Essa época do ano costuma ser uma das piores para fotografar, por isso, quando tempos uma noite aberta, ainda mais sem Lua, costuma ser uma oportunidade de ouro para capturarmos nebulosas que há muito tempo queremos registrar e as nuvens sempre atrapalham. Mas também pode ser uma época interessante para descobrirmos novos objetos no céu, ou mesmo, como no caso da imagem deste post, descobrir que é possível registrar nebulosas que imaginávamos estarem além do nosso alcance.
Na noite do feriado de 12 de outubro, eu percebi que poderia apontar meu telescópio, mesmo da varanda do meu apartamento, para algumas nebulosas interessantes no norte. O alvo que me parecia mais interessante era a nebulosa Flaming Star, catalogada como IC405.
Eu já tinha apontando o telescópio para Flaming Star quando notei que bem ao lado daquela nebulosa estava um dos objetos que eu acho mais interessantes no céu e que eu acreditava não ser possível fotografar do Brasil, muito menos de meu apartamento.
Trata-se da Nebulosa do Girinos, catalogada como IC410. Acho que o nome não é muito popular no Brasil. Parece meio sem glamour, eu acredito, mas em inglês ela é conhecida como Tadpole Nebula, cuja tradução é girino. Acho que outra opção que teríamos é chama-lás de Nebulosa dos Espermatozóides. O problema é que daí não demorariam a encurtar o nome da nebulosa, que logo viraria Nebulosa do Esperma. Talvez seja melhor deixar como dos Girinos mesmo.
Apesar do céu estar bem aberto nos dias do registro, as condições estavam longe de serem as ideais. Devido à seca pela qual Brasília está passando, havia muita poeira e fumaça na atmosfera e isso acaba espalhando ainda mais a intensa poluição luminosa que enfrento da varanda de meu apartamento. Mais uma vez o sensor maior da QHY163m conversou com dificuldades com a poluição luminosa da varanda do meu apartamento e eu vejo que esta câmera é mais adequada para ser usada durante os encontros em fazendas, enquanto a Atik314L+ parece melhor para o apartamento.
De qualquer forma, capturar IC410 foi uma grande alegria. Mesmo com os defeitos da imagem, eu não lembro de outro astrofotógrafo brasileiro ter feito esta captura, o que é um grande orgulho.
De qualquer forma, capturar IC410 foi uma grande alegria. Mesmo com os defeitos da imagem, eu não lembro de outro astrofotógrafo brasileiro ter feito esta captura, o que é um grande orgulho.
Muito bom seu registro Andolfato. Ainda mais do apartamento. Sei muito bem qual a dificuldade de fazer registros de uma varanda... Recentemente tive a oportunidade de ir à uma fazenda no município de Varjão/GO. Lá, graças a Deus, a noite estava muito estrelada, sem Lua, a ponto de poder ver, digamos, o início do rastro da via láctea, quase como uma nuvem branca... Aproveitei e tirei algumas fotos (dentro do limite do meu setup). Em uma dessas fotos, "apontei" a câmera (somente ela) para o Norte Celeste e fiz um registro de 15min, para conseguir captar o rastro das estrelas... agora sim, vem minha dúvida. Mesmo em GO é possível "apontar" para o Polo Norte Celeste? Obrigado.
ResponderExcluirOlá Andolfato, seu blog é excelente! Pena que, neste Brasil dos impostos sem retorno. Este hobby seja tão caro! Por favor, tenho uma pergunta de amador... Eu tenho um tracker, Star Adventurer.
ResponderExcluirMas achei, o alinhamento polar um pouco tedioso. (Talvez seja a falta de um bom amigo do hobby, para animar...) Andei pesquisando mas, todo mundo jura que, para "crisps" fotos, seu alinhamento polar do Star Adventurer, tem de estar perfeito! Li alguém dizendo que, conseguiu fotos sem rastros significativos, até 90 segundos. Com um alinhamento digamos, "mais ou menos"... Minha pergunta é, em sua opinião até QUANTOS SEGUNDOS consigo fazer uma foto boa, com o Star Adventurer? Com um alinhamento "amadorístico"...? Vou usar aquela lente "baratinha" da Nikon, a 70-300mm. Saudações e parabéns pelo blog!
Obrigado pelas palavras, Amarildo. Realmente o alinhamento pode ser um pouco complicado às vezes. Você não tem vista para o Sul? Já pensou em tentar fazer uma falsa estrela polar com laser verde? Quando você se acostuma a encontrar o sul, fica muito fácil. Eu também costumo usar um inclinômetro (pode ser um APP de celular) Ele já te dá a latitude, daí você aponta mais ou menos para a longitude e vai fazendo umas fotos testando o movimento. A cada foto você ajusta a longitude de acordo com o tamanho dos rastros das estrelas. Você vai conseguir entre 45 a 60 segundos com 200mm de DF. Outra coisa, se conseguir pouco tempo, aumente o ISO e faça mais frames. 80 frames de 30 segundos em ISO 6400 tem um resultado quase igual a 10 frames de 4 minutos em ISO 800.
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