quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O Cometa Lovejoy


O Cometa C/2014 Q2 Lovejoy está indo embora. É uma pena, mas eu tenho que dizer: desde que comecei na Astrofotografia, no começo de 2011, este foi disparado o cometa mais marcante. Eu o vi brilhar como um farol com binóculos e também observei o seu pontual núcleo com telescópios refletores grandes, uma experiência de que não vou esquecer tão cedo. Se você perdeu a oportunidade, eu lamento, mas não fique triste, o C/2014 Q1 Pan-STARRS vem aí e promete brilhar no meio do ano tanto quanto o Lovejoy brilhou agora. Vamos torcer para as previsões estarem certas.

O mais importante, para este Blog, é que dessa vez, finalmente consegui fazer um trabalho razoável de captura de um cometa. Não foi nada perfeito. Quando o céu esteve limpo, eu estive sem o equipamento adequado ou em áreas com grande poluição luminosa. Quando eu estive com o equipamento certo, numa área sem poluição luminosa, o céu nublou.

É assim mesmo. Minhas fotos ideiais nunca saem tão facilmente, são frutos de várias tentativas, tentando entender os objetos, suas particularidades e lutando contra má sorte e falta de atenção até conseguir chegar no resultado que eu almejo.

Mas felizmente consegui algumas imagens do Lovejoy 2014 que valem publicar aqui:

Esta imagem feita com telescópio refrator de 102mm, com 50 frames de 20 segundos em ISO 3200 foi feita de uma fazenda, no dia 16 de janeiro de 2015, com o céu, infelizmente, repleto de nuvens. 

O Registro acima, também com telescópio de 102mm, foi feito a partir da varanda do meu apartamento. É possível ver o enorme contraste entre o brilho do cometa e o da calda, bem mais pálida, quase não aparecendo na imagem. A captura foi feita com 55 frames de 1 minuto em ISO 800. Um céu mais aberto permitiu uma captura mais calma.



 
O vídeo acima foi feito a partir dos frames usados para compor a imagem anterior

Esta imagem foi realizada do apartamento de um amigo, bem no centro do Àguas Claras, Brasília.


5 comentários:

  1. Olá Rodrigo. Tempos atrás, quando fazia escola de engenharia, dediquei muito tempo à observação astronômica. Hoje, 20 anos depois de formado, venho me aproximando de novo da astronomia, mais entusiasmado, no entanto, no campo da astrofotografia. Depois de ler sobre o assunto, resolvi me aventurar com o equipamento que tenho acesso, ou seja, um telescópio refletor de 125 mm de diâmetro e f5, e uma câmera digital Pentax K5. Antes de me aventurar na técnica de empilhamento de imagens, estou tentando me acostumar com o foco da câmera acoplada como objetiva do telescópio e os tempos de exposição. Percebi que acima de 2" de exposição é suficiente para riscar a foto. Um inconveniente que tenho notado é um tremor nas fotos que tirei (postei no perfil do facebook - José Alfredo). Estou desconfiando de que possa estar acontecendo em função do mecanismo de levantamento do espelho da máquina, para sensibilização do CMOS. Você acha que isto procede? Tem alguma dica? Abraços!

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  2. Olá Jose. Bem, eu já tive esse problema sim, mas foi quando tentei tirar fotos com tripés muito frágeis. Eu não vi a sua montagem, mas desconfio que deve ser algo meio subdimensionado para astrofotografia. Além disso, sua câmera não parece ser leve. Não tem como tirar o telescópio e fazer imagens só com a câmera? Eu já fiz muita coisa boa com câmera fixa, inclusive a última imagem do Lovejoy, neste post.

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  3. é parece que desta vez eu perdi o lovejoy, vai chegar meu novo telescópio de 114mm e eu acho que vou conseguir ter umas observações interessantes não so de cometas como de planetas, o problema é só a câmera que vou usar que vai ser uma digital, se tiver algumas dicas sou grato, ótimo blog!

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    1. Vinícius, o ideal é uma DSLR, mas a câmera Expanse está com um custo benefício muito interessante.

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  4. Boa noite Rodrigo.
    Vamos ressuscitar o post com essa pergunta. Espero que ainda receba notificações.
    O Leonard vem ai em dezembro de 2021. Consegui fotografar o Neowise, mas com lente escura e pouco conhecimento, o resultado não ficou como eu sei que posso conseguir.
    Agora estou buscando mais informações pra não rolar aquele mix de sensações que começa com a euforia do "consegui pegar o cometa" à decepção do "tá tudo borrado" na tela do computador.
    Sem mais enrolação: quando você tira as 50 e tantas fotos do cometa pra empilhar depois, o processo requer também as fotos de calibração (dark, bias e light) como no ceu profundo?
    Ou senta o o dedo no cometa e bora pra casa empilhar só esses "light frames" mesmo?
    Obrigado

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Eu tenho me esforçado para responder todos os comentários, mas posso demorar um pouco, ou mesmo esquecer algum. Por isso, peço paciência e não fiquem constrangidos de me darem um toque, caso eu esteja demorando demais.