uma câmera com grande resolução e uma sensor maior. Com o Binning 2x2, eu faço os pixels da QHY163m ficarem grandes como o da Atik 314L+, minha outra câmera, mas ainda consigo quatro megapixels, uma resolução quatro vezes maior do que conseguiria com a Atik 314L+. Um bining 2x2 quer dizer que a cada 2 pixels horizontais e dois verticais, teremos um único pixel, mas duas vezes maior. Se o binning for 3x3, seriam 3 pixels verticais e 3 horizontais. Mas assim a resolução diminuiria em 9 vezes, o que tiraria muito da resolução da QHY163m, que na verdade, só permite binning de no máximo 2x2.
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Este crop da imagem acima destaca os glóbulos de Bok da Nebulosa Roseta próximos a nuvens de poeira. |
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Esta "montanha" de hidrogênio é outra área de destaque da Nebulosa Roseta. Ela lembra montanhas que já vimos nas nebulosas América do Norte e Pelicano, entre outras. |
Como toda nebulosa de emissão, a Nebulosa Roseta em cores naturais é vermelha, apresentando traços em azul principalmente em seu interior. Sua forma, quando vista em cores naturais, reforça o apelido da nebulosa, que realmente lembra um grande botão de rosa flutuando por trás das estrelas. A Nebulosa está se espalhando do centro para fora, criando ondas de choque com as regiões em volta, que comprimem as nuvens de gás e geram formações como a da imagem logo acima. A Nebulosa Roseta tem um aspecto que lembra um pouco as nebulosas planetárias, mas sua extensão é muito maior do que o tamanho típico de uma planetária, sendo uma nebulosa com natureza semelhante a nebulosas como a da Lagoa (M8), por exemplo.
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Registro feito somente com DSLR Canon T2i, lente de 200mm F2.8 e Ioptron Skytracker. Um setup bastante portátil que levei para chácara no Natal de 2016. |