sábado, 11 de agosto de 2018

Fotografando com o Ioptron Skyguider e a QHY163m sem guiagem

Região de Sadr e Nebulosa Crescente (NGC 6888)
  H-alpha 73x1min
OIII 39x1min
SII 27x1min


Um dos dois setups que usei no Décimo Primeiro Encontro Brasileiro de Astrofotografia foi o Ioptron Skyguider Pro carregando a câmera monocromática QHY163m com a lente de 200mm F2.8. Este é o que eu chamo de um setup portátil, que dá pra carregar com um braço, um levar numa viagem de avião. Eu já usei esse setup antes, em dois encontros astronômicos, mas desta vez, não pude usar a já comprovada eficiente guiagem do Skyguider Pro. Como também estava com o Telescópio Refletor de 200mm sobra a HEQ5, fotografando galáxias, o setup de maior aumento e menos campo não podia ficar sem a ajuda da guiagem.

Nebulosas Running Chicken (IC2944) e Estátua da Liberdade (NGC 3572)
  H-alpha 66x1min
OIII 8x1min
SII 8x1min


Foi então uma boa oportunidade para ver como o Skyguider Pro se comportaria com a lente de 200mm sem o apoio da guiagem. Para quem não leu os posts anteriores, com guiagem eu consegui frames de três minutos com o Skyguider Pro. Sem guiagem eu sabia que não ia conseguir mais do que um minuto por frame e foi exatamente com frames de um minuto que fotografei.

Sem guiagem e perfeitamente alinhado com o polo celeste, o Skyguider consegue tranquilamento frames de um minuto de exposição, mas a diferença é que agora muitos dos frames saem apresentando rastro, com estrelas pra lá de ovaladas. Posso dizer que, para cada frame bom, um fica ruim, enquanto com guiagem todos os frames ficam perfeitos.

Nebulosas do Véu registradas em HalphaRGB
  H-alpha 96x1min (bin 2x2)
RGB - 15x1min cada cor. (bin 1x1)


Uma coisa boa do uso do Skyguider com a lente de 200mm sem guiagem é que, apesar do grande número de frames problemáticos, após cerca de duas foras de captura, é possível continuar fotografando sem precisar ajustar o enquadramento. A perda de área é quase insignificante. Mas deve-se ficar esperto. O deslocamento dos frames somente para uma direção, numa câmera com sensor CMOS, tente a gerar linhas nas áreas mais escuras na imagem.

Apesar das limitações, fiquei muito feliz com o resultado final das imagens. O mérito vem principalmente da câmera QHY163m e sua versatilidade incrível. Primeiro, elevei o ganho da câmera, o que, apesar de aumentar o ruído, aumenta muito a sensibilidade. E o ruído pode ser bastante reduzido quando se captura muitos frames. Também utilizei binning 2x2 nas capturas. O binning 2x2 soma o brilho de cada 4 frames para gerar uma imagem mais brilhante, embora com quatro vezes menos resolução. No fim ainda temos uma resolução ainda muito boa de 4 megapixels e o uso de Drizzle 2x na integração, que aumenta os single frames duas vezes antes de integrá-los, compensa a perda de resolução do binning 2x2.

Nebulosas América do Norte (NGC 7000) e Pelicano
  H-alpha 86x1min
OIII 18x1min
SII 18x1min

Eu acabei usando todos os frames capturados nos registros, embora o aconselhável seja selecionar os melhores. Fiz isso por que acredito que ajuda a reduzir o ruído. Eu talvez refaça algumas das fotos apresentadas aqui em oportunidades futuras de captura, com frames de 3 minutos e talvez sem o uso do binning. Talvez consiga resultados ainda mais interessantes.

O Skyguider Pro com a QHY163m e lente de 200mm F2.8 Canon EF USM II





Um comentário:

Eu tenho me esforçado para responder todos os comentários, mas posso demorar um pouco, ou mesmo esquecer algum. Por isso, peço paciência e não fiquem constrangidos de me darem um toque, caso eu esteja demorando demais.